quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Crítica: O Vôo (2012)



O diretor Robert Zemeckis é conhecido por realizar algumas das obras mais emblemáticas dos anos 90 como Forrest Gump: O Contador de Histórias e Náufrago, e só por isso já merece todo o respeito. Porém nem sempre se pode acertar, e em O Vôo, o diretor traz um drama sem sal e com todos os clichês possíveis dos filmes de Hollywood, bem abaixo do esperado.



O filme conta a história de Whip Whitaker (Denzel Washington), piloto de uma companhia aérea americana que usa de uma manobra arriscada para conseguir pousar emergencialmente o avião que estava pilotando, salvando assim 96 vidas que estavam a bordo. Apesar de 6 pessoas morrerem na aterrissagem, o percentual de sobreviventes é incrível, o que o torna um verdadeiro herói perante a mídia e os populares.

Após seus 30 primeiros minutos eletrizantes, o enredo perde o foco e apela para um forte moralismo, ao dar ênfase aos problemas particulares do piloto, que é alcoólatra e drogado, além de usar de sentimentalismo barato e questionamentos religiosos desnecessários.



Whip passa então a ser acusado de estar inapto para pilotar o avião no dia do acidente, depois que seu exame toxicológico deu positivo para substâncias não permitidas. E de herói, ele acaba virando vilão para grande parte dos que antes o idolatravam. O personagem é extremamente amoral, e isso já é demonstrado logo no começo, na primeira cena do filme, quando Whip acorda ao lado de uma mulher nua e cheira uma carreira de cocaína antes de ir para o aeroporto. No meio do vôo, antes da tragédia, ele bebe duas garrafas de vodka e, após a recuperação no hospital, continua se drogando e exagerando na bebida. Isso tudo acaba pesando no tribunal.

Duas coisas a respeito do filme são inegáveis e precisam ser ressaltadas: a atuação incrível de Washington, mostrando que aos 58 anos ele ainda sabe atuar como poucos, e a boa direção de Zemeckis, que volta com uma super produção após longos 12 anos. Mas infelizmente, são fatores insuficientes para salvar o filme da mediocridade. Mesmo mostrando uma das melhores cenas já feitas em um avião, com um realismo que de fato impressiona, o filme acaba sendo apenas um drama raso, para se assistir quando não resta mais nada a fazer. Um filme que não cumpre o que promete, uma pena.



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