O que mais existe no cinema moderno são filmes que se passam durante a Segunda Guerra Mundial. Seja mostrando os fronts de batalha, os mandos e desmandos de Hitler ou a luta dos judeus contra o terrível anti-semitismo germânico, foram feitas milhares de obras sobre o período. Mas ouso a dizer que nenhuma foi tão carismática, emocionante e original quanto Trem da Vida (Train de Vie), filme francês do final da década de 90.
Vencedor por unanimidade do prêmio máximo do Festival de cinema de Veneza daquele ano, e aclamado pela crítica mundial como um dos melhores filmes já feitos sobre a época, o filme do Romeno Radu Mihaileanu mistura comédia e drama de forma magistral. A trama se concentra numa remota aldeia de judeus da Europa Oriental, no ano de 1941, que ao saber que os nazistas estão chegando e que a aldeia será a próxima a ser invadida, optam por um plano arriscado, proposto pelo "louco" do vilarejo, Shlomo (Lionel Abelanski).
Após uma reunião do conselho de sábios da cidade, os habitantes decidem simular uma falsa deportação, juntando esforços para construírem um trem. Nesse mesmo conselho, são escolhidos os judeus que farão papéis de nazistas (contra a vontade, claro), na tentativa de enganar os verdadeiros perseguidores. E ao conseguirem pôr em prática a fuga, os habitantes vivem um dilema: afinal, para onde ir, já que toda Europa está ocupada?
Após uma reunião do conselho de sábios da cidade, os habitantes decidem simular uma falsa deportação, juntando esforços para construírem um trem. Nesse mesmo conselho, são escolhidos os judeus que farão papéis de nazistas (contra a vontade, claro), na tentativa de enganar os verdadeiros perseguidores. E ao conseguirem pôr em prática a fuga, os habitantes vivem um dilema: afinal, para onde ir, já que toda Europa está ocupada?
O confinamento também acaba criando situações inusitadas, como um dos tripulantes que, seduzido pela ideologia comunista, inicia uma revolta e uma doutrinação dos outros companheiros em plena viagem. Além de um romance entre dois amantes de famílias rivais.
Cheio de diálogos mordazes, a grande ironia do filme talvez seja o fato de que aquele que era tido como o louco da aldeia, acaba sendo no fim, o mais sensato de todos, com suas ideias sempre perspicazes. Isso fica claro na célebre cena onde eles discutem a existência de Deus, e Shlomo questiona quem teria criado quem, se Deus quem nos criou ou nós que o criamos.
Cheio de diálogos mordazes, a grande ironia do filme talvez seja o fato de que aquele que era tido como o louco da aldeia, acaba sendo no fim, o mais sensato de todos, com suas ideias sempre perspicazes. Isso fica claro na célebre cena onde eles discutem a existência de Deus, e Shlomo questiona quem teria criado quem, se Deus quem nos criou ou nós que o criamos.
De forma bem humorada, e um tanto quanto poética, Trem da Vida é um filme que deveria ser visto por todos. Uma fábula moderna, e uma verdadeira lição de humanidade. O tipo de filme que a gente não se esquece jamais.
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