Quando Só o Coração Vê (Guy Green) - 1965
O escritor Antoine de Saint-Exupéry estava certo quando disse em O Pequeno Príncipe "só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos". Partindo dessa máxima, a estória abordada em Quando Só o Coração Vê (A Patch of Blue) é uma das mais sensíveis da história do cinema.
Selina (Debi Storm) é uma jovem cega que mora com a mãe, uma mejera intragável, e o padrasto, que vive bêbado. Sem receber apoio de nenhum dos dois, seus dias consistem em ir a um velho parque da cidade para sentar na grama e fabricar bijuterias ao ar livre.
A personagem é um símbolo de pureza, e mesmo com sua cegueira, só "enxerga" bondade no ser-humano, sem nenhuma espécie de preconceito. Certo dia, Gordon Ralfe (Sidney Poitier), um homem negro e de bom coração, a conhece no local e começa a conversar com a garota.
Ele se sente protetor da garota, que viveu até então uma vida opressiva, e passa a lhe ensina a andar na rua e fazer coisas normais do dia-dia que ela havia deixado de fazer por conta da falta de visão. Desde pequena, Selina foi ensinada a não falar com pessoas negras pela mãe preconceituosa, o que de fato impediria a relação dos dois caso ela enxergasse.
Shelley Winters levou o Oscar como a mãe megera, e foi muito merecido. Sua atuação é incrível. Sidney Poitnier, um dos melhores atores daquela geração, também está impecável no papel do bom moço, assim como Debi Storm, que usou lentes de contato foscas durante toda a gravação para que sua cegueira fosse mais real.
Por fim, um filme que pode parecer clichê a uma primeira vista, mas que vai muito além do que uma simples comédia romântica. Um filme necessário para qualquer cinéfilo que se preze, tamanha sua graça e sua simplicidade.
Por fim, um filme que pode parecer clichê a uma primeira vista, mas que vai muito além do que uma simples comédia romântica. Um filme necessário para qualquer cinéfilo que se preze, tamanha sua graça e sua simplicidade.
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