Baseado em um caso real
ocorrido em Cantal, na França, no ano de 1905, "Bruno Reidal: Confissões
de um Assassino" conta a história do personagem que dá nome ao filme,
interpretado por Dimitri Doré, que na primeira cena do filme vai até a
delegacia para confessar um crime horrendo que cometeu contra outro
jovem do seu vilarejo.
Para tentar entender a motivação para o
crime e desvendar a mente do assassino, três médicos ordenam que Bruno
escreva suas memórias enquanto está na prisão, reconstituindo com
detalhes sua infância e adolescência. Com isso, decidirão se ele deverá
continuar como um preso comum ou se deverá ser internado em uma clínica
psiquiátrica. Através dos relatos escritos pelo jovem, eles vão
identificando as anomalias no comportamento do acusado e os eventos
específicos que foram moldando sua forma violenta de ser, e vamos
acompanhando toda essa reconstituição através de flashbacks.
Em
uma família de mais cinco irmãos, Bruno desde cedo precisou trabalhar
para ajudar no trato dos animais e na colheita, e a perda do pai aos 10
anos, única fonte de afeto que ele teve na vida, ainda que pouco, foi
algo que pesou demais no seu comportamento. Seus primeiros pensamentos
sobre a morte começaram quando ele via os porcos sendo mortos no quintal
de casa, e o impulso foi crescendo quando ele se tornou bolsista em um
seminário e passou a sofrer descriminação por ser o único aluno de
classe baixa no local. Diante disso, ele imaginava a morte de seus
colegas com requintes de crueldade, mas nunca havia chegado às vias de
fato.
Na medida em que foi amadurecendo, uma série de novas
situações violentas foram aumentando ainda mais esse seu desejo mórbido.
Mais do que isso, foi misturando o desejo de matar com um incontrolável
desejo sexual. Para contar a história, o diretor usou os próprios
escritos de Bruno e os laudos médicos da época, e o filme acaba sendo
uma viagem imersiva muito intensa através da mente de um assassino. E
por ser extremamente realista, possui cenas bem pesadas, como a cena em
que Bruno sofre um abuso sexual na infância ou a própria cena do
assassinato que ele cometeu.
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