sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Crítica: Amor Pleno (2013)



Visualmente falando, talvez não exista nenhum outro diretor que se compare a Terrence Malick. Isso já havia ficado evidente em A Árvore da Vida, de 2011, e essa qualidade novamente fica provada em Amor Pleno (To the Wonder), que traz uma das fotografias mais belas já vistas no cinema. Porém, nem só disso um filme é constituído, e é na trama confusa que o resultado final acaba sendo prejudicado.


No início, somos apresentados a um belo casal apaixonado, o americano Neil (Ben Affleck) e a ucraniana Marina (Olga Kurylenko). Enquanto os dois passeiam por um parque de Paris, decidem juntos se mudar para os Estados Unidos. Porém após a mudança, o relacionamento dos dois, antes fraternal e incondicional, vai esfriando, e Marina passa a buscar conforto nas palavras do padre Quintana (Javier Bardem), que está passando por sua própria crise, de fé e identidade.

A filha pequena de Marina, que ela teve antes de conhecer Neil, começa a reclamar de saudades de casa, e quando o visto americano de Marina expira, é o estopim para que ela retorne com a filha para a Europa, deixando Neil para trás. Após um tempo, devida a saudade que sentiam um do outro, Marina volta para os Estados Unidos e os dois retomam o romance,  casando-se. Porém, uma confissão de Marina cria mais um grande obstáculo na relação que está fadada a não dar certo.



A história até pode ser simples, mas a forma como Malick transcreve o enredo para as telas deixa o filme extremamente confuso. Usando uma linguagem única, quase sem diálogos, como se estivéssemos lendo os pensamentos dos personagens em grande parte do tempo, o filme acaba sendo um diferencial, mas um diferencial que cansa depois de um tempo.

O ritmo do filme é extremamente lento, diferentemente da câmera, que não pára um segundo com seus movimentos experimentais. Outro ponto negativo é a falta de aprofundamento dos personagens, como o interpretado por Javier Bardem, que acaba não ganhando sentido para a história (pelo menos não de forma visível).




Amor Pleno é quase uma busca existencialista do amor. Uma desconstrução do sentimento de forma poética, mas que não convence. Se vale a pena assistir? Diria que sim, pois de fato é uma experiência e tanto. Mas com certeza está longe de ser o melhor trabalho do diretor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário