domingo, 4 de agosto de 2013

Crítica: Uma Garrafa no Mar de Gaza (2012)



Dirigido pelo jovem Thierry Binisti, o longa francês Uma Garrafa no Mar de Gaza (Une Bouteille à la Mer) é baseado no livro de Valerie Zenatti e mostra, de forma sentimental, o conflito entre Israel e Palestina na visão da juventude dos dois países.



O nome do filme vem a ser explicado logo na primeira cena, quando uma garrafa é encontrada por um grupo de rapazes nas areias de uma praia de Gaza. Dentro dela há um papel, e quando eles a quebram, descobrem se tratar de uma carta escrita por Tal (Agathe Bonitzer), uma jovem Israelense que sobreviveu há poucos dias de um atentado e tenta usar a carta para se corresponder com alguém do outro lado da fronteira.

Claro que não devemos levar tão a sério a premissa, já que a possibilidade de uma carta atravessar o mar e ser encontrada por outro alguém é mínima. Mas deixemos de ser literais por alguns momentos e vamos em frente. Na carta, Tal faz algumas perguntas para quem vier a encontra-la, na tentativa de descobrir um pouco mais sobre o povo que mora no país vizinho, que está tão perto mas ao mesmo tempo tão longe. 




No final da carta, a garota deixa escrito seu e-mail. Ela espera dias pela resposta, até que um dos rapazes, Naím (Mahmud Shalaby), resolve enviar um e-mail para ela. No começo, ele tira sarro, até mesmo por não acreditar muito que ela existisse de fato. Porém com o tempo, eles passam a falar mais sério, e o relacionamento virtual acaba virando uma boa amizade à distância.

Entre um e-mail e outro, os dois vão narrando um pouco do que passa pela cabeça da juventude que vive nessas regiões de alto risco, onde o perigo de um atentado à bomba é iminente. Além disso, percebemos o contraste na vida de ambos: Tal sai a festas com amigos e vive uma rebeldia que incomoda os pais, enquanto Naím não tem opções de sair a noite porque os rebeldes fecharam todos os pontos de diversão.


Sem um enredo previsível, talvez o maior pecado do filme seja a superficialidade dos personagens, que se dá também pelas fracas atuações. No entanto, numa análise geral, o filme é uma boa pedida, principalmente por nos colocar dentro de um cotidiano da qual não temos conhecimento.

Um comentário:

  1. Nossa superficialidade dos personagem? Fraca Atuação? Eles são encantadores, a gente vai se envolvendo na trama, torcendo por eles... Eles são o retrato perfeito da insatisfação, insegurança, desconforto. De certa forma eles são apáticos mas devido a falta de expectativa de um bom futuro, aquele conflito não faz sentido para eles, por isso que eles quebram as regras e se tornam amigos, quem sabe "futuramente" eles se encontram ali surgiu um amor, o filme não acaba a estória continua em nossa mente. Gostei muito.

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