Quando
foram anunciados os indicados ao Oscar de melhor filme internacional,
um filme em especial se destacou por ser considerado até então um
"azarão". Pouco cogitado para estar entre os cinco finalistas, A
Felicidade das Pequenas Coisas (Lunana: a Yak in the Classroom),
representante do Butão, surpreendeu a todos, mas basta assisti-lo para
entendermos o porquê dele ter conquistado os votantes da academia.
Antes
de mais nada é importante contextualizar que o pequeno país da Ásia
Meridional é mundialmente conhecido como "o país da felicidade", por ter
políticas que se preocupam verdadeiramente com a felicidade da
população, baseadas nos valores do budismo e da cultura local. Dito
isto, a trama gira em torno de Ugyen (Sherab Dorji), um rapaz que mora
com a avó na capital e trabalha como professor no programa conhecido
como "Felicidade Interna Bruta". No entanto, não é o que ele gosta
verdadeiramente de fazer, já que seu sonho é ir para a Austrália ganhar a
vida como cantor.
Certo dia, Ugyen é transferido para trabalhar em um colégio na aldeia de Lunana, que fica em um lugar muito isolado nas montanhas do país, e onde só se chega através de uma longa e trilha que dura vários dias. Mesmo descontente por saber que ficará longe de tudo, ele aceita o desafio, e chegando ao local se depara com uma realidade bem diferente do que estava acostumado, se surpreendendo com o modo de vida extremamente simples da população e com a maneira que eles são felizes assim, com tão pouco.
A admiração com a profissão de professor já é notada na recepção de Uygen na aldeia (que tem apenas 46 moradores, sendo 8 crianças), onde todos o tratam com muito respeito e cordialidade. A escola é bastante precária, não tendo nem mesmo itens básicos como um quadro negro ou cadernos para as crianças, mas os pequenos tem muito interesse em aprender e isso motiva o professor a buscar recursos. O filme também mostra como, mesmo isoladas, as populações de locais remotos sofrem com as consequências dos atos humanos em relação a natureza, como o aquecimento global, que eles nem sabem o que significa mas sentem na pele com a redução da neve nas montanhas durante o inverno. Aliás, a relação deles com a natureza é sagrada e muito bonita de acompanhar, e me fez pensar em como deixamos isso de lado num mundo cada vez mais tecnológico.
Certo dia, Ugyen é transferido para trabalhar em um colégio na aldeia de Lunana, que fica em um lugar muito isolado nas montanhas do país, e onde só se chega através de uma longa e trilha que dura vários dias. Mesmo descontente por saber que ficará longe de tudo, ele aceita o desafio, e chegando ao local se depara com uma realidade bem diferente do que estava acostumado, se surpreendendo com o modo de vida extremamente simples da população e com a maneira que eles são felizes assim, com tão pouco.
A admiração com a profissão de professor já é notada na recepção de Uygen na aldeia (que tem apenas 46 moradores, sendo 8 crianças), onde todos o tratam com muito respeito e cordialidade. A escola é bastante precária, não tendo nem mesmo itens básicos como um quadro negro ou cadernos para as crianças, mas os pequenos tem muito interesse em aprender e isso motiva o professor a buscar recursos. O filme também mostra como, mesmo isoladas, as populações de locais remotos sofrem com as consequências dos atos humanos em relação a natureza, como o aquecimento global, que eles nem sabem o que significa mas sentem na pele com a redução da neve nas montanhas durante o inverno. Aliás, a relação deles com a natureza é sagrada e muito bonita de acompanhar, e me fez pensar em como deixamos isso de lado num mundo cada vez mais tecnológico.
O roteiro tem sim as suas facilitações, mas isso de forma
alguma me incomodou, pois a mensagem que o filme passa no final é muito
maior do que isso. Gostei da ironia da história ter um protagonista que
mora no "país da felicidade" mas sonha alcançar a felicidade em outro
país, e é bem interessante a construção que o roteiro faz desse
personagem, e de como pouco a pouco ele vai se conectando consigo mesmo.
Também fiquei impactado com as atuações dos moradores locais, que nunca
haviam estado na frente de uma câmera. Com as montanhas do Himalaia de
fundo, A Felicidade das Pequenas Coisas é um dos filmes mais delicados
do ano, e uma belíssima homenagem a uma das profissões mais importantes que existem.
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