domingo, 2 de abril de 2023

Crítica: O Urso do Pó Branco (2023)


Nem todo o filme precisa ser super produzido, ter um roteiro inteligente e atuações de Oscar, principalmente quando falamos de comédia. Mas há uma coisa que todos precisam ter, que é coesão e propósito, e são dois elementos básicos que faltam em O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear), um grande besteirol que entra para a lista dos piores filmes que eu já vi em toda a minha vida.


A premissa chamou a atenção de muita gente, inclusive a minha, e é graças a ela que o filme vem sendo tão comentado por aí. Afinal de contas, estamos falando de uma história real ocorrida nos anos 1980, quando um avião que traficava cocaína da Colômbia deixou cair muitos pacotes da droga em uma floresta do Tennessee, que posteriormente foram achados por um urso que ingeriu uma grande quantidade do pó. Na vida real, o urso morreu de overdose e não chegou a fazer mal a ninguém, mas a liberdade criativa da direção transformou esse urso em um assassino violento, que vai fazendo vários aventureiros de vítimas.

Logo de cara já dá para perceber que o filme abraça o ridículo, e vai assim até o seu final. Isso vai desde seus personagens extremamente caricatos, até o próprio urso, que tem uma aura quase humana e faz coisas que um urso normal jamais faria. Novamente, o problema não está no fato do filme ser uma comédia boba, mas na forma mal conduzida do seu próprio humor. Até mesmo as cenas mais trashs, onde vemos partes de corpos humanos sendo trucidadas por um urso fora de si, acabam sendo cômicas no final, porque o filme não se preocupa em criar nenhum nível de tensão. 

As atuações são péssimas, mas o próprio roteiro é péssimo, então não tem nem como culpar os atores, porque eles não têm muito o que fazer. Não há nenhum tipo de desenvolvimento desses personagens, que são tão rasos quanto um pirex. A parte emocional talvez fique por conta da participação de Ray Liotta, que faleceu em maio de 2022 e tem aqui a sua última aparição nos cinemas, infelizmente na pele de um personagem descartável. No fim, nada faz sentido em O Urso do Pó Branco, a não ser que você também abrace o ridículo e decida ver o filme sem critério algum. Eu até tentei, mas não deu.

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