A Lenda do Pianista do Mar (Giuseppe Tornatore) - 1998
Fui adiando o momento que falaria desse filme no blog, mas chegou o momento. Não é de hoje que considero Giuseppe Tornatore o melhor diretor do cinema italiano. Alguns vão dizer que é Fellini, De Sica, Antonioni ou Bertolucci, mas é pura questão de gosto. Para mim, Tornatore conseguiu reunir tudo que há de melhor em todos eles. Dez anos depois da sua obra-prima Cinema Paradiso, e antes do também excelente Maléna, ele nos presenteou com essa odisséia lírica filmada em alto mar.
Tudo começa quando Danny (Bill Nunn), um engenheiro do transatlântico The Virginian, encontra um bebê abandonado em cima do piano do navio enquanto procura objetos deixados pelos passageiros da primeira classe. O garoto está dentro de uma caixa, e Danny comovido pega-o para criar, dando a ele o nome do ano em que estavam: 1900.
O garoto cresce no meio das caldeiras do navio, e vive escondido por ordens de Danny. Quando ele completa oito anos, Danny acaba morrendo em um acidente, deixando o garoto sozinho. Sem ter o que fazer ele começa a perambular pelos corredores, e em uma dessas idas e vindas encontra o mesmo piano no qual foi deixado quando criança. Encantado com o instrumento musical, 1900 começa a tocar e aprende sozinho, tornando-se um prodígio.
Existem pelo menos três cenas antológicas, que certamente ficam anos na mente de quem assiste o filme devido seu teor lírico: a cena em que 1900 toca piano no meio de uma tempestade, com o piano deslizando por todo o navio; no duelo entre 1900 e Jelly Roll Morton (Clarence Williams III); e quando 1900 vê pela primeira vez uma garota nunca identificada, quando está gravando seu primeiro vinil, que lhe influencia na execução das notas musicais.
A história é contada por Max, um amigo de 1900 que tocou com ele no navio. O pianista nunca saiu do navio, nunca pisou em terra firme. Mais que sua casa, o imenso navio é sua casca, sua proteção contra os terríveis e desconhecidos perigos que o chão poderia lhe oferecer. A cada novo desafio que a vida coloca no caminho de 1900, o personagem entra em conflito interno: descer ou não descer do navio? Encarar ou não encarar? Enfrentar ou não o que há do lado de fora?
Além da excelente sonoridade, o filme também se destaca visualmente graças a sua fotografia espetacular. A direção de arte, além de compor a história e ser um grande fator no filme, fascina pelo incrível significado que há a cada cena que passa. A atuação de Tim Roth é firme e uma das melhores que já vi no cinema.
Uma verdadeira obra-prima do cinema, A Lenda do Pianista do Mar é um filme belíssimo e poético que merecia um reconhecimento muito maior do que possui. Infelizmente seu único reconhecimento foi o Globo do Ouro de Melhor Trilha Sonora. Não ganhou nenhum Oscar, e no Brasil nem chegou a ser lançado em dvd, existindo apenas poucas cópias em VHS. Mas se eu tivesse que dar uma dica, seria que todos procurassem para baixá-lo, pois vale a pena cada segundo de suas três horas.
incrível! bolg é realmente ótimo que você criou ..
ResponderExcluirFiquei impressionado com a sua conclusão ...
Concordo e realmente excelentes vistas ...
não se esqueça de olhar para o meu web ...
Obrigado, fique a vontade de visitar quando quiser.
Excluir