O final do ano vai chegando, e começam a aparecer nos sites de cinema especializados as mais variadas listas de melhores do ano. Pode-se dizer que 2013 foi um ano incrivelmente produtivo ao cinema, e eu particularmente estou contente de ter presenciado tantos filmes bons sendo lançados.
No mundo dos filmes milionários, destaco o musical Os Miseráveis, de Tom Hooper, o faroeste Django Livre, de Quentin Tarantino, o drama Capitão Philips, de Paul Greengrass, e o excelente Gravidade, de Alfonso Cuarón. Os dois primeiros foram lançados já no início do ano, e chegaram a concorrer no Óscar de 2013. Já os dois últimos, são fortes concorrentes na próxima premiação, em março.
Em menor escala, teve os excelentes O Lugar onde Tudo Termina, com Ryan Gosling, e Rush - No Limite da Emoção, de Ron Howard, o drama O Mordomo da Casa Branca (The Butler), e até mesmo o surpreendente terror Invocação do Mal, de James Wan. Além disso, 2013 marcou o retorno de diretores conceituados, como o do controverso William Friedkin (de O Exorcista), com Killer Joe - Matador de Aluguel, de Dennis Villeneuve (de Incêndios), com Os Suspeitos, e de Steven Soderbergh com Terapia de Risco e Minha Vida com Liberace. O cinema independente americano no entanto foi pouco produtivo, mas ainda assim trouxe boas obras como Muito Barulho por Nada, Frances Ha, e Disconnect.
Já o cinema europeu poucas vezes foi tão produtivo como nessa temporada. Destaco primeiramente a volta de dois diretores consagrados, Giuseppe Tornatore com o luxuoso A Melhor Oferta e Costa-Gavras com O Capital. Outro destaque fica por conta do polêmico drama de Abdellatif Kechiche vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Azul é a Cor Mais Quente. Além desses, foram lançados outros filmes excelentes, como o dinamarquês A Caça, o espanhol Branca de Neve, o alemão A Garota das Nove Perucas, o italiano A Bela que Dorme e o inglês Trem Noturno Para Lisboa.
Para o Brasil, 2013 só veio a provar o crescimento do cinema feito no país. Não apenas com o recorde de bilheteria, mas como também na qualidade das obras. Alguns bons nomes foram lançados como o pernambucano O Som ao Redor, escolhido para nos representar no próximo Óscar, os dramas A Busca e Serra Pelada, o biográfico Somos Tão Jovens, sobre o cantor Renato Russo, e o documentário Elena. Destaco ainda O Tempo e o Vento, adaptação do clássico de Érico Veríssimo dirigido por Jayme Monjardim (de Olga), que fez sucesso principalmente na região sul do país.
O cinema latino, como sempre, também rendeu bons frutos nesse ano que passou. Entre os destaques ficaram os argentinos O Ultimo Élvis e Tese Sobre um Homicídio, o uruguaio Las Acácias, e o mexicano Depois de Lúcia. Fecho a lista destacando o sul-coreano Pieta, de Kim Ki-duk, que é um dos melhores filmes orientais que já tive a oportunidade de assistir. Enfim, entre todos os nomes citados acima, resolvi criar minha própria lista com os 20 melhores, em forma de retrospectiva. Confira abaixo, e comente.
No mundo dos filmes milionários, destaco o musical Os Miseráveis, de Tom Hooper, o faroeste Django Livre, de Quentin Tarantino, o drama Capitão Philips, de Paul Greengrass, e o excelente Gravidade, de Alfonso Cuarón. Os dois primeiros foram lançados já no início do ano, e chegaram a concorrer no Óscar de 2013. Já os dois últimos, são fortes concorrentes na próxima premiação, em março.
Em menor escala, teve os excelentes O Lugar onde Tudo Termina, com Ryan Gosling, e Rush - No Limite da Emoção, de Ron Howard, o drama O Mordomo da Casa Branca (The Butler), e até mesmo o surpreendente terror Invocação do Mal, de James Wan. Além disso, 2013 marcou o retorno de diretores conceituados, como o do controverso William Friedkin (de O Exorcista), com Killer Joe - Matador de Aluguel, de Dennis Villeneuve (de Incêndios), com Os Suspeitos, e de Steven Soderbergh com Terapia de Risco e Minha Vida com Liberace. O cinema independente americano no entanto foi pouco produtivo, mas ainda assim trouxe boas obras como Muito Barulho por Nada, Frances Ha, e Disconnect.
Já o cinema europeu poucas vezes foi tão produtivo como nessa temporada. Destaco primeiramente a volta de dois diretores consagrados, Giuseppe Tornatore com o luxuoso A Melhor Oferta e Costa-Gavras com O Capital. Outro destaque fica por conta do polêmico drama de Abdellatif Kechiche vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Azul é a Cor Mais Quente. Além desses, foram lançados outros filmes excelentes, como o dinamarquês A Caça, o espanhol Branca de Neve, o alemão A Garota das Nove Perucas, o italiano A Bela que Dorme e o inglês Trem Noturno Para Lisboa.
Para o Brasil, 2013 só veio a provar o crescimento do cinema feito no país. Não apenas com o recorde de bilheteria, mas como também na qualidade das obras. Alguns bons nomes foram lançados como o pernambucano O Som ao Redor, escolhido para nos representar no próximo Óscar, os dramas A Busca e Serra Pelada, o biográfico Somos Tão Jovens, sobre o cantor Renato Russo, e o documentário Elena. Destaco ainda O Tempo e o Vento, adaptação do clássico de Érico Veríssimo dirigido por Jayme Monjardim (de Olga), que fez sucesso principalmente na região sul do país.
O cinema latino, como sempre, também rendeu bons frutos nesse ano que passou. Entre os destaques ficaram os argentinos O Ultimo Élvis e Tese Sobre um Homicídio, o uruguaio Las Acácias, e o mexicano Depois de Lúcia. Fecho a lista destacando o sul-coreano Pieta, de Kim Ki-duk, que é um dos melhores filmes orientais que já tive a oportunidade de assistir. Enfim, entre todos os nomes citados acima, resolvi criar minha própria lista com os 20 melhores, em forma de retrospectiva. Confira abaixo, e comente.
20º Muito Barulho por Nada (Much Ado About Nothing) - Joss Whedon
O
diretor de Os Vingadores, Joss Whedon, surpreendeu a todos com essa
adaptação moderna do clássico de Shakespeare. Totalmente diferente do
seu filme anterior, ele usou de simplicidade para contar a engraçada
estória cheia de desencontros e mal-entendidos, usando os diálogos
originais da peça. Filmado em apenas 12 dias na sua própria casa, e com
amigos no elenco, o filme em preto e branco é realmente uma grata
surpresa.
Adaptação
contemporânea do clássico infantil, Branca de Neve aborda a vida de uma
jovem que viveu a vida toda com uma madrasta e que, decidida a mudar de
vida, resolve se aventurar pelo país como toureira. Tudo remete ao
clássico, mas num cenário atual, como fato dela ser acolhida por sete
anões toureiros que fazem apresentações para o público. Lançado no
Brasil em julho, o filme é uma grata surpresa advinda do cinema
espanhol.
Uma
pérola do cinema independente americano, Frances Ha chama a atenção
pela simplicidade do enredo, pela trilha sonora fantástica, e por
flertar explicitamente com a já extinta Nouvelle Vague francesa. O filme
aborda a vida de Frances, assistente de uma companhia de dança que
sonha em ser uma dançarina de sucesso, mas não possui talento para
tanto. Um verdadeiro retrato daquela fase da vida em que não sabemos bem
o que queremos, mas vamos seguindo a vida, tentando de tudo.
17º Killer Joe - Matador de Aluguel (Killer Joe) - William Friedkin
O
controverso diretor William Friedkin, conhecido principalmente pelos
clássicos O Exorcista e Parceiros da Noite, voltou em grande estilo às
telas de cinema, de onde estava afastado desde 2006. Killer Joe conta a
história do detetive Joe (Matthew McConaughey), que também é um
assassino de aluguel. Contratado por um jovem para matar sua mãe, que
teria roubado sua droga, Joe aceita sob a condição de ter a irmã do
garoto como "garantia sexual" até o dia do pagamento.
Depois que uma professora do primário se suicida em plena sala de aula, enquanto os alunos brincam no intervalo, o clima é de pavor e desespero entre todos. Para substitui-la, a escola contrata o professor Bachir Lazhar, que além de lidar com o preconceito dos colegas por ser Argelino, tem a difícil tarefa de apaziguar os ânimos das crianças, que vivem o luto sem entenderem bem o que ocorreu.
O consagrado diretor italiano Giuseppe Tornatore voltou em grande estilo aos cinemas. A Melhor Oferta traz uma fotografia luxuosa, e aborda a história de um amante por obras de arte que se envolve numa trama cheia de suspense após ir a uma casa para avaliar o inventário do local. Feito nos detalhes, é um primor, e mais um filme grandioso para a carreira do cineasta.
Capitão Philips narra a história real do cargueiro americano Maersk Alabama, sequestrado por piratas somalis enquanto levava mantimentos rumo à costa africana. Com uma atuação marcante de Tom Hanks, digna de Óscar, o filme impressiona pela excelente narrativa, que vai deixando o clima tenso aos poucos até chegar a um final de tirar o fôlego.
Disconnect é uma crítica cruel ao uso descontrolado das tecnologias, mesclando três histórias diferentes que mostram os efeitos perigosos que isso pode acarretar ao ser-humano. Na primeira, acompanhamos um casal que perde todo o dinheiro após um hacker roubar suas senhas bancárias. Na segunda, o mundo dos chats sexuais e o quanto isso é sujo. Na terceira e mais chocante, a divulgação da intimidade em rede pública, o que leva a um final trágico.
16º Pietá (Pieta) - Ki-duk Kim
O
filme começa nos apresentando a Kang-Do, um homem inescrupuloso que
ganha a vida cobrando clientes de agiotas, de forma desleal. Vivendo
solitário, certo dia ele é surpreendido com a visita de uma mulher, que
aparece dizendo ser sua mãe biológica. Ele não acredita e no início
passa a maltratá-la fisica e psicologicamente. Tudo isso vai criando uma
teia que leva o filme a um final chocante.
15º O Que Traz Boas Novas (Monsieur Lazhar) - Philippe Falardeau
Depois que uma professora do primário se suicida em plena sala de aula, enquanto os alunos brincam no intervalo, o clima é de pavor e desespero entre todos. Para substitui-la, a escola contrata o professor Bachir Lazhar, que além de lidar com o preconceito dos colegas por ser Argelino, tem a difícil tarefa de apaziguar os ânimos das crianças, que vivem o luto sem entenderem bem o que ocorreu.
14º A Melhor Oferta (La Migliore Offerta) - Giuseppe Tornatore
O consagrado diretor italiano Giuseppe Tornatore voltou em grande estilo aos cinemas. A Melhor Oferta traz uma fotografia luxuosa, e aborda a história de um amante por obras de arte que se envolve numa trama cheia de suspense após ir a uma casa para avaliar o inventário do local. Feito nos detalhes, é um primor, e mais um filme grandioso para a carreira do cineasta.
Nem
todo blockbuster deve ser rejeitado, e esse filme é um exemplo.
Estrelado por Ryan Gosling, o longa mostra a estória de um motociclista
que trabalha fazendo manobras num globo da morte, e que ao descobrir ter
um filho, resolve fazer de tudo para cuidar da criança. O problema é
que ele não consegue segurar seu instinto violento, e acaba fazendo
parte de alguns crimes que fazem a polícia passar persegui-lo. Apesar da
ação constante, o filme tem momentos super delicados, e uma atuação
espetacular de Gosling.
12º Capitão Philips (Captain Philips) - Paul Greengrass
Capitão Philips narra a história real do cargueiro americano Maersk Alabama, sequestrado por piratas somalis enquanto levava mantimentos rumo à costa africana. Com uma atuação marcante de Tom Hanks, digna de Óscar, o filme impressiona pela excelente narrativa, que vai deixando o clima tenso aos poucos até chegar a um final de tirar o fôlego.
A
trama central desse novo filme do polêmico Costa-Gavras gira em torno
de Marc Tourneuil, um executivo que se torna presidente de um dos
maiores bancos da Europa. Através dele, acompanhamos as diversas faces
do cruel capitalismo, onde qualquer ação que traga lucro é bem-vinda,
por mais desumana que possa parecer.
10º Disconnect (Disconnect) - Henry Alex Rubin
Disconnect é uma crítica cruel ao uso descontrolado das tecnologias, mesclando três histórias diferentes que mostram os efeitos perigosos que isso pode acarretar ao ser-humano. Na primeira, acompanhamos um casal que perde todo o dinheiro após um hacker roubar suas senhas bancárias. Na segunda, o mundo dos chats sexuais e o quanto isso é sujo. Na terceira e mais chocante, a divulgação da intimidade em rede pública, o que leva a um final trágico.
9º Depois de Lúcia (Después de Lucía) - Michel Franco
Lançado
no Brasil em março, o mexicano Depois de Lúcia aborda temas bastante
atuais: o bullyng na juventude e a exposição de intimidades na internet.
Lucia é uma menina que vive sozinha com seu pai após a morte da mãe, e
após trocar de escola, começa a ser abusada tanto física como
psicologicamente pelos colegas. A situação piora quando ela transa com
um "amigo" em uma festa, que grava tudo escondido e divulga o vídeo na
internet. O final é trágico, e um verdadeiro soco no estômago.
8º Azul é a Cor Mais Quente (La vie d'Adèle) - Abdellatif Kechiche
Vencedor
da Palma de Ouro do Festival de Cannes desse ano, o polêmico filme do
diretor Abdellatif Kechiche mostra a relação de amor entre a jovem Adèle
e a experiente Emma. O filme traz uma estória linda, sensível e
universal de romance, amadurecimento e descoberta da sexualidade.
Apaixonante, é sem dúvida o melhor filme desse segundo semestre.
O longa, dirigido pelo experiente Ron Howard, surpreende ao mostrar de forma humana, a histórica rivalidade entre James Hunt e Nick Lauda na época de ouro da Fórmula 1. As atuações, a recriação da época e a direção firme de Howard fazem dele um dos melhores e mais empolgantes filmes do ano.
No
longa, temos a história da segregação racial nos Estados Unidos contada
na visão de um único personagem, o mordomo Cecil Gaines, que trabalhou
durante três décadas na Casa Branca e acompanhou de perto todas as
decisões tomadas a respeito da questão. É um filme duro, triste, e um
forte candidato para concorrer no próximo Óscar.
7º Rush - No Limite da Emoção (Rush) - Ron Howard
O longa, dirigido pelo experiente Ron Howard, surpreende ao mostrar de forma humana, a histórica rivalidade entre James Hunt e Nick Lauda na época de ouro da Fórmula 1. As atuações, a recriação da época e a direção firme de Howard fazem dele um dos melhores e mais empolgantes filmes do ano.
6º O Mordomo da Casa Branca (The Butler) - Lee Daniels
Num
mundo onde os efeitos visuais são cada vez mais impressionantes e
desnecessários, Alfonso Cuarón nos prova que é possível usar isso de
forma eficiente, original, e sem exageros. A visão que temos da terra
vista do espaço já vale o ingresso em 3D, pode ter certeza. No entanto,
não é só isso que chama a atenção. O enredo, por mais simples que seja, é
envolvente, mesmo que para alguns (principalmente aqueles que precisam
de ação a cada minuto para se sentirem satisfeitos) tenham achado o
mesmo parado. Trata-se de um dos fortes concorrentes ao Óscar de 2014.
4º A Garota das Nove Perucas (Heute Bin Ich Blond) - Marc Rothemund
Abordando
de forma leve e até mesmo engraçada o câncer, esse filme alemão mostra a
história real de Sophie Ritter (Lisa Tomaschewsky), que aos vinte e um
anos é diagnosticada com a doença. Para esconder a falta de cabelo
decorrente da quimioterapia, ela passa a usar perucas de diversas cores,
dando um nome e até mesmo uma personalidade diferente para cada uma.
3º A Caça (Jagten)- Thomas Vinterberg
O
novo filme do conceituado diretor Thomas Vintenberg estreou no Brasil
em Março, e mostra com simplicidade um assunto bastante delicado. Quando
uma criança se apaixona inocentemente pelo seu professor e sente que
não será correspondida, resolve inventar que foi abusada pelo mesmo, sem
ter a mínima ideia do turbilhão de problemas que isso acarretaria.
Forte candidato da Dinamarca ao próximo Óscar de Filme Estrangeiro, é o
melhor filme europeu da temporada.
2º Django Livre (Django Unchained) - Quentin Tarantino
Django
Livre não fica muito atrás do primeiro colocado. Depois do excelente
Bastardos Inglórios, era grande a expectativa para o novo filme de
Quentin Tarantino, e ele conseguiu se superar. O faroeste bem humorado, e
ao mesmo tempo visceral, repaginou de forma brilhante o gênero que há
tanto tinha sido esquecido. Destaque, mais uma vez, para a atuação de
Christoph Waltz, o maior achado da vida de Tarantino.
1º Os Miseráveis (Les Misérables)- Tom Hooper
Obra-prima! Faltam até palavras para descrever o que foi essa nova versão do clássico de Victor Hugo para o cinema. Tom Hooper conseguiu transferir para as telas tudo aquilo que o escritor tentou passar com o livro, de forma impecável. Sinto pena de quem não teve paciência para aguentar até o final, por se tratar de um musical, pois o resultado é impressionante. Com certeza, o melhor filme lançado esse ano no Brasil.
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