quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Crítica: Muito Barulho Por Nada (2013)


Em 2012, o diretor Joss Whedon teve seu nome incluído na lista dos mais bem pagos de Hollywood após dirigir o mega sucesso Os Vingadores (The Avengers). Por conta disso, a surpresa é ainda maior com esse seu novo trabalho, Muito Barulho por Nada (Much Ado About Nothing), onde ele trocou a ação pela sensibilidade para trazer aos cinemas um dos melhores filmes de 2013.



O diretor cresceu numa família que adorava fazer rodas de leituras de Shakespeare, e isso ficou no sangue. Como brincadeira, ele chamou os amigos e durante 12 dias filmou na sua própria casa essa adaptação moderna da clássica comédia do dramaturgo inglês. Tudo isso com um orçamento baixíssimo, muito diferente do seu filme anterior, que custou milhões e arrecadou ainda mais nas bilheterias.

No início, para quem não sabe do que se trata o filme, ele pode parecer bastante confuso e pretensioso. Pessoas normais, em pleno século 21, falando sobre retornar da guerra, sobre reis e príncipes, e usando uma linguagem extremamente culta. No entanto, os diálogos da peça, escrita em 1599, são transcritos de forma tão impecável no transcorrer do filme, que depois que você se acostuma o resultado final passa a ser elogiável.



Apesar de todo charme na sua concepção, o enredo é simples, e aborda duas histórias de amor recheadas de mal entendidos e manipulações. Durante um fim de semana, às vésperas do casamento de Claudio (Fran Kanz) e Helo (Jillian Morgese), todos os outros membros da família, incluindo o governador Leonato (Clark Gregg) e o príncipe Dom Pedro (Reed Diamond), se juntam para tentar unir o improvável casal Benedito (Alexis Denisof) e Beatriz (Amy Acker), inimigos históricos.

Filmado em preto e branco (artifício que já deixou de ser original, diga-se de passagem, mas que aqui se encaixou perfeitamente), o filme nos transporta fielmente à estória escrita por Shakespeare, ambientada na atualidade. O elenco é formado por atores que já trabalharam com Whedon na televisão e também, como disse anteriormente, amigos pessoais do diretor que nunca tinham gravado para o cinema. Isso só prova o quão despretensiosa era a ideia do diretor em realizar a obra, e com grata surpresa, todos se saíram muitíssimo bem em seus respectivos papéis.



Muito Barulho por Nada é de fato um filme atípico. Não só pelo amadorismo nas filmagens (não vejam isso como uma crítica, já que isso deixa o filme mais ainda com cara de teatro), mas pela simplicidade com as cenas se desenrolam. Algumas peças já foram adaptadas às telas, mas por trazerem requinte demais e alma de menos acabaram sendo um fracasso. Pode não ter atraído o grande público, mas garantiu um lugar especial no coração dos fãs de cinema.


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