Adaptação da peça homônima do escritor Tracy Letts (responsável também pela peça Killer Joe, que chegou aos cinemas no início desse ano), o drama dirigido por John Wells trata do conflito entre duas gerações distintas, oriundas de uma família desestruturada, principalmente após a perda de sua figura patriarcal.
Logo na primeira cena, nos deparamos com uma Meryl Streep irreconhecível no papel de Violet Weston. Viciada em remédios antidepressivos, e sofrendo de um raro câncer na boca, ela vive junto com seu marido Beverly (Sam Shepard) numa casa isolada do interior dos Estados Unidos. Na cena, Beverly está entrevistando Johnna (Misty Upham) para que ela trabalhe na casa como empegada, e Violet aparece dopada falando absolutamente nada com nada.
"A Vida é Longa", são os dizeres do poeta T. S. Eliot que aparecem no começo do filme. E longo talvez tenha sido o tempo que Beverly conseguiu aguentar viver junto de Violet. Ela não está mais no seu juízo perfeito, e ele parece ter aguentado mais do qualquer um de nós aguentaria. Isso explica a atitude que ele acaba tomando: sumir de casa.
Preocupada com o sumiço repentino do pai, Ivy (Julianne Niocholson), a única filha que ainda mora junto com eles, resolve ligar para sua irmã Barbara (Julia Roberts), para que a mesma venha ajudar a encontrá-lo. Contando com a ajuda da polícia, o corpo de Beverly logo é encontrado, dando fim ao mistério do seu desaparecimento. A causa é detectada como sendo afogamento, mas no fundo, todos sabem que foi suicídio.
Durante o velório, todo o restante da família acaba se juntando, inclusive a outra irmã, Karen (Juliette Lewis), que chega acompanhada do espalhafatoso noivo Steve (Dermot Mulroney). Na mesma noite, todos se reúnem na residência de Violet para um jantar, e a longa cena é sem dúvidas a mais marcante de todo o filme. O clima, que já não era ameno desde o início, fica ainda pior quando segredos e ressentimentos ganham espaço em encaloradas discussões, onde cada personagem tem seu próprio momento.
Não há como negar que o filme, mais uma vez, é de Meryl Streep. Todas as atuações foram excelentes, mas Streep realmente não é desse mundo. Não tenho dúvidas de que em março ela estará levantando mais uma estatueta de melhor atriz no Óscar. Porém, outros nomes do elenco também merecem elogios, como Julia Roberts, Ewan McGregor, Juliette Lewis, Julianne Nicholson, Margo Martindale, Chris Cooper, entre outros.
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