sábado, 28 de dezembro de 2013

Crítica: O Hobbit - A Desolação de Smaug (2013)


Depois de lançar a trilogia de maior sucesso da história do cinema, O Senhor dos Anéis, Peter Jackson virou alvo de desconfianças ao anunciar a adaptação de outra obra de J. R. R. Tolkien para os cinemas, O Hobbit, sobretudo por ter aceitado o desafio de contar a estória de um único livro em três filmes diferentes. 

O primeiro filme, apesar de ter sido um sucesso de bilheteria, foi bastante depreciado pelos críticos, e a prova disso foi a ausência escancarada do longa nas grandes premiações mundo a fora. Nessa segunda parte, Bilbo (Martin Freeman) e os 13 anões estão de volta, e seguem sua jornada em busca da montanha onde habita Smaug, o perigoso dragão que dorme sobre toneladas de tesouro roubadas do reino antigo dos anões.


Assim como aconteceu em O Senhor dos Anéis, O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: Desolation of Smaug) começa colocando alguns pontos nos is. Na primeira cena, que se passa cronologicamente antes do primeiro filme, Gandalf (Ian McKellen) e Thorin (Richard Armitage) se encontram na taberna Pônei Saltitante, onde a conversa entre os dois explica de onde surgiu a decisão de unir os anões para ir em busca do tesouro guardado pelo dragão.

A partir de então, voltamos ao ponto de onde o primeiro filme parou. Pelo menos três cenas marcantes do livro estão presentes nessa segunda parte, e talvez por isso tenha sido, para mim, superior ao primeiro. A primeira é a cena onde os anões e Bilbo entram na Floresta Negra, e logo se deparam com aranhas gigantes. Por sinal, as cenas na floresta são as mais angustiantes da trama, e se prolongam por um bom tempo, nos deixando extasiados.


Eles conseguem escapar das aranhas com a ajuda inesperada dos elfos da região, mas esses mesmos elfos acabam prendendo-os logo depois. Vem então a segunda cena marcante quando, com a ajuda de Bilbo, os anões conseguem fugir do local onde estavam presos descendo rio abaixo dentro de barris. Lembro muito bem dessa parte durante a leitura do livro, e confesso que achei meio forçado vendo no cinema. Mas sobre isso, falarei mais para a frente.

Contando então com a ajuda de Bard (Luke Evans), eles finalmente chegam à cidade de Esgaroth, onde são acolhidos e se recuperam para partir rumo a montanha. Após conseguirem resolver um enigma e entrar no "habitat" de Smaug, Bilbo fica encarregado de ir ao encontro do dragão e capturar sozinho a Pedar Arken, joia preciosíssima que os anões tanto desejam. Porém, depois que Smaug acorda, ele tem que fazer de tudo para se livrar do perigo e se reunir novamente com os anões.



A mesma coisa que me incomodou no primeiro filme, voltou a me incomodar nesse. Os efeitos visuais são extremamente exagerados, e em algumas cenas até mesmo inverossímeis. Mesmo que os cenários sejam belos e os figurinos impecáveis, a forçada de barra é evidente, principalmente nos momentos finais, onde Bilbo e os anões fogem de Smaug. É triste perceber que a computação gráfica se tornou mais importante do que o trabalho manual.

Outro ponto que acaba deixando a desejar, é o fato de Jackson colocar cenas que não existem no livro, numa tentativa de preencher alguma lacuna existente. O número de personagens, que no livro já é grande mas ainda é aceitável, acaba ficando exagerado com a inserção de novas criações do próprio diretor, que tomou a liberdade de mudar algumas coisas do roteiro original.



Por fim, confesso que não me sinto nem um pouco ansioso para assistir o terceiro filme da saga, como estava para assistir o primeiro. Não vou exagerar em dizer que Jackson estragou a estória do livro, porque de fato o filme tem seus bons momentos. Mas com certeza poderia ter sido bem melhor.

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