sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Crítica: Além da Fronteira (2013)


A fronteira entre Israel e a Palestina já foi mostrada inúmeras vezes no cinema, principalmente nos últimos anos. O Filho do Outro, Uma Garrafa no Mar de Gaza e O Atentado são ótimos exemplos disso. Porém, desde a primeira cena, já percebemos que Além da Fronteira (Out in the Dark), do diretor estreante Michael Mayer, já demonstra ser um filme autêntico e diferente de tudo que já foi visto sobre o tema.


Nimr Mashrawi (Nicholas Jacob) é um estudante palestino, que se arrisca a atravessar a fronteira nos finais de semana para curtir as festas do lado Israelense, principalmente na boate gay comandada pelo amigo Mustafa (Loai Nofi). Numa dessas aventuras ele acaba conhecendo o advogado israelense Roy (Michael Aloni), e entre eles nasce uma relação de amor mútua e verdadeira.

Depois de muito batalhar, Nimer finalmente consegue um visto para estudar dois dias da semana numa universidade de Tel-Aviv, tendo com isso a oportunidade de ver Roy mais vezes. Porém, quando tudo parece se encaminhar, uma gama de situações transforma a vida de Nimer numa verdadeira tragédia grega.



A partir de então nada mais dá certo em sua vida, e a cada cena parece cair sobre ele todas as chagas do mundo. Quando descobrem a opção sexual de Nimer, sua família o renega, expulsando-o de casa. Já morando em Israel com Roy, ele descobre que seu irmão foi preso por guardar armas no porão de casa, e como se não bastasse, a polícia Israelense passa a persegui-lo, e a única alternativa passa a ser sumir do mapa, nem que para isso tenha que abrir mãos de coisas importantes.

A temática gay, apesar de ser o que chama a atenção, e principalmente o público para o filme, acaba ficando escondida atrás da abordagem socio-política que o diretor nos traz. O clima do filme mostra bem o que é viver nessa zona delicada, onde o medo é constante. Diferente de outros filmes que abordam o homossexualismo, esse não apela para o dramalhão ou para a luta dos direitos das minorias, e essa abordagem mais realista acaba sendo elogiável.



O que não é muito elogiável são as atuações, que diga-se de passagem, deixaram um pouco a desejar. No entanto, não há como negar que Além da Fronteira cumpre com o que promete, e sem dúvida entra para o hall dos filmes mais interessantes já filmados na região.


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