Nos últimos anos, muitos filmes têm trazido à tona o importante tema da imigração. Oleg, do diretor Juris Kursietis, é mais um exemplo que se propõe a mostrar a realidade destas pessoa que tentam a sorte em outros países e que enfrentam inúmeras dificuldades, desde a questão linguística até o preconceito e a desvalorização.
O filme
acompanha Oleg (Valentin Novopolskij), um homem natural da Letônia que
tenta a carreira de açougueiro em Bruxelas. Depois de ser culpado por
algo que não fez, ele acaba perdendo o emprego num frigorífico da
capital belga, e precisa se virar para sobreviver em um país que não
fala sua língua e que não lhe dá outras oportunidades de trabalho. Uma
das alternativas é se juntar a um grupo de índole duvidosa, em troca de
um lugar para dormir e comer. Pensando estar sendo acolhido, ele na
verdade está sendo usado e enganado por Andrzej (Dawid Ogrodnik), que só
quer se aproveitar da sua fragilidade.
Achei bem realista a
abordagem que o diretor faz da dificuldade de adaptação que imigrantes
enfrentam diariamente, além do menosprezo por parte dos nativos e da
violência. Oleg é um personagem que na maior parte do tempo se mostra
passivo às situações que lhe ocorrem, mesmo quando lhe fazem muito mal. O
filme não aborda muito sua vida fora do que lhe acontece em tempo real,
mas sabemos que ele mantém contato com a avó na Letônia, por quem tem
um grande apreço e aparentemente é por quem ele está buscando melhorar
de vida.
Confesso que não entendi algumas metáforas que o diretor tentou utilizar, principalmente envolvendo a religião, e isso atrapalhou um pouco a minha experiência com o filme, mas de um modo geral é uma estória que me prendeu, já que acho o tema interessante e super atual.
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