Com produção da A24 e distribuição da Amazon Prime, o documentário Val nos apresenta um pouco mais sobre a vida e a arte de Val Kilmer, ator que teve seu auge nos anos 1990 e que desde 2016 se recupera de um câncer na garganta que o obriga a utilizar um aparelho de respiração artificial na laringe.
Durante toda sua vida, Val
carregou consigo uma câmera de vídeo, onde registrou bastidores de
filmagens, de encenações em peças de teatro e cenas cotidianas de sua
vida. Coube aos diretores estreantes Leo Scott e Ting Poo reunir esse
material primoroso e transformar tudo isso num filme. E a maneira que
eles fizeram é realmente elogiável, com muita sensibilidade e bom humor,
contando com uma grande ajuda do filho de Val, Jack.
Val Kilmer
desde pequeno gostava de atuar, e a morte do irmão Wesley com 15 anos,
que era quem fazia as filmagens caseiras na casa da família no Arizona,
foi um grande choque. O filme mostra esse lado emocional de Kilmer e seu
afeto com a família, e o quanto esse luto foi importante para ele não
deixar jamais de sonhar com a carreira.
Como nem tudo são flores
na vida de um ator, o documentário também mostra testes que Val
participou e que não deram em nada, como em filmes de Scorsese e Kubrick
(Nascidos Para Matar foi uma grande obsessão sua e posteriormente uma
grande decepção por não ter conseguido o papel). Vemos também a grande
dificuldade que ele teve em filmar com a fantasia do Batman, no filme de
1995 filmado por Joel Schumacher, dentre outros perrengues na carreira.
Mas mostra também o lado bom, como a alegria que ele teve em
contracenar com Marlon Brando, Robert De Niro e Al Pacino, e o orgulho
que sentiu por ter dado vida a Jim Morrison no filme sobre o The Doors,
que inclusive para mim a melhor atuação da sua carreira.
Val é um
documentário muito necessário para quem gosta de filmes e de conhecer
seus bastidores. Mais do que isso, um filme sobre tentar sempre dar o
melhor naquilo que se propõe, com esforço e dedicação. Confesso que me
surpreendi ao ver o estado de saúde atual do ator, mas ele mesmo fala
que está se sentindo bem, mesmo que sinta uma falta imensa daquilo que
mais ama: atuar.
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