Dirigido por Ryûsuke Hamaguchi, Roda do Destino (Gûzen To Sôzo) apresenta
três histórias distintas, que não se conectam narrativamente mas que
têm em comum o protagonismo feminino, além de falarem sobre amor, desejo, passado
e a forma como o destino se torna imprevisível nas nossas vidas.
Na
primeira história temos duas amigas que se encontram e passam a
conversar sobre suas vidas, e quando uma delas começa a falar sobre um
novo affair, a outra descobre se tratar de alguém do seu passado. Na
segunda história, temos um homem que "usa" a menina com quem está saindo
para tentar seduzir e se vingar de um ex-professor que teria feito
algo ruim para ele no passado. E por fim, temos a história de duas supostas
amigas do colegial, que se encontram anos depois por acaso numa estação
de metrô.
Não entrarei em mais detalhes das tramas para não
atrapalhar a experiência de quem ainda não assistiu, mas já adianto que a
primeira foi a que mais me agradou, principalmente por um plot twist
genial que o diretor utiliza durante sua exibição. O filme todo é muito
sutil, desde os diálogos até os gestos e olhares dos personagens. O
elenco trabalha muito bem, e o enredo prende bastante a atenção, mesmo
sendo um tanto arrastado. Um exemplo disso é que ele possui cenas de
diálogos bastante longas, que chegam a quase dez minutos de duração, mas
a conexão que se cria com os personagens é tão forte que eu me senti
dentro da sala, junto com eles, querendo ouvir o desenrolar desses papos
sem me preocupar com mais nada.
Por fim, Roda do Destino é um filme extremamente delicado, em todos os sentidos, e traz boas reflexões sobre a vida e sobre relacionamentos, sejam eles amorosos ou não. Um grande trabalho do Hamaguchi, que nesse mesmo ano ainda lançou outro filme bastante badalado, Drive My Car.
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