segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Crítica: Roda do Destino (2022)


Dirigido por Ryûsuke Hamaguchi, Roda do Destino (Gûzen To Sôzo) apresenta três histórias distintas, que não se conectam narrativamente mas que têm em comum o protagonismo feminino, além de falarem sobre amor, desejo, passado e a forma como o destino se torna imprevisível nas nossas vidas.


Na primeira história temos duas amigas que se encontram e passam a conversar sobre suas vidas, e quando uma delas começa a falar sobre um novo affair, a outra descobre se tratar de alguém do seu passado. Na segunda história, temos um homem que "usa" a menina com quem está saindo para tentar seduzir e se vingar de um ex-professor que teria feito algo ruim para ele no passado. E por fim, temos a história de duas supostas amigas do colegial, que se encontram anos depois por acaso numa estação de metrô.

Não entrarei em mais detalhes das tramas para não atrapalhar a experiência de quem ainda não assistiu, mas já adianto que a primeira foi a que mais me agradou, principalmente por um plot twist genial que o diretor utiliza durante sua exibição. O filme todo é muito sutil, desde os diálogos até os gestos e olhares dos personagens. O elenco trabalha muito bem, e o enredo prende bastante a atenção, mesmo sendo um tanto arrastado. Um exemplo disso é que ele possui cenas de diálogos bastante longas, que chegam a quase dez minutos de duração, mas a conexão que se cria com os personagens é tão forte que eu me senti dentro da sala, junto com eles, querendo ouvir o desenrolar desses papos sem me preocupar com mais nada.


Por fim, Roda do Destino é um filme extremamente delicado, em todos os sentidos, e traz boas reflexões sobre a vida e sobre relacionamentos, sejam eles amorosos ou não. Um grande trabalho do Hamaguchi, que nesse mesmo ano ainda lançou outro filme bastante badalado, Drive My Car.

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