terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Crítica: Red Rocket (2022)


Sean Baker tem sido um dos nomes mais expoentes do cinema independente norte-americano, e o que mais chama a atenção nos seus filmes é a maneira extremamente humana com que ele apresenta seus personagens, que geralmente vivem em uma parte dos Estados Unidos que não é mostrada nos grandes filmes. Assim como fez em Tangerine (o famoso filme feito com a câmera de um iPhone) e Projeto Flórida, aqui em Red Rocket ele volta a apresentar sua história direto de uma cidade pequena e interiorana do país, e com personagens que vivem à margem da sociedade.


Na trama, Mikey (Simon Rex) é um ex-ator pornográfico que hoje, na altura dos 40 anos, vive perdido na vida. Sem ter onde morar, ele viaja de Los Angeles para o Texas, na cidade em que vivia anos atrás, onde acaba passando um tempo na casa da ex-mulher (ou mulher, já que o divórcio nunca foi de fato assinado), Lexi (Bree Elrod). Por acaso Mikey conhece uma garota de 17 anos que se autodenomina Strawberry, e que trabalha numa loja de rosquinhas na cidade. A entrada dessa menina na vida de Mikey acaba fazendo ele mudar certas perspectivas, inclusive fazendo-o voltar a pensar em fazer novamente seus filmes para adultos. 

Do meio para o final o filme tem algumas reviravoltas, e o mais interessante é perceber que tudo que acontece são apenas consequências das escolhas do protagonista, principalmente as ruins. Dá para dizer que Red Rocket, de alguma maneira, é um filme politicamente incorreto, principalmente se analisarmos algumas atitudes socialmente reprováveis do protagonista. Isso até pode incomodar algumas pessoas, mas eu particularmente gostei bastante da forma como o roteiro trabalha isso, até porque não se trata de um filme com vilões e mocinhos, mas sim, com personagens humanos que acertam e erram na mesma medida.

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