Lançado no Brasil diretamente no catálogo da Amazon Prime, o novo filme dirigido por George Clooney, Bar Doce Lar (The Tender Bar), fala, acima de tudo, sobre amadurecimento, e conta as memórias do escritor e jornalista J.R. Moehringer, vencedor do prêmio Pulitzer por reportagens feitas ao Los Angeles Times.
O enredo começa nos anos 1980 mostrando a infância
de JR em Long Island, que foi criado apenas pela mãe depois que o pai,
um DJ de rádio famoso, abandonou a casa. JR tem como principal elo
familiar o seu tio Charlie (Ben Affleck), dono de um bar chamado Dickens
(em homenagem ao escritor Charles Dickens). Charlie se torna quase um
mentor na vida de JR, sendo a figura paterna que ele não teve,
ensinando ao garoto tudo que ele precisava para crescer decentemente,
inclusive a gostar dos livros.
Ao mesmo tempo que o filme mostra
a infância de JR, mostra ele já no começo da idade adulta, ansioso para
conseguir uma vaga na universidade de Yale. E é aí que começam os problemas do filme, já que a transição de um período a outro, bem como a
sequência, onde passa a focar apenas na sua vida adulta, são muito mal
conduzidas. O filme possui diálogos muito fracos, com uma
enxurrada de frases de efeito prontas. A narração em off também me
incomodou demais, por ser totalmente expositiva e na maioria dos
momentos, desnecessária.
Também não consegui comprar a ideia da motivação do personagem em querer ser escritor, já que quando o roteiro parecia ir para esse lado, o da literatura, voltou atrás e não explorou isso como deveria. Algumas atuações também me pareceram muito forçadas, principalmente a do pai de JR, interpretado por Max Martini, e cuja relação com o filho é bastante superficial. A única ressalva do elenco é Ben Aflleck, que surpreendentemente cumpre bem o seu papel, de forma segura. Desde que decidiu se arriscar na direção há 20 anos atrás, a carreira de George Clooney tem sido marcada por muitos altos e baixos, e aqui temos, talvez, um dos seus piores trabalhos.
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