domingo, 12 de dezembro de 2021

Crítica: King Richard - Criando Campeãs (2021)


Quando se fala no tênis feminino, os primeiros nomes que me vem à cabeça são os de Venus e Serena Williams, dois fenômenos do esporte que por anos revezaram na liderança do ranking mundial, colecionando troféus e conquistando quatro medalhas olímpicas cada. King Richard, dirigido por Reinaldo Marcus Green, conta como tudo começou na carreira das irmãs, mas focando em Richard Williams, o pai das garotas, que fez tudo o que podia para que o sonho se tornasse realidade.


Richard (Will Smith) era obcecado por fazer suas filhas alcançarem sucesso no tênis, e chegou a criar um plano que ele fazia questão de seguir à risca, fazendo elas treinarem desde pequenas nas quadras precárias do subúrbio onde moravam. Usando estratégias bastante controversas, como não permitir que elas participassem de torneios juvenis para focar nos estudos e nos treinamentos, Richard teve dificuldades em encontrar um treinador que aceitasse essas suas ideias, até que surgiu Rick Macci (Jon Bernthal), que passou a treina-las junto com outros prodígios do esporte.

Dificuldades são normais em qualquer prática esportiva, mas em um esporte elitizado e majoritariamente branco, fica claro que a família Williams precisou se esforçar em dobro para conquistar seu espaço. O diretor aborda muito bem esta questão, principalmente quando mostra que, na maioria das vezes, Venus e Serena eram as únicas atletas negras no local onde estavam treinando, e isso acabava atraindo olhares muitas vezes discriminatórios.


O roteiro possui uma estrutura já bastante utilizada em filmes do gênero, que começa nas dificuldades e termina na superação, e é difícil fugir de alguns clichês. O principal ponto negativo para mim foi ter abordado superficialmente a personalidade da Serena, focando mais em Venus, além do pouco aprofundamento na vida de Richard antes das filhas nascerem, o que talvez explicasse melhor algumas de suas escolhas e o seu comportamento. Will Smith, por sinal, está bem no papel, mesmo que não exija tanto dele além do que já estamos acostumados a ver.

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