Conhecido por dirigir episódios de séries de sucesso como Game of Thrones, Shameless e Sucession, Mark Mylod volta ao cinema depois de onze anos com O Menu (The Menu), um filme que mistura elementos de comédia e terror, e apresenta uma sátira inteligente e perspicaz sobre a burguesia e a sociedade das aparências.
O filme começa com um grupo de pessoas da alta sociedade embarcando em um iate rumo a uma ilha distante, onde fica localizado o conceituado restaurante do chef Slowik (Ralph Fiennes). Só o ingresso para a experiência gastronômica custa mais de mil dólares por pessoa, o que já demonstra ser uma realidade muito distante e restrita apenas às pessoas com muito dinheiro. Entre elas está Tyler (Nicholas Hoult), que sonha se tornar um chef de renome um dia e vê na figura de Slowik quase um Deus, apesar de sua personalidade excêntrica. Quem acompanha ele é Margot (Anya Taylor-Joy), que aparentemente foi levada junto às pressas só porque é proibido ir sozinho ao local.
Junto deles ainda tem outros clientes que esbanjam "prestígio", como um ator de cinema e sua assistente, funcionários do mercado financeiro e uma das principais críticas gastronômicas do país. De forma teatral, Slowik e sua equipe iniciam a degustação dos pratos, e a partir de então o filme segue em forma de capítulos, cada um recebendo o nome do prato ofertado aos clientes na ocasião. Pouco a pouco eles vão ficando incomodados com os atos que acompanham os pratos, que vão ficando cada vez mais violentos e estranhos até atingir níveis bizarros de escatologia.
No meio do ricos, a personagem de Anya Taylor-Joy acaba sendo o ponto fora da curva. Enquanto todos ficam extasiados, ela não sente a mínima vontade de comer aquelas comidas elaboradas, até por ser a única que não faz parte da elite e não está acostumada com toda essa ostentação. O que ela queria mesmo era um bom e velho "xis burguer", e a gastronomia acaba sendo usada como ponto central para a crítica social que o filme pretende trazer. A maioria está ali apenas pelo status, em um claro retrato da sociedade de hoje em dia que parece querer fazer coisas apenas para poder postar na internet.
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