terça-feira, 27 de outubro de 2020

Crítica: Os 7 de Chicago (2020)

Sendo apenas o segundo filme dirigido por Aaron Sorkin, que é mais conhecido por seu trabalho como roteirista, Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7) conta a história real do famoso julgamento de sete homens acusados de incitar a violência no famoso protesto anti-guerra durante uma convenção do partido democrata em Chicago, no ano de 1968.

 

Particularmente esse filme veio em boa hora, pois acabei de ler Nix, do escritor Nathan Hill, que conta detalhes de como foi esse protesto sob a visão de uma jovem ativista. O filme serviu então, coincidentemente, como um complemento do que li, inclusive abordando alguns fatos descritos no próprio livro. No entanto, o enredo de Sorkin foca no depois dos protestos, quando os sete homens, de diferentes grupos, estão sob julgamento, acusados de serem os responsáveis pelo conflito com a polícia que acabou em vários feridos.

O longa se passa quase inteiramente dentro do tribunal, mas os acontecimentos da tarde do protesto são mostrados ao longo da projeção através de flashbacks e até mesmo de imagens de arquivo. O mais interessante, no entanto, é a forma como o juiz do caso (Frank Langella) se mostra totalmente parcial a favor da força policial e contra os jovens. Há até mesmo espaço para discussão do racismo, quando um membro dos Black Panters é acusado injustamente de fazer parte da confusão.


O elenco é afiadíssimo. Além de Langella, conta ainda com Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Jeremy Strong, Joseph Gordon-Levitt, Mark Rylance, Michael Keaton, e outros nomes menos conhecidos mas que também dão um show de interpretação. Trata-se, com toda a certeza, de um dos grandes filmes da gigante Netflix nesse ano louco de 2020.