sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

As apostas para o Óscar 2014.


Ocorre nesse domingo, no Teatro Dolby em Los Angeles, a tão aguardada 86ª cerimônia do Óscar de 2014. Como todo ano, é comum fazermos nossas apostas, e eu não poderia ficar de fora. Confira abaixo a minha lista para as principais categorias da premiação.


Melhor Filme
Na categoria principal do Óscar, dois filmes são favoritos absolutos: 12 Anos de Escravidão e Gravidade. O primeiro, do diretor Steve McQueen, vem arrecadando prêmios desde o ano passado, e é quase certo que deve levar para casa mais essa estatueta. Já o filme de Cuarón corre por fora, mas ainda sonha abocanhar o prêmio, o que seria uma boa surpresa. Além dos dois, podem surpreender os dramas Ela, de Spike Jonze, e a comédia Trapaça, de David O. Russell, mas é difícil. Meu preferido, no entanto, é Clube de Compras Dallas, que deve ganhar em outras categorias mas não nessa.

Quem ganha: 12 Anos de Escravidão
Quem pode surpreender: Gravidade
Quem corre por fora: Ela e Trapaça
Meu favorito: Clube de Compras Dallas

Melhor Diretor
O grande favorito nessa categoria é Alfonso Cuarón por seu trabalho em Gravidade. Vencedor das principais prévias do Óscar, ele tem tudo para levar para casa seu primeiro Óscar da carreira. Quem também tem boas chances é Steve McQueen por 12 Anos de Escravidão e Martin Scorsese por O Lobo de Wall Street, mas ambos dificilmente tiram o troféu do mexicano.

Quem ganha: Alfonso Cuarón
Quem pode surpreender: Steve McQueen
Quem corre por fora: Martin Scorsese
Meu favorito: Martin Scorsese

Melhor Ator
A categoria de melhor ator está bem disputada e imprecisa nesse ano. Tanto Matthew McConaughey como Leonardo DiCaprio são dois fortes candidatos, e suas atuações são realmente impressionantes. Porém, é quase uma comoção mundial o fato de DiCaprio não ter ganho nenhum Óscar em tantos anos de uma brilhante carreira, e a participação dele em O Lobo de Wall Street não deve ser ignorada (assim torcemos).

Quem ganha: Leonardo DiCaprio
Quem pode surpreender: Matthew McConaughey
Quem corre por fora: Chiwetel Ejiofor
Meu Favorito: Leonardo DiCaprio

Melhor Atriz
Esse ano é de Cate Blanchett, e isso ninguém pode negar. Vencedora de todos os principais prêmios desde o ano passado, ela deve levar mais um para casa, por conta de sua atuação impressionante em Blue Jasmine, do diretor Woody Allen. Amy Adams e Mery Streep também são fortes candidatas, mas dessa vez ninguém tira o troféu das mãos de Blanchett.

Quem ganha: Cate Blanchett
Quem pode surpreender: Amy Adams
Quem corre por fora: Meryl Streep
Meu Favorito: Cate Blanchett


Melhor Ator Coadjuvante
Assim como na categoria de melhor ator, a de coadjuvante também está bem disputada. Mas o fato é que diferente da outra, aqui temos sim um favorito: Jared Leto. Na pele de um travesti infectado com o vírus HIV, ele rouba a cena nos poucos minutos em que aparece no excelente drama Clube de Compras Dallas, em sua melhor atuação da carreira. Outros fortes candidatos são Barkhad Abdi, por Capitão Phillips (que ganhou o BAFTA há duas semanas atrás), e Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão.

Quem ganha: Jared Leto
Quem pode surpreender: Barkhad Abdi
Quem corre por fora: Michael Fassbender
Meu Favorito: Jared Leto

Melhor Atriz Coadjuvante
A nova queridinha de Hollywood, Jennifer Lawrence, é a grande favorita para levar mais um Óscar para casa por sua atuação em Trapaça. Porém, quem pode surpreender é Lupita Nyong'o, que fez um papel impressionante no drama 12 Anos de Escravidão, e é sem sombra de dúvidas a minha favorita.

Quem ganha: Jennifer Lawrence
Quem pode surpreender: Lupita Nyong'o
Quem corre por fora: Julia Roberts
Meu Favorito: Lupita Nyong'o

Melhor Roteiro Original
Woody Allen coleciona prêmios de melhor roteiro em sua prateleira, mas dessa vez ele deve dar lugar a outro. O roteiro de Blue Jasmine é, como de se esperar, muito bem construído, mas o grande favorito esse ano é o drama Ela, de Spike Jonze. Quem pode surpreender também é o roteiro de Trapaça, eleito por alguns críticos americanos como o melhor do ano passado.

Quem ganha: Ela
Quem pode surpreender: Trapaça
Quem corre por fora: Blue Jasmine
Meu Favorito: Clube de Compras Dallas

Melhor Roteiro Adaptado
Nessa categoria há dois favoritos: 12 Anos de Escravidão e O Lobo de Wall Street. Eu, particularmente, acredito que o vencedor deverá ser o primeiro, juntando os prêmios de melhor filme e melhor roteiro. Porém, o segundo  também tem um roteiro elogiável, e pode surpreender.

Quem ganha: 12 Anos de Escravidão
Quem pode surpreender: O Lobo de Wall Street
Quem corre por fora: Philomena
Meu Favorito: O Lobo de Wall Street

Melhor Filme de Animação
Essa é uma das categorias mais fáceis de se apostar nesse ano. O franco favorito ao prêmio é Frozen - Uma Aventura Congelante, que deixa para trás (e há quilômetros de distância) qualquer um dos outros candidatos. Ainda assim, meu favorito é o francês Ernest & Celestine, que é pouco conhecido e infelizmente parece não ter nenhuma chance.

Quem ganha: Frozen - Uma Aventura Congelante
Quem pode surpreender: Vidas ao Vento
Quem corre por fora: Ernest & Celestine
Meu Favorito: Ernest & Celestine

Melhor Filme Estrangeiro
O dinamarquês A Caça me surpreendeu muito ano passado, e mesmo assistindo todos os outros, segue sendo meu favorito ao prêmio. No entanto, é notório que o grande favorito é o italiano A Grande Beleza, do Paolo Sorrentino, que levou todos os outros prêmios do ano na categoria.

Quem ganha: A Grande Beleza
Quem pode surpreender: A Caça
Quem corre por fora: Omar
Meu favorito: A Caça

Melhor Documentário de Longa Metragem
O grande favorito ao prêmio é O Ato de Matar, do diretor Joshua Oppenheimer. O documentário apresenta o dia-dia do grupo criminoso que comanda a Indonésia, que é chamado para reconstituir em frente às câmeras todas as atrocidades cometidas em três décadas do regime.

Quem ganha: O Ato de Matar
Quem pode surpreender: Guerras Sujas
Quem corre por fora: The Square
Meu Favorito: O Ato de Matar

Melhor Trilha Sonora
Todos os filmes concorrentes ao Óscar costumam ter trilhas bem trabalhadas, o que dificulta a escolha do melhor. Porém, a que mais me chamou a atenção foi a do longa Ela. Sua música tranquila, no estilo Indie, foi um dos pontos que mais gostei no filme. Porém, o grande favorito é Gravidade.

Quem ganha: Gravidade
Quem pode surpreender: Ela
Quem corre por fora: A Menina que Roubava Livros
Meu Favorito: Ela

Melhor Direção de Arte
Por conta das imagens recriadas do imenso espaço, que nos possibilita ter uma visão realista da terra fora de órbita, Gravidade é o grande favorito nas categorias técnicas, e nessa não é diferente. No entanto, essa é uma categoria muito subjetiva, e Ela e Trapaça podem surpreender.

Quem ganha: Gravidade
Quem pode surpreender: Ela e Trapaça
Quem corre por fora: O Grande Gatsby
Meu Favorito: Gravidade

Melhor Fotografia
Esse é mais um prêmio subjetivo, mas a estatueta provavelmente irá para as mãos de Gravidade. Quem também tem boas chances é Nebraska, filmado em preto e branco, e O Grande Mestre, de Hong Kong.

Quem ganha: Gravidade
Quem pode surpreender: Nebraska
Quem corre por fora: O Grande Mestre
Meu Favorito: Gravidade

Melhor Maquiagem
Confesso que seria muito engraçado ouvir o apresentador anunciar Vovô sem Vergonha como vencedor do Óscar de melhor maquiagem. Pois sim, o novo filme dos pirados do Jackass está concorrendo, junto com outra surpresa: O Cavaleiro Solitário (o filme com mais indicações no Framboesa de Ouro). Por conta disso, fica fácil dizer que quem ganha é Clube de Compras Dallas.

Quem ganha: Clube de Compras Dallas
Quem pode surpreender: ninguém
Quem corre por fora: ninguém
Meu Favorito: Clube de Compras Dallas

Melhor Figurino
Esse prêmio técnico deve ir parar nas mãos de Trapaça, por sua ambientação dos anos 70, apesar de O Grande Gatsby também ser um forte candidato. Quem também pode surpreender é 12 Anos de Escravidão, mas é pouco provável.

Quem ganha: Trapaça
Quem pode surpreender: O Grande Gatsby
Quem corre por fora: 12 Anos de Escravidão
Meu Favorito: Trapaça

Melhores Efeitos Especiais
Está aí a categoria mais democrática do Óscar, a de efeitos especiais. Ela reuni filmes que possuem várias indicações com filmes que ninguém pensaria ver no Óscar. No entanto, quem deve ganhar o prêmio? Sim, ele mesmo, Gravidade.

Quem ganha: Gravidade
Quem pode surpreender: O Hobbit: A Desolação de Smaug
Quem corre por fora: Homem de Ferro 3
Meu Favorito: Gravidade

Outras categorias: Melhor Edição (Gravidade), Melhor Canção Original (Ordinary People, de Mandela), Melhor Edição de Som (Gravidade), Melhor Mixagem de Som (Capitão Phillips), Melhor Documentário de Curta-Metragem (The Lady in Number 6: Musci Saved My Life), Curta-Metragem (Aquel No Era Yo), Curta-Metragem de Animação (Mr. Hublot).

Confira os principais vencedores do prêmio César de 2014.


Ocorreu na noite dessa sexta-feira a entrega do prêmio César de Cinema, considerado o Óscar francês. O grande destaque foi a produção Les Garçons Et Guillaume, A Table!, do diretor Guillaume Gallienne. O longa, que ainda não tem estreia prevista no Brasil, concorria em 10 categorias e venceu em 5, incluindo a de melhor filme.

Confira abaixo a lista dos vencedores nas principais categorias da premiação.

Melhor Filme
9 Mois Ferme
Azul é a Cor Mais Quente
Les Garçons Et Guillaume, A Table!
Jimmy P
O Passado
Um Estranho no Lago
Venus in Fur

Melhor Diretor
Abdellatif Kechiche, por Azul é a Cor Mais Quente
AlbertDupontel, por 9 Mois Ferme
Alain Guiraudie, por Um Estranho no Lago
Arnaud Desplechin, por Jimmy P
Asghar Farhadi, por O Passado
Guillaume Gallienne, por Les Garçons Et Guillaume, A Table!
Roman Polanski, por Venus in Fur

Melhor Atriz
Bérénice Bejo, por O Passado
Catherine Deneuve, por Ela Vai
Emmanuelle Seigner, por Venus in Fur
Fanny Ardant, por Os Belos Dias
Léa Seydoux, por Azul é a Cor Mais Quente
Sandrine Kiberlain, por 9 Mois Ferme
Sara Forestier, por Suzanne

Melhor Ator
Albert Dupontel, por 9 Mois a Ferme
Fabrice Luchini, por Pedalando com Molière
Grégory Gadebois, por Mon Ame Par Toi Guérie
Guillaume Galliene, por Les Garçons Et Guillaume, A Table!
Mads Mikkelsen, por Michael Kohlhaas
Mathieu Amalric, por Venus in Fur
Michel Bouquet, por Renoir

Melhor Atriz Coadjuvante
Adèle Haenel, por Suzanne
François Fabian, por Les Garçons Et Guillaume, A Table!
Géraldine Pailhas, por Jovem e Bela
Julie Gayet, por Quai D'Orsay
Marisa Borini, por Um Castelo na Itália

Melhor Ator Coadjuvante
François Damiens, por Suzanne
Olivier Gourmet, por Grand Central
Niels Arestrup, por Quai D'Orsay
Patrick Chesnais, por Os Belos Dias
Patrick D'Assumçao, por Um Estranho no Lago

Atriz Revelação
Adèle Exarchopoulos, por Azul é a Cor Mais Quente
Golshifteh Farahanie Syngué Sabour, por Pierre de Patience
Lou de Laâge, por Jappeloup
Marine Vacth, por Jovem e Bela
Pauline Ettiene, por A Religiosa

Ator Revelação
Nemo Schiffman, por Ela Vai
Paul Bartel, por Les Petits Princes
Pierre Deladonchamps, por Um Estranho no Lago
Paul Hamy, por Suzanne
Vincent Macaigne, por La Fille du 14 Juillet

Melhor Roteiro Original
Albert Dupontel, por 9 Mois Ferme
Alain Guiraudie, por Um Estranho no Lago
Asghar Farhadi, por O Passado
Katell Quillévéré e Mariette Désert, por Suzanne
Phillipe Le Guay, por Pedalando com Molière

Melhor Roteiro Adaptado
Abdellatif Kechiche, por Azul é a Cor Mais Quente
Antonin Baudry, Christophe Blain e Bertrand Travernier, por Quai D'Orsay
Arnaud Desplechin, Julie Peyr e Jent Jones, por Jimmy P
David Ives e Romans Polanski, por Venus in Fur
Guillaume Galliene, por Les Garçons Et Guillaume, A Table!

Melhor Filme de um Diretor Estreante
La Bataille De Solférino, de Justine Triet
La Cage Dorée, de Ruben Alves
La Fille Du 14 Juillet, de Antonin Peretjakto
Les Garçons Et Guillaume, A Table!, de Guillaume Galienne
En Solitaire, de Christophe Offenstein

Melhor Filme Estrangeiro
A Grande Beleza, Itália
Alabama Monroe, Bélgica
Branca de Neve, Espanha
Blue Jasmine, Estados Unidos
Dean Man Talking, Bélgica
Django Livre, Estados Unidos
Gravidade, Estados Unidos.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

8 animações para NÃO assistir com crianças.

Inicialmente, a ideia de filmes animados tinha o intuito de agradar apenas os pequenos, que tinham poucas opções no cinema, ou quase nada. Com o tempo, o público alvo continuou sendo as crianças, mas sofreu uma mudança significativa. Filmes com enredos adultos tomaram conta do mercado das animações, e já tem uma porcentagem significativa no número de filmes do gênero. Por tudo isso, decidi criar essa lista com 8 boas animações dentre as que não são recomendadas para as crianças. Qual sua preferida? Comente.

1. Persépolis (2007)

Persépolis (Persepolis) é uma excelente animação francesa baseada nos quadrinhos autobiográficos de Marjane Satrapi, que também foi a diretora do longa. A trama começa um pouco antes da Revolução Iraniana, onde o governo foi deposto dando início a uma terrível ditadura que controlava como todos deveriam se vestir e agir. Com um humor ácido, a diretora mostra como era a vida dos jovens na época, que eram proibidos de se divertir, e lutavam para recuperar a liberdade que anteriormente possuíam. O filme concorreu ao Óscar de melhor animação (perdendo para, pasmem, Ratatouille).

2. Valsa com Bashir (2008)

O longa do israelita Ari Folman é filmado em forma de documentário, e mostra um veterano da Guerra do Líbano buscando recuperar as memórias perdidas da época do conflito, principalmente dos eventos que marcaram o terrível massacre de Sabra e Shatila. O filme aborda ainda, de forma sensível, o envolvimento que Israel teve no ocorrido, resgatando o trauma que ainda vive no imaginário daquele povo. Valsa com Bashir foi eleito pelos críticos americanos como melhor filme de 2008, e chegou a concorrer ao Óscar de melhor filme estrangeiro.

3. A Pequena Loja de Suicídios (2012)

Usando de humor negro, a animação francesa começa mostrando uma cidade triste e melancólica onde não há mais espaço para diversão, ou seja, local perfeito para uma loja especializada em artigos para suicídio. Cordas, venenos, e outros instrumentos diversos são vendidos pelo casal Mishima e Lucrèce, até que a proprietária dá a luz a um menino alegre e repleto de vida, que muda completamente a rotina e o clima do local. Apesar do clima carregado, é um filme que passa uma mensagem bacana no final.

4. Mary & Max - Uma Amizade Diferente (2009)

Quando uma menina australiana de 8 anos começa a se corresponder com um senhor de idade solitário dos Estados Unidos através de cartas, uma forte amizade nasce entre os dois. De acordo com os altos e baixos da vida, eles vão contando suas dúvidas, suas carências e seus sonhos, e mesmo coma  distância, um busca no outro aquilo que não tem por perto. É um belo filme que nos faz rir e chorar, e emociona até mesmo os corações mais durões.

5. Walking Life (2001)

Após não conseguir acordar de um sonho, um jovem começa a encontrar pessoas da vida real em seu mundo imaginário, com quem tem longas conversas sobre o estado de consciência do ser humano, além de discussões filosóficas e religiosas interessantes. O filme foi filmado com atores reais, que tiveram a imagem sobreposta em uma película, dando assim o formato de animação desejado.

6. As Bicicletas de Belleville (2003)

Campeão é um jovem solitário que só se sente feliz quando está em cima de uma bicicleta. Percebendo a aptidão do garoto, a avó com quem ele mora passa a incentivá-lo em seu treinamento para que ele participe da Volta da França, principal evento ciclístico do país. Durante o evento ele é sequestrado, e sua avó parte em sua busca numa megalópole chamada Belleville. O longa concorreu ao Óscar de melhor filme de animação em 2004.

7. O Mágico (2010)

Um senhor que trabalha como mágico vê seu público diminuir a cada dia que passa, devido à preferência do público jovem por atrações mais populares, como shows de rock n' roll. Como consequência, ele precisa viajar para conseguir se manter no ramo, e numa dessas viagens ele conhece uma menina, que passa a viajar com ele e muda completamente sua vida.

8. Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock n Roll (2006)

A animação brasileira, que traz os personagens mais conhecidos do cartunista paulistano Angeli, começa na virada do ano de 1972 no apartamento de um deles, onde eles curtem um barato enquanto estouram foguetes de ano novo. Depois de trinta anos, todos já estão carecas e acabados, vivendo numa sociedade cada vez mais individualista e consumista. As responsabilidades, porém, não combinam com esse grupo de "inconsequentes", que buscam nas palavras de Raul Seixas a inspiração para criarem uma banda de rock completamente insana.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Crítica: Oldboy - Dias de Vingança (2014)


Existe uma cultura enraizada de que todo remake é ruim e não deveria ser feito. Dá para entender isso, até porque boa parte acaba sendo mesmo bem abaixo do original, e isso não há como negar. No entanto, quantos filmes viraram clássicos entre os amantes de cinema, e que na verdade não passam de regravações de antigas histórias? A verdade é que isso é bastante contraditório.

Existe também outra cultura, de que filmes orientais são intocáveis, e que para se mostrar entendido de cinema você deve idolatrá-los, além de descartar qualquer tipo de enlatado americano. Eu já pensei dessa forma, mas de uns tempos para cá mudei completamente minha visão, o que possibilitou que eu fosse assistir esse filme sem julgar ou criar um pré-conceito. E posso dizer que não saí decepcionado, pelo contrário.


Em primeiro lugar, é óbvio que muita coisa teria que mudar, até porque é outro país, outra cultura, outra época. O jeito é tentar assistí-lo sem pensar no original, ainda que isso seja difícil. O filme começa nos apresentando a Joe Douchett (Josh Brolin), um publicitário conhecido que, aparentemente, não age de forma correta. Em uma noite de bebedeira, ele acaba sendo sequestrado e acorda num quarto de hotel estranho, completamente sozinho. Logo, descobre que está aprisionado, sem nenhuma possibilidade de sair dali.

Os anos vão passando e ele vai sendo alimentado por um buraco na porta, como numa verdadeira prisão, enquanto passa os dias assistindo televisão e fazendo exercícios. Além disso, sempre que desce um gás branco pela tubulação, ele fica inconsciente, e os responsáveis entram no local para limpá-lo e trocar algumas coisas de lugar. Assistindo o noticiário, Joe descobre que sua ex-mulher foi estuprada e morta, e sua filha de 3 anos está órfã. Pior do que isso: ele é o principal suspeito do crime.


Mais de 20 anos depois, ele é misteriosamente libertado dentro de uma mala, no meio do nada. Seu grande desejo primeiramente é reencontrar a filha, que já está uma mulher, e provar para ela que ele não foi responsável pela morte da sua mãe. O segundo desejo é descobrir quem fez isso com ele e buscar vingança.

O instinto de vingança é bem mais elaborado no filme sul-coreano, até porque o assunto é uma máxima no cinema de lá. Para quem assistiu  as duas versões, fica evidente que Oh Dae-su era muito mais extremo do que Joe. A busca pelos responsáveis é diferente, feita de forma mais prática, ainda que não menos violenta. Porém, é uma violência suavizada, não explícita.


Com a ajuda de uma nova amiga, Marie (Elizabeth Olsen), ele vai descobrindo o nome de todos os envolvidos no caso, e passa a torturá-los um a um. Tudo isso até encontrar o homem por trás de tudo, e descobrir sua motivação para tanto. O final é um pouco diferente do original, e deixou um pouco a desejar, apesar de manter a tal revelação bombástica que fez do filme original um soco no estômago em 2003.

A cena clássica (e nojenta) onde o personagem come um polvo vivo ficou de fora, mas em compensação, a cena da luta no corredor, onde ele tem que enfrentar um bando de uma vez só, se faz presente. Apesar de algumas mudanças, o roteiro é bastante idêntico. Spike Lee conseguiu trazer uma sensibilidade que não existe no filme de Chan-wook Park. As atuações parecem forçadas no começo, mas vão crescendo com o desenrolar do filme.A participação de Samuel L. Jackson é fantástica, como sempre, e rouba a cena.


Por fim, a maioria das críticas vem por conta do preconceito, de uma maioria que preferiu falar sem nem mesmo se dar ao trabalho de assistir. Oldboy - Dias de Vingança pode não ser uma grande obra, mas é um bom filme, e cumpre o que promete tanto quanto o original.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Os 5 maiores sucessos de John Travolta.

Pois é, acreditem, John Travolta já é sessentão! O ator, que se sagrou como galã nos anos 70, possui uma carreira de altos e baixos, sempre oscilando entre bons e maus filmes. Mas graças ao seu carisma, sua beleza e seu talento para a dança, ele acabou virando uma das grandes lendas da história do cinema.

Nascido em Nova Jersey, oriundo de uma família ítalo-americana, John Travolta se lançou mundialmente no cinema em 1976 no clássico Carrie: A Estranha (Carrie), ainda novinho. Porém, graças a sua carreira de dançarino na Broadway, foi com Os Embalos de Sábado a Noite (Saturday Night Fever) que ele ganhou de vez o público, na pele do emblemático Tony Manero. Na época, já atraindo fãs histéricas, Travolta ainda filmaria outro grande sucesso do gênero, Grease - Nos Tempos da Brilhantina (Grease).

Depois de um certo ostracismo que durou quase duas décadas, onde seu maior sucesso foi a comédia Olha Quem Está Falando (Look Who's Talking), ele voltou a fazer sucesso em 1994 ao trabalhar com Quentin Tarantino no clássico Pulp Fiction. Seu personagem Vincent Vega é até hoje um dos mais marcantes da história do cinema, e lhe rendeu uma indicação ao Óscar de melhor ator.

Enfim, para comemorar seu aniversário de 60 anos, o Cinema Arte traz uma lista com os cinco maiores sucessos do ator. Então, já assistiu a todos? Comente.

1. Pulp Fiction (1994)

Vincent Vega trabalha como assassino profissional ao lado de Jules (Samuel L. Jackson), fazendo cobranças para o gângster Marsellus (Ving Rhames). Quando se vê forçado a sair com a esposa do chefe, ele teme passar dos limites, e acaba se metendo numa situação bastante perigosa. Junto com Uma Thurman, Travolta protagonizou uma das cenas de dança mais marcantes do cinema.

2. Os Embalos de Sábado a Noite (1977)

Tony Manero é um jovem que vive no Brooklyn e trabalha numa loja de tintas. Excelente dançarino, ele trabalha a semana toda aguardando pelo fim de semana, onde se diverte nas discotecas da região, participando de concursos de dança. Foi o primeiro grande sucesso de sua carreira, e onde ele ganhou a fama de galã.

3. Grease - Nos Tempos da Brilhantina (1978)

O musical se passa entre o final dos anos 50 e o início dos anos 60, e mostra a vida do casal Danny (Travolta) e Sandy (Olivia Newton-John), que se apaixonam no verão mas acabam se separando depois que ela decide retornar para a Austrália. O filme ficou famoso por mostrar muito do comportamento tipico da juventude na época, e até hoje é considerado um clássico.

4. O Quarto Poder (1997)

Esse filme não pode ser considerado um sucesso, até porque é um dos menos conhecidos da sua carreira, mas está na lista por uma questão pessoal. Para mim, depois de Pulp Fiction, O Quarto Poder é o melhor filme com Travolta. Na trama, ele dá vida a Sam, um segurança que acaba de ser demitido de um Museu de História e resolve tirar satisfação com sua chefe de forma violenta. Enquanto isso, um repórter se aproveita da situação, e em nome da audiência, acaba mudando os rumos da história.

5. Um Tiro na Noite (1981)

Nesse clássico de Brian de Palma, Travolta interpreta o operador de som de cinema Jack Terry, que sem querer, acaba gravando o som do que parece ser um acidente de automóvel. Analisando sua gravação, ele chega a verdades que colocam sua vida em risco, e ele precisa escolher entre contar a verdade ou sofrer as consequências.

Crítica: Jimmy P. (2013)



Baseado numa história real, Jimmy P. conta a história de Jimmy Picard (Benício Del Toro), um índio americano que acabou de voltar da Segunda Guerra. Com problemas físicos e psíquicos, como cegueira momentânea, dormência pelo corpo e visões, ele é levado aos hospital, onde os médicos acreditam que eles está com esquizofrenia.


Por se tratar de um índio, proveniente de uma cultura diferente das suas, os médicos não sabem direito o que fazer e resolvem chamar o antropólogo George Devereux (Mathieu Amalric), que é um exímio estudioso das etnias, para ajudá-los. George e Jimmy começam a conversar e, aos poucos, o soldado vai contando ao antropólogo toda a sua vida, desde a infância complicada até a separação da mulher antes de ir para a guerra.

Jimmy perdeu o pai ainda com 5 anos, e foi criado pela irmã mais velha e seu cunhado. Aos 17 anos teve uma filha de outra etnia, que foi morar com a avó após a morte da mãe. Já na Guerra, Jimmy sofreu, como todo soldado que não sabe o que está fazendo lá. Para piorar, no retorno ficou sabendo que sua mulher estava com outro.


No meio da história, Jimmy também vai contando seus sonhos. É legal a forma como se misturam realidade e delírios na narrativa, e o diretor soube utilizar muito bem isso. Com tudo isso, George vai traçando a personalidade de Jimmy, tentando encontrar um motivo a mais para sua enfermidade.

Jimmy P. é um filme construído nos diálogos. Pode-se dizer que 90% do filme é apenas falado, e apesar disso ter sido bem construído, ficou um pouco cansativo do meio pro final. As atuações são muito boas e cumprem seu papel, assim como a fotografia que é deslumbrante.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Crítica: Philomena (2014)


Apesar de ser taxado como comédia e contar com algumas cenas realmente engraçadas, Philomena (Philomena) é um filme bastante triste, sobretudo por se tratar de uma história real. A forma sensível com que é mostrado, no entanto, faz com que acabe sendo um filme leve e agradável de assistir, e uma das grandes surpresas do ano.


Philomena Lee (Julie Dench) é uma senhorinha irlandesa muito religiosa, que apesar de parecer ingênua, é esperta, faladeira, e sincera até demais. Quando tinha 17 anos, em uma feira ao ar livre, Philomena se deixou levar pelo desejo ao conhecer um belo jovem, e o ato trouxe como consequência um filho nove meses depois. Acolhida em um convento, foi separada da criança logo que ela nasceu, tendo restrita suas visitas para ver o mesmo como punição pelo seu pecado.

No passado (e até hoje, se duvidar), era comum a igreja católica levar seus seguidores no cabresto, delegando punições severas para aqueles que cometessem atos pecaminosos. O convento Abadia de San Ross, já no século 20, ainda seguia essa lógica. Abrigando mulheres solteiras grávidas, elas faziam o parto e cuidavam das crianças, enquanto as mães deveriam trabalhar para elas como escravas para pagar o "acolhimento".


As crianças, porém, eram disponibilizadas para adoção mesmo sem o consentimento das mães, que para evitar isso deveriam pagar 100 libras (o que nenhuma tinha consigo, é claro). Nesse ínterim, o filho de Philomena acabou sendo levado por uma família de americanos, para desespero da mesma.

O sentimento comum nesse tipo de situação seria o ódio, principalmente contra as freiras do local. Qualquer agiria dessa maneira. Porém, religiosa fervorosa, Philomena acredita que tudo isso serviu como castigo para seu pecado, e não as culpa por isso. Pior do que isso, acredita que mereceu tudo pelo qual passou.


Em 2004, a história da busca pelo filho perdido caiu nas mãos do repórter Martin Sixsmith (Steve Coogan), que vivia uma crise profissional após alguns problemas na carreira. Ele abraçou a causa e decidiu ajudá-la, custasse o que custasse. Juntos, eles acabam descobrindo coisas impressionantes sobre o paradeiro do filho, desde sua opção sexual até sua carreira de sucesso na política.

A personalidade de Philomena é curiosa, e contrasta com a de Martin. Enquanto ela é uma católica praticante, ele é um ateu convicto, e essa discussão religiosa acaba sendo uma das partes mais bacanas do longa. Frears fez um filme explicitamente anti-clerical, e por isso mesmo, está gerando polêmica atrás de polêmica. Mas afinal de contas, que Deus bondoso é esse que usa de sua onipotência para fazer as pessoas sofrerem por simplesmente quererem algum prazer na vida? 


As atuações são excelentes, e a indicação de Dench para o Óscar é merecida. A ambientação da época também é impecável, assim como a trilha sonora. Philomena pode até não ter chances de levar o Óscar de melhor filme, mas isso nunca serviu como parâmetro para dizer se um filme é bom ou não. O fato é que se trata de uma história dolorosa, mas ainda assim imperdível.


Confira os vencedores do prêmio BAFTA 2014.

Ocorreu nesse último domingo (16) a entrega do prêmio anual do BAFTA, considerado o Óscar britânico, e como era de se esperar os dois principais vencedores foram os longas 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave) e Gravidade (Gravity). O primeiro, venceu na categoria de melhor filme e melhor ator, enquanto o segundo ganhou em todos os quesitos técnicos, somando ao todo seis troféus.



Uma das principais surpresas desde o anúncio dos indicados foi a ausência total de Clube de Compras Dallas, um dos favoritos ao Óscar em diversas categorias. Por conta disso, é curioso ver Jared Leto e Mattew McConaughey não aparecerem na lista de vencedores, como vem acontecendo em boa parte das premiações. A vitória de Chiwetel Ejiofor como melhor ator também não era esperada, já que os favoritos eram Christian Bale e Leonardo DiCaprio. 

No mais, não houve nenhuma grande surpresa. Confira abaixo a lista completa dos vencedores.

Melhor Filme
12 Anos de Escravidão confirmou o favoritismo e levou mais um prêmio no ano.
12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen
Capitão Phillips, de Paul Greengrass
Gravidade, de Alfonso Cuarón
Philomena, de Stephen Frears
Trapaça, de David O. Russell

Melhor Filme Britânico
Gravidade foi eleito o melhor filme britânico de 2013.
Gravidade, de Alfonso Cuarón
Mandela : Um Longo Caminho Para a Liberdade, de Justin Chadwick
O Gigante Egoísta, de Clio Barnard
Philomena, de Stephen Frears
Rush - No Limite da Emoção, de Ron Howard
Walt nos Bastidores de Mary Poppins, de John Lee Hancock

Melhor Diretor
Cuarón levou o prêmio de melhor direção por Gravidade.
Alfonso Cuarón, por Gravidade
David O. Russel, por Trapaça
Martin Scorsese, por O Lobo de Wall Street
Paul Greengrass, por Capitão Phillips
Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão

Melhor Ator
Chiwetel Ejiofor e seu prêmio de melhor ator.
Bruce Dern, por Nebraska
Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Christian Bale, por Trapaça
Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street
Tom Hanks, por Capitão Phillips

Melhor Atriz
O ano é mesmo dela. Mais um troféu que Cate Blanchett leva para casa.
Amy Adams, por Trapaça
Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Emma Thompson, por Walt nos Bastidores de Mary Poppins
Judi Dench, por Philomena
Sandra Bullock, por Gravidade

Melhor Ator Coadjuvante
Barkhad Abdi orgulhoso com seu primeiro prêmio da carreira.
Barkhad Abdi, por Capitão Phillips
Bradley Cooper, por Trapaça
Daniel Bruhl, por Rush - No Limite da Emoção
Matt Damon, por Minha Vida com Liberace
Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão

Melhor Atriz Coadjuvante
Jennifer Lawrence ganhou como melhor atriz coadjuvante por Trapaça.
Jennifer Lawrence, por Trapaça
Julia Roberts, por Álbum de Família
Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidão
Oprah Winfrey, por O Mordomo da Casa Branca
Sally Hawkins, por Blue Jasmine

Melhor Ator/Atriz Revelação
Dane DeHaan; por O Lugar Onde Tudo Termina
George McKay, por How I Love Now
Léa Seydoux, por Azul é a Cor Mais Quente
Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidão
Will Poulter, por A Família do Bagulho

Melhor Roteiro Original
Blue Jasmine - Woody Allen
Gravidade - Alfonso Cuarón
Inside Llewyn Davis - Ethan e Joel Coen
Nebraska - Alexander Payne
Trapaça - David O. Russell

Melhor Roteiro Adaptado
12 Anos de Escravidão - Steve McQueen
Capitão Phillips - Paul Greengrass
Minha Vida com Liberace - Steven Soderbergh
O Lobo de Wall Street - Martin Scorsese
Philomena - Stephen Frears

Melhor Filme Estrangeiro
O italiano A Grande Beleza levou mais um prêmio para casa, entre tantos.
A Grande Beleza - Itália
Azul é a Cor Mais Quente - França
Metro Manila - Reino Unido/Filipinas
O Ato de Matar - Indonésia
O Sonho de Wadjda - Arábia Saudita

Melhor Filme de Animação
Frozen foi eleito o melhor filme de animação de 2013.
Frozen - Uma Aventura Congelante, de Chris Buck
Meu Malvado Favorito 2, de Chris Renaud
Universidade Monstros, de Dan Scanlon

Melhor Documentário
Blackfish - Fúria Animal, de Gabriela Cowperthwaite
O Ato de Matar, de Joshua Oppenheimer
Roubamos Segredos - A História do Wikileaks, de Alex Gibney
Tim's Veermer, de Teller
The Armstrong Lie, de Alex Gibney

Melhor Trilha sonora
12 Anos de Escravidão
A Menina que Roubava Livros
Capitão Phillips
Gravidade
Walt nos Bastidores de Mary Poppins

Melhor Fotografia
12 Anos de Escravidão
Capitão Phillips
Gravidade
Inside Llewyn Davis
Nebraska

Melhor Edição
12 Anos de Escravidão
Capitão Phillips
Gravidade
O Lobo de Wall Street
Rush - No Limite da Emoção

Melhor Direção de Arte
12 Anos de Escravidão
Gravidade
Minha Vida com Liberace
O Grande Gatsby
Trapaça

Melhor Figurino
Behind the Candelabra
O Grande Gatsby
The Invisible Woman
Trapaça
Walt - Nos Bastidores de Mary Poppins

Melhor Som
Até o Fim
Capitão Phillips
Gravidade
Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum
Rush - No Limite da Emoção

Melhores Efeitos visuais
Além da Escuridão - Star Trek
Gravidade
Homem de Ferro 3
O Hobbit: A Desolação de Smaug

Melhor Maquiagem
Behind the Candelabra
O Grande Gatsby
O Mordomo da Casa Branca
O Hobbit: A Desolação de Smaug
Trapaça