terça-feira, 30 de setembro de 2014

Crítica: Frank (2014)


Divertido e corajoso, Frank, do diretor estreante Leonard Abrahamson, é um dos filmes mais bacanas desse ano, e vem chamando positivamente a atenção de boa parte da crítica especializada, graças a sua atmosfera inebriante e seus personagens complexos e peculiares.



Jon Burroughs (Domhnall Gleeson) é um jovem garoto inglês, que divide seu tempo entre navegar na internet, trabalhar em um escritório, e compôr suas próprias músicas no teclado. Certo dia, por um mero acaso, ele acaba sendo chamado para substituir o tecladista da exótica Soronprfbs, uma banda com som completamente esquisito e incomum.

No entanto, não é só o som da banda que é estranho, mas também todos os seus integrantes. A começar pelo vocalista, Frank (Michael Fassbender), um homem que vive com uma cabeça gigante acoplada, e que não a tira nem para dormir. Sua performance extravagante conquista admiradores por onde passam, mas o comportamento dos outros membros acaba botando sempre tudo a perder, com brigas acirradas em cima do palco, diante de todos.



Para gravar um disco, a banda decide se isolar por um tempo, para segundos eles, encontrar a essência que a música precisa. Nesse ínterim, vamos conhecendo bem mais a fundo a personalidade por trás da cabeçorra de Frank. Quem ele é? O que houve com ele? Por que ele não deixa que ninguém veja seu rosto?

Apesar de ser considerada uma comédia, é notório que a partir desse ponto o diretor começa a dar um ar dramático à trama. Ao mostrar o passado de Frank, e suas internações em clínicas psiquiátricas, vamos adentrando em uma história densa, com cenas profundas, mas sem deixar o carisma do enredo de lado.



Os personagens são criativos, emocionais, e nada caricatos. O destaque fica por canta da atuação do promissor Domnhall Gleeson, da sempre bela Maggie Gyllenhaal e de Michael Fassbender, cuja participação brilhante consiste apenas em gestos e voz, dando uma aura única a um dos personagens mais queridos e emblemáticos dos últimos anos.

Com um clima indie, inclusive na trilha sonora e na fotografia, Frank é sem dúvida um dos filmes mais interessantes de 2014. Elogiado no festival de Sundance, é pouco provável que seja lançado comercialmente por aqui. No entanto, para quem quiser ver algo inovador e diferente, o download do filme não é difícil de encontrar.


Crítica: Sin City - A Dama Fatal (2014)


É apenas mais uma noite em Sin City, mas quem assistiu ao primeiro filme e conhece as histórias em quadrinhos criadas por Frank Miller, sabe que isso pode querer dizer absolutamente qualquer coisa. Nessa sequência, Robert Rodríguez repete a mesma fórmula que fez de Sin City - A Cidade do Pecado um sucesso em 2005. A única diferença é a qualidade dos efeitos, que já haviam sido impressionantes há nove anos atrás, e que melhoraram ainda mais com o avanço da tecnologia.



Assim como no primeiro filme, o longa reúne pequenas histórias paralelas, que se cruzam ou não pelas sombrias ruas da cidade, contadas de forma não cronológica. Logo de início somos reapresentados a Marv (Michael Rourke), personagem emblemático do primeiro filme, que acorda no meio de escombros sem lembrar direito o que aconteceu, tentando buscar a todo custo as memórias da última noite.

De súbito, somos apresentados à história de Johnny (Joseph Gordon-Levitt), um exímio jogador de pôquer que vai até a boate Kadie's para desafiar o invencível senador Roark (Powers Boothe). De todas, essa é a única estória que foi escrita exclusivamente para as telas, mas infelizmente parece não ter seguido uma linha de raciocínio, nos fazendo perguntar o porque de sua existência. Até começa bem, mas desanda e termina numa repetição sem sentido.



Outro personagem que retorna do primeiro filme é Nancy (Jessica Alba), uma das dançarinas da boate do senador. Diferente do primeiro filme, onde ela tem destaque, dessa vez ela busca o tempo todo (e somente isso) vingar a morte de John (Bruce Willis), e isso parece não ter sido desenvolvido como deveria. Quem também volta e muito bem é Dwight, interpretado dessa vez por Josh Brolin e não mais por Clive Owen.

Por último tem a história que dá nome ao filme, da "dama fatal" Ava Lord (Eva Green), uma mulher que usa todo seu sex-appeal para conseguir o que quer dos outros, principalmente de Dwight. O que estraga o ritmo do filme, no entanto, é que o clímax dessa história, que teoricamente seria a principal, nos chega cedo demais, fazendo com que o que vem depois seja uma espécie de prólogo deprimente.



Como entretenimento vale a pena, mas é bastante inferior ao primeiro, e não é algo relevante para se lembrar futuramente. Pelo contrário, o filme carece de um propósito, e o enredo apesar de entreter, parece não levar a lugar algum.  No entanto, deixo claro que nem tudo nele é ruim. Os diálogos divertidos, a trilha sonora frenética e a fotografia chamam a atenção.


domingo, 28 de setembro de 2014

Recomendação de Filme #55

Vênus Negra - Abdellatif Kechiche (2010)

Do diretor Abdellatif Kechiche (de Azul é a Cor Mais Quente e O Segredo do Grão), Vênus Negra é um dos filmes mais dilacerantes que tive a oportunidade de assistir. Não é à toa que ele chocou o mundo ao ser lançado em 2010 no Festival de Cannes, onde muitos não conseguiram aguentar até o fim da sua exibição. Com cenas fortes e extremamente reais do que de mais grotesco existe no ser-humano, é um filme para quem tem estômago.


No início do século XIX, existia em Londres um bairro que era conhecido por apresentar diversos shows de horrores, com participação de anões, mulheres barbadas, pessoas deformadas, e outras atrações consideradas bizarras para a época. Dentre elas estava Saartjie Baartan, uma empregada doméstica africana que foi levada à Inglaterra pelo seu patrão, Hendrick Caesar, com a promessa de ganhar dinheiro se apresentando artisticamente nos palcos do país, mostrando as danças e a música de seu país natal.

Oriunda da tribo dos hotentotes, cuja característica predominante era o acúmulo de gordura nas nádegas e o "avental hotentote", uma anomalia nas regiões genitais, Saartjie passou a ser publicamente anunciada como a selvagem "Vênus Hotentote", muito diferente do que ela tinha em vista. Obrigada a utilizar uma coleira, o espetáculo com Saartjie consistia nela dentro de uma jaula, onde Hendrick, fingindo ser um explorador da vida selvagem, tentava "domá-la" diante de um público em fervorosa.



Diariamente humilhada, ela não tinha para onde ir, e em troca de pão e whisky, que ela bebia para esquecer todas as mágoas, teve que se submeter a isso durante anos. Quando as autoridades locais começaram a investigar a apresentação, Hendrick juntou seu grupo e fugiu para Paris, onde segundo seu parceiro ..., era um lugar onde tudo era permitido. Na capital francesa ela não era mais vista apenas como aberração. Para aradar a aristocracia deprava, ela era obrigada a participar de shows eróticos e até mesmo vender seu corpo para sobreviver.

A triste história choca ainda mais por ter sido real. O começo do filme, aliás, começa em uma conferência científica em Paris, no ano de 1815, onde pesquisadores usam a imagem de Saartjie para exemplificar as características da sua tribo, tentando de alguma forma estreitar a relação do homem com o macaco, e comprovar a inferioridade da raça negra perante a raça branca. Isso na época era comum, como forma de fazer com que o racismo fosse uma argumentação aceitável.



Exibida em um museu francês até a década de 1980, Saartjie virou um símbolo da luta pelos direitos humanos. Já no final do filme, acompanhamos o retorno dos seus restos mortais para sua terra natal, a África do Sul, em 2002, quase dois séculos depois. Recebida com homenagens, inclusive pelo chefe de Estado da época, Nelson Mandela, ela é hoje considerada um dos grandes heróis do país, o que infelizmente não faz com que toda sua dor diminua.

O grande destaque fica por conta da atriz cubana Yahima Torres, que aliás era estreante quando fez o papel. Seus olhares e suas feições contrastam com a situação e o ambiente em que ela é obrigada a viver. Apesar de todo o sofrimento, a personagem quase não chora, com exceção em duas cenas, que são realmente de cortar o coração.


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Mais do que tudo, a principal intenção de Kechiche talvez tenha sido nos questionar até onde vai a curiosidade e a exploração humana perante alguém considerado fora dos padrões, e o quanto isso é nocivo. Hoje não temos mais shows de horrores como antigamente, mas isso não impede que, diariamente, muitos ganhem em cima dos outros da mesma forma ou ainda pior, e isso é algo que infelizmente nunca vai mudar.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Crítica: Prenda-me (2013)


Um homem morre após despencar da sacada do apartamento onde morava, e o inquérito policial classifica o ato como suicídio. Dez anos depois, sua mulher (Sophie Marceau) aparece na delegacia para confessar que não foi suicídio, e sim, que ela o empurrou lá de cima. Esse é o mote central de Prenda-Me (Arretez Moi), novo filme do francês Jean-Paul Lilienfeld.


É noite, e a policial Pontoise (Miou-Miou) está de plantão na delegacia onde trabalha, com as luzes apagadas para evitar ao máximo que sua tranquilidade seja abalada. O que ela não esperava era que em poucos minutos teria que enfrentar um dos maiores e mais estranhos desafios de sua carreira: uma mulher (sem nome propositalmente, e depois eu falo mais o porquê) que entra em sua delegacia e exige ser presa por um ato que praticou há 10 anos, faltando apenas um dia para o mesmo prescrever.

O sentimento de culpa a corrói, e ela quer pagar pelo mal que fez: atirar o marido pela sacada do apartamento onde moravam juntos. Aos poucos vamos voltando ao passado, e através de flashbacks, vamos descobrindo os motivos para tal ato. O marido a violentava fisica, verbal e sexualmente, e as cenas são chocantes por serem mostradas sob a perspectiva da vítima, como se a câmera fosse seus olhos.



Logo, a policial se nega a prender a mulher pelo que ela chama de "crime perfeito", talvez por se sentir compadecida com sua situação. Com diálogos perturbadores e ácidos, ambas as personagens vão sendo construídas nos detalhes. Remexendo em cicatrizes do passado, descobrimos que ambas possuem histórico de violência doméstica, o que explica a relutância da policial em prendê-la.

Apesar dos direitos conquistados pelas mulheres, é latente a existência da violência doméstica no dia-dia. E muitas vezes, elas se sentem na obrigação de aguentar isso, numa espécie de comodismo psicológico, ou simplesmente por não ter a quem recorrer. A personagem principal não possui nome, justamente para representar todas as mulheres que sofrem desse mal, e esse é uma excelente jogada da direção.



O filme peca um pouco pela forma com que nos é apresentado, principalmente com a personagem da policial, que é um pouco estereotipada e caricata demais. O bom humor ajuda a deixar o filme mais leve, mas tirou um pouco da empatia com a história, deixando-a inverossímil, e tirando o foco do tema principal. Quase no fim do ato, aparece o filho adolescente da mulher, que não ganha muito aprofundamento, comprovando novamente a condução precária do enredo, que acaba deixando o resultado final abaixo do que o esperado.


Crítica: Malévola (2014)


No clássico conto da Bela Adormecida, existia uma bruxa má chamada Malévola, responsável por jogar um feitiço quase irreversível na jovem princesa. Nessa nova superprodução da Disney, temos contada a história da vilã antes do conto original, sob uma nova perspectiva. O que a Disney se propôs a fazer nesse longa foi subverter a ideia de que a personagem seria uma vilã, ainda que com seus motivos particulares, ela não deixe de ser. Logo, a Malévola de 2014 se torna a grande heroína da história, e não mais a carrasca.



Interpretada pela sempre exuberante Angelina Jolie, Malévola é uma fada de chifres e asas que, quando mais nova, não fazia mal a ninguém e ajudava a manter o reino de Moors em paz com os demais reinos da região. Seu coração era grande, o que a levou a se apaixonar pelo amigo Stefan, um humano que vivia em um dos reinos vizinhos. Porém, movido pela ambição, Stefan a traiu, fazendo crescer nela um forte desejo de vingança.

Passados alguns anos, Stefan, já casado e coroado como Rei, tem uma filha chamada Aurora. Ao saber da notícia, Malévola decide pôr em prática seu plano de vingança, e joga o feitiço na menina, fazendo com que ela dormisse para sempre após completar 16 anos e só fosse salva por um beijo de amor verdadeiro. Interpretada por Elle Fanning, Aurora cresce amparada por três fadas em uma casa isolada do reino onde, por acaso, acaba criando uma forte relação de amizade com a própria Malévola, após encontrá-la na floresta.



Essa união entre a "mocinha" da história e a "vilã" fica ainda mais evidente no final, quando o beijo de amor verdadeiro, nessa versão da história, é dado por ninguém menos do que a própria "bruxa", e não por um príncipe como na história original. Pode-se dizer que o grande vilão dessa vez é o próprio pai de Aurora, que durante todo o filme fez tudo pelo poder e para conseguir o que queria.

Tecnicamente, o filme chama atenção pelo excelente trabalho visual. O filme começa colorido e alegre para depois ganhar uma atmosfera gótica e sombria, mudando conforme a transição da personagem principal. Achei bem interessante o uso desse recurso, fugindo um pouco das tradicionais histórias infantis.


Em termos narrativos, o filme também não derrapa em momento algum, segurando a história do início ao fim. Angelina Jolie reina absoluta, e talvez essa tenha sido realmente a intenção do diretor, já que ele usa bastante closes de seu rosto e de seus lindos olhos. Elle Fanning, que é um dos bons nomes dessa nova geração, também merece destaque e elogios.

Por fim, temos visto ultimamente uma vasta demanda de releituras de clássicos, e grande parte destes acabam estragando a história original ao fugir completamente do que deles era esperado. Porém, com Malévola temos uma adaptação que convence, e que não deixa furos para críticas. E só por isso merece todos os elogios possíveis.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Crítica: Magia ao Luar (2014)


Depois da série de filmes que homenageavam cidades ao redor do mundo, como Vicky Cristina Barcelona, Meia-Noite em Paris, Para Roma com Amor e o premiado Blue Jasmine, Woody Allen quebra essa sequência com Magia ao Luar (Magic in the Moonlight), onde traz um enredo cheio de cenas emblemáticas, sem mexer muito em elementos que fazem seu cinema ser único e inconfundível.


Ambientado nos anos 20, o longa começa com um verdadeiro show de mágica, como se fossemos os espectadores na plateia de Wei Ling Soo (Colin Firth), um conceituado ilusionista que encanta a todos com seus grandiosos truques. Fora dos palcos, ele é Stanley, um homem cético que só acredita no que vê e duvida de tudo o que for considerado místico. Inclusive, uma das suas principais características é desmascarar os charlatões que buscam convencer as pessoas de que existe o além, e que é possível conversar com espíritos.

Quando a jovem americana Sophie (Emma Stone) surge na região e começa a chamar a atenção das pessoas por seu poder mediúnico, Stanley é convocado para desmascará-la. Howard, um velho amigo seu, e também conhecido por desmascarar trapaceiros, jura que assistiu ela em ação e não viu absolutamente nada que comprove que ela está mentindo, o que aumenta mais ainda a desconfiança de Stanley.


Narcisista, cínico e duro na queda, Stanley tem pela frente o maior desafio de sua vida, e não conseguindo desmascará-la, se vê forçado a renegar suas crenças (ou a falta delas), admitindo que ela não é uma fraude. No entanto, é característica de Woody Allen surpreender no final com reviravoltas em suas histórias, e ele novamente utiliza esse recurso para dar um final digno à trama.

O filme mostra com acidez essa contradição que existe entre ceticismo científico e o que há de mágico (e inexplicável) no mundo. É interessante perceber que boa parte dos personagens recorrem ao mundo espiritual apenas quando se vêem em dificuldade, ou no caso, para ter "contato" com alguém muito querido que já se foi e deixou saudades. Há quem acredite, e isso deve ser respeitado, mas a crítica que Allen faz é bastante pertinente, mesmo sem ser doutrinária.


O nome do filme é uma metáfora simples, mas nem por isso menos genial. Apesar de piegas, Allen mostra que a única magia que existe no mundo é o amor, quando Stanley e Sophie se apaixonam debaixo de um céu estrelado e, veja só, enluarado. O exagero romântico de Woody Allen se sobrepõe ao pessimismo de seus enredos, e isso sempre encaixa com perfeição, como se apesar de tudo ainda exista algo de bom a se apegar.

Se valendo de discursos afiados e referências a Nietzsche, Hemingway e Dickens, o filme acalenta discussões profundas a respeito da existência ou não dos fenômenos psíquicos que fogem da nossa consciência e do nosso conhecimento. O sempre provocativo Allen faz isso com maestria desde o início da carreira, e mesmo após tantos anos, demonstra não ter perdido essa veia crítica que o faz diferente de boa parte dos diretores da atualidade.


Os protagonistas estão impecáveis. Tanto Colin Firth como Emma Stone personificam muito bem seus personagens discrepantes, mesmo que propositalmente caricatos. De um lado, a arrogância carismática de Stanley. De outro, a doçura quase angelical de Sophie. Junto de uma excelente trilha sonora e de uma fotografia belíssima, são elementos que constroem um clima super agradável ao redor do enredo, e fazem esse ser um dos trabalhos mais bacanas dessa fase atual do diretor.


Crítica: A Culpa é das Estrelas (2014)


Lançado em 2012, o livro A Culpa das Estrelas do escritor John Green foi um verdadeiro fenômeno de vendas, e por conta disso, era de esperar que também se transformasse em um fenômeno cinematográfico. A história de amor infanto-juvenil entre dois adolescentes com doenças terminais que emocionou o público, ganhou uma versão bastante fiel para as telas sob as mãos do jovem diretor Josh Boone.



A trama gira em torno do romance entre a doce Hazel Grace e o bem-humorado Augustus Waters, que se conhecem em um grupo de apoio a adolescentes com câncer. Diagnosticada desde os 13 anos com a doença, que dificulta sua respiração, é Hazel quem nos narra a história. A partir de então, o filme mostra todo o desenrolar do relacionamento, com doçura e simplicidade.

Um ponto positivo é justamente a leveza do enredo. Apesar de se tratar de um tema delicado, e de levar as lágrimas em alguns momentos, não chega a ser um filme apelativo, ainda que canse um pouco no final. A história, que poderia render um dramalhão desmedido, tem boas pitadas de humor e um clima bastante agradável, principalmente pela trilha sonora e pela belíssima fotografia.



As atuações também merecem destaque. Os jovens Shailene Woodley e Ansel Elgort, que fazem o casal protagonista, surpreendem com uma participação firme e convincente. Além deles, o longa ainda conta com as participações especiais de Laura Dern, como a mãe carinhosa e companheira de Hazel, e Willem Dafoe, como o rabugento escritor Peter Van Houten, o ídolo da jovem garota.

Quem destoa um pouco é Natt Wolf no papel de Isaac, um amigo do casal. Não pela sua atuação propriamente dita, mas pela falta de aprofundamento no personagem. Achei ele deslocado, e parece que o diretor se viu obrigado a pôr ele na história apenas para seguir à risca o livro.


O enredo não emociona só pela história, mas por criar uma empatia com o público, principalmente com os casais apaixonados. A triste perspectiva de não saber se o amor da sua vida estará vivo no dia seguinte é angustiante, e nos faz pensar em quanto temos que dar valor às pessoas enquanto elas estão conosco.  Outro ponto interessante é mostrar o sofrimento dos pais, que é tão forte quanto o dos filhos numa hora dessas. Ter que lidar com essa certeza da morte, numa espécie de contagem regressiva, é algo que ninguém merece passar, sobretudo com alguém que se ama.


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Os 5 Melhores Filmes de Chris Columbus

Nascido no estado da Pensilvânia, em 10 de setembro de 1958, Christopher "Chris" Columbus é um dos diretores mais rentáveis do cinema americano, tendo sido responsável por diversos filmes conhecidos, como diretor, roteirista ou  produtor.

Sua carreira no mundo do cinema começou em 1984, como roteirista de Gremlins, filme que marcou uma geração. Um ano depois, ele seria responsável por mais um grande sucesso, Os Goonies, e ainda no mesmo ano, lançaria O Enigma da Pirâmide. Sua estreia como diretor veio somente em 1987 com a comédia "família" Uma Noite de Aventuras, seguida do sucesso Esqueceram de Mim, clássico dos anos 90 estrelado pelo ainda garoto Macaulay Culkin.

Em 1993, ele dirigiu outra grande comédia de sucesso, Uma Babá Quase Perfeita, trabalhando com o ator Robin Williams. Essa parceria viria a se repetir em 1999, na ficção científica O Homem Bicentenário. Antes disso, ele ainda seria responsável pelo drama denso Lado a Lado, com Julia Roberts e Susan Sarandon.

Nos anos 2000, Columbus iniciou uma nova etapa na carreira, dirigindo grandes sucessos de bilheteria. O primeiro deles foi Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro da saga escrita por J. K. Rowling. Ele ainda dirigiria o segundo filme, Harry Potter e a Câmara Secreta, e seria produtor executivo do terceiro, Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban. Ainda na década, ele produziu O Quarteto Fantástico e Uma Noite no Museu, com suas respectivas sequências. Seu último trabalho como diretor foi o primeiro longa da saga Percy Jackson, Percy Jackson e o Ladrão de Raios.

Confira abaixo uma lista especial com os 5 melhores filmes do diretor.

1. O Homem Bicentenário (1999)

Um robô chamado Andrew (Robin Williams), programado para realizar tarefas domésticas simples, é adquirido por uma família da classe média. Entretanto, aos poucos o robô vai apresentando traços de personalidade característicos de um ser humano, como inteligência própria, curiosidade e sentimentos, e a partir de então, começa sua saga pela liberdade e pela chance de virar um legítimo humano.

2. Lado a Lado (1998)

Jackie (Susan Sarandon) e Luke (Ed Harris), um casal recém divorciado, lutam para não deixar que a relação quebrada afete seus dois filhos, de 7 e 12 anos. Quando Isabel (Julia Roberts) passa a morar junto com Luke, ela faz de tudo para agradar as crianças, mas é sempre tratada de forma rude por elas. Porém, quando Jackie é diagnosticada com uma doença, é em Isabel que os pequenos buscam apoio, aprendendo ensinamentos sobre amor e família.

3. Uma Babá Quase Perfeita (1993)

Daniel Hillard (Robin Williams) é apaixonado pelos filhos, que são tudo o que ele tem na vida. Separado da mulher, e preocupado pelos filhos crescerem longe de si, ele resolve apelar para um arriscado plano: se vestir de mulher e trabalhar na casa onde as crianças moram como babá.

4. Esqueceram de Mim (1990)

A comédia conta a história do garotinho Kevin McCallister (Macaulay Culkin), de oito anos, que durante o natal é deixado acidentalmente sozinho em casa após a família ir viajar. Tímido e desajeitado, ele tem que lidar com as tarefas da casa, e com uma dupla de ladrões que tentam invadi-la.

5. Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001)

Primeiro filme do bruxo Harry Potter, o filme encantou o mundo todo e principalmente os fãs da saga ao retratar com fidelidade todos os detalhes contidos nos livros. Se J. K. Rowling foi responsável por criar um mundo mágico e fantástico nos livros, Columbus foi responsável por mostrar tudo isso na tela, e o resultado foi impressionante.