quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Como funciona a classificação indicativa dos filmes.



Assassinatos, nudez, sexo, drogas, prostituição, lutas, armas, insultos. Alguns desses, talvez todos, são elementos que ajudam a construir um bom enredo cinematográfico, e que vemos em boa parte dos filmes que são lançados semanalmente mundo afora. 

Porém, os filmes de uma forma geral não são direcionados para uma mesma faixa etária, e é justamente aí que entra em ação o MJ (Ministério da Justiça), que classifica a obra de acordo com o seu conteúdo. O grupo de análise dos filmes são geralmente compostos por 30 membros, que assistem à película gratuitamente em nome do Ministério, para depois darem seus pareceres.

Há duas formas de analisar uma obra. A primeira, é considerada uma análise prévia, onde alguns responsáveis se juntam para listar todos os elementos do filme que o fazem ser passível de uma classificação. A segunda, é a própria autoavaliação dos cinemas e suas produtoras, que é acompanhada de perto pelo MJ.

Ao analisar os filmes, é preciso prestar atenção no contexto da história, e não apenas nas cenas em si. Por exemplo: um filme que fale sobre drogas, geralmente possui faixa etária de 16 anos. Porém, se o uso da droga não for incentivado, e o personagem usuário aparecer sofrendo e se dando mal por conta de seu vício, o filme pode ter a classificação diminuída para 14 anos.


Recentemente, o filme Ted causou polêmica, quando o deputado Protógenes, ao ver o ursinho na capa, pensou se tratar de um filme infantil e levou seu filho de 12 anos para assistir. No entanto, quem assistiu ao filme sabe que ele não é nem um pouco "politicamente correto", tanto é que sua indicação de fato é 16 anos. O Deputado acabou pedindo o fim da exibição de Ted nos cinemas brasileiros, o que gerou uma série de protestos nas redes sociais.

Essa caso mostrou um fato importante: quem deve filtrar o que uma criança deve ou não assistir são os próprios pais dela. A classificação imposta pelo MJ apenas indica se o filme é propício ou não para crianças, mas a decisão final sempre sempre cabe aos pais. Tanto é que, acompanhada dos responsáveis, qualquer criança entra em qualquer sessão de cinema do país. Aí, o bom senso é quem deve falar mais alto.


As Classificações


CLASSIFICAÇÃO LIVRE:

- VIOLÊNCIA: Pode haver violência, mas ela deve ser fantasiosa (como no caso dos desenhos), caricata (com a intenção de causar riso) e principalmente, não fazer uso de armas violentas.

- SEXO E NUDEZ: Só podem aparecer sem o contexto de apelo sexual, como por exemplo, ao mostrar uma aldeia indígena.

- DROGAS: Admite-se o uso de drogas lícitas (bebida e cigarro) em situações sociais, como jantares e confraternizações.

CLASSIFICAÇÃO 10 ANOS:

- VIOLÊNCIA: Podem aparecer armas, mas sem o uso explícito das mesmas. Atos criminosos sem o uso da violência (como furtos, por exemplo) e xingamentos já são aceitos.

- SEXO E NUDEZ: É permitido apenas imagens sobre sexo (ou nudez) com o intuito de informação, como por exemplo uma aula onde a professora esteja falando sobre o sistema reprodutor.

- DROGAS: É permitido a alusão à drogas ilíticas, mas sem que elas apareçam. Discussões sobre a nocividade das drogas também é aceito.

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS:

- VIOLÊNCIA: Passam a ser permitidos a presença de atos violentos, como brigas, lutas envenamentos, ameaças. 

- SEXO E NUDEZ: É proibida a exposição de um corpo inteiramente nu, mas é permitido já haver insinuações sobre o ato, sem mostrá-lo de fato.

- DROGAS: Pode haver a presença de drogas ilíticas na cena, como um baseado de maconha, mas sem mencionar tráfico ou venda do mesmo.

CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS:

- VIOLÊNCIA: Constitui em mortes intencionais e menções que ridicularizam minorias, com diálogos e imagens.

- SEXO E NUDEZ: Já é permitida a exibição de órgãos sexuais, e de imagens eróticas (como um striptease, por exemplo). Porém, não pode haver o ato sexual explícito, e nem prostituição.

- DROGAS: Conversas e contextos que indiquem o consumo de drogas ilícitas são permitidos, porém sem mostrar o ato em si.

CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS:

- VIOLÊNCIA: Permitidas cenas e diálogos sobre estupro, exploração sexual, mutilação, tortura, suicídio, aborto, pena de morte e eutanásia.

- SEXO E NUDEZ: É permitida a exibição de uma cena longa mostrando qualquer modalidade de sexo, porém sem mostrar penetração.

- DROGAS: Pode mostrar a produção e o tráfico de drogas. Pode ser induzido também o consumo de drogas proibidas.

CLASSIFICAÇÃO 18 ANOS:

- VIOLÊNCIA: Cenas de forte impacto, como pessoas morrendo carbonizadas, além da apologia à violência extrema, pedofilia, e crimes de ódio.

- SEXO E NUDEZ: São permitidas cenas de sexo com penetração.

- DROGAS: Apologia ao uso das drogas ilíticas.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Crítica: A Parte dos Anjos (2012)


Produção recente do diretor Ken Loach, a comédia produzida no Reino Unido dá de dez nos filmes do mesmo gênero que temos visto ultimamente, com pitadas de humor pastelão, mas ao mesmo tempo com um roteiro inteligente.



Ambientado na Escócia, A Parte dos Anjos (The Angel's Share) brinca com os estereótipos locais (o sotaque, a paixão pelo álcool e até mesmo o tradicional Kilt) enquanto, ao mesmo tempo, apresenta problemas sociais com uma abordagem bastante sensível.


O protagonista da história é Robbie, muito bem interpretado pelo ator Paul Brannigan, que após se meter em uma série de delitos, é julgado e condenado a pagar horas de serviço comunitário na companhia de outros jovens delinquentes. Nesse ínterim, ele acaba conhecendo Harry, o supervisor do grupo, que tenta de alguma forma tirar esses jovens do buraco mostrando que a vida vai muito além daquilo que eles conhecem.



Harry é um apaixonado pela fabricação e destilação de uísque, e aos poucos, acaba introduzindo o grupo ao milionário mundo das bebidas e de seus degustadores e colecionadores famosos. O nome do filme é então explicado aos nossos olhos: A Parte dos Anjos é o que os Escoceses chamam a parte pequena que evapora dos barris antigos ao serem abertos. Seria o equivalente, no Brasil, a expressão "gole para o santo".


A partir de então, para sair do buraco em que suas vidas se encontram, o grupo planeja roubar uma pequena parte de um raro uísque que está sendo leiloado em um evento, para depois revendê-lo. O roteiro, apesar de bem construído, tem seus momentos não explicados, além de ser um tanto previsível. Porém, isso não o transforma em um filme ruim. Suas ótimas piadas e a sintonia entre os personagens ajudam a superar tais falhas técnicas.



Enfim, para quem gosta de uma comédia leve, não apelativa, e de enredo original com pitadas dramáticas, A Parte dos Anjos é uma ótima pedida. O filme deve estrear nos cinemas brasileiros nesse próximo dia 08 de março.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Crítica: Procurando Sugar Man (2012)


Vencedor do Oscar de melhor documentário em 2013, Procurando Sugar Man (Searching for Sugar Man) é um dos melhores filmes musicais produzidos nos últimos tempos, e traz à tona uma história curiosa e emocionante que até então quase ninguém conhecia.



Durante a década de 70, o cantor folk norte-americano Rodriguez gravou dois discos (Cold Fact e Coming from Reality), que embora tenham tido críticas positivas, foram um fracasso total de vendas no país. Isso acabou fazendo com que seu nome não fosse conhecido por praticamente ninguém em solo americano, e sua carreira, consequentemente, entrasse em declínio até enfim terminar.



Porém, uma cópia de um dos discos acabou, misteriosamente, chegando na África do Sul, onde sua música acabou fazendo um sucesso estrondoso. Rodríguez acabou servindo, não só de inspiração para novas bandas do país, mas como símbolo de uma geração oprimida pelo regime do Apartheid, que viam em suas músicas uma forma de protesto.




O mais curioso dessa história, porém, é que Rodriguez nunca ficou sabendo desse seu sucesso fora dos Estados Unidos. E por viverem numa época onde não haviam tantas fontes de informação como existem hoje, seus fãs sul-africanos também nunca ficaram sabendo nada sobre o artista, que se tornou um mito.


Procurando Sugar Man nos mostra a procura de alguns desses fãs para tentar descobrir algo a mais sobre a voz que comandou uma geração e que ninguém sabia nada além do nome e das fotos na capa dos discos. Aliás, se a ideia do diretor era nos fazer ir atrás das músicas de Rodriguez após o término do filme, ele certamente obteve êxito, pois é impossível ficar indiferente à trilha sonora do filme, e obviamente, à obra do cantor, que é incrível.



Dirigido de forma tocante, Malik Bendjelloul nos traz em seu primeiro longa da carreira esse excelente retrato de um artista desconhecido, que finalmente tem sua história contada para o mundo todo ver. E da melhor forma possível, eu diria.  Depois de tanto tempo no ostracismo, ele finalmente merece o reconhecimento. E o filme, o Óscar que levou para casa.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Os vencedores do Framboesa de Ouro 2013

No mesmo fim de semana em que ocorreu o Oscar, também aconteceu a premiação do troféu Framboesa de Ouro, que escolhe os "vencedores" nas categorias de piores filmes do ano. Em contrapartida ao sucesso da maior festa do cinema mundial, essa premiação, porém, ninguém quer levar para casa.



Esse ano, a edição do prêmio foi dominada pelo filme Amanhecer - Parte 2, da saga Crepúsculo, que foi escolhido o pior filme, além de ter o pior diretor e a pior atriz (Kristen Stewart). 

Outro "destaque" na premiação foi o novo filme do ator Adam Sandler, Este é o Meu Garoto. Sandler novamente ganhou o prêmio de pior ator do ano, e parece que enquanto ele continuar fazendo filmes, seu nome sempre estará na lista dos indicados.

Confira abaixo os ganhadores da edição de 2013 do troféu "menos cobiçado" do cinema mundial:


Pior filme:


O grande "vencedor" da edição de 2013.
- A Saga Crespúculo - Amanhecer Parte 2
- As Mil Palavras
- Este é o Meu Garoto
- Battleship - A Batalha dos Mares
- The Oogieloves in the Big Baloon Adventure


Pior diretor:
- Bill Condon, por A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2
- Sean Anders, por Este é o Meu Garoto
- Peter Berg, por Battleship - A Batalha dos Mares
- Tyler Perry, por Good Deeds
- John Putch, por Atlas Shrugged - Parte 2


Pior ator:
- Adam Sandler, por Este é o Meu Garoto
- Eddie Murphy, por As Mil Palavras
- Nicolas Cage, por Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança / O Pacto
- Tyler Perry, por A Sombra do Inimigo
- Robert Pattinson, por A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2


Pior atriz:
- Kristen Stewart, por A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2
- Barbra Streisand, por Minha Mãe é Uma Viagem
- Milla Jovovich, por Resident Evil 5: Retribuição
- Katherine Heigl, por Como Agarrar meu Ex-Namorado


Pior ator coadjuvante:
- Taylor Lautner, por A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2
- David Hasselhoff, por Piranha 3D
- Liam Neeson, por Battleship - A Batalha dos Mares / Fúria de Titãs 2
- Nick Swardson, por Este é o Meu Garoto
- Vanilla Ice, por Este é o meu Garoto


Pior atriz coadjuvante:
- Rihanna, por Battleship - A Batalha dos Mares
- Jessica Biel, por O Vingador do Futuro
- Brooklyn Decker, por Battleship - A Batalha dos Mares
- Ashley Greene, por A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2
- Jennifer Lopez, por O Que Esperar Quando Você Está Esperando


Pior roteiro:
- Este é o Meu Garoto
- A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2
- Battleship - A Batalha dos Mares
- As Mil Palavras
- Atlas Shrugged - Parte 2


Pior remake, cópia ou sequência:
- A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2
- Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança
- Amanhecer Violento
- Piranha 3D
- Madea's Witness Protection


Pior elenco:
- A Saga Crepúsculo - Amanhecer Parte 2
- Battleship - A Batalhe dos Mares
- Este é o Meu Garoto
- The Oogieloves in Big Baloon Adventure
- Madea's Witness Protection

Os vencedores do Oscar 2013


Foram entregues na noite deste domingo, pela Academia de Artes Cinematográficas dos Estados Unidos, os 24 prêmios do Oscar de 2013. Grande parte dos premiados já eram esperados, um fato que vêm ocorrendo nos últimos anos devido às premiações que antecedem a festa, e que acabam servindo como prévia.

Argo, dirigido pelo ator e diretor Ben Aflleck, confirmou seu favoritismo e se consagrou como melhor filme do ano. Porém, em número de prêmios conquistados, o grande vencedor da noite foi As Aventuras de Pi. A super produção levou para casa 4 troféus, incluindo a de melhor diretor para o taiwanês Ang Lee, que já tinha duas estatuetas em casa (uma de direção por O Segredo de Brokeback Mountain e outra de filme estrangeiro por O Tigre e o Dragão). Logo atrás, com 3 estatuetas, ficaram o próprio Argo e o musical Os Miseráveis.


O diretor Ben Aflleck segurando o troféu de melhor filme do ano.

Já o filme Lincoln pode ser considerado o grande "perdedor" da noite. O longa do diretor Steven Spielberg, que concorria em 12 categorias, e para muitos críticos era apontado como favorito ao título de melhor filme, saiu da cerimônia com apenas dois troféus. Entretanto, entre os indicados a melhor filme, apenas Indomável Sonhadora saiu de mãos abanando.


Ang Lee emocionado ao receber seu segundo troféu de melhor diretor.

Na categoria de melhor ator, conforme já era esperado, Daniel Day-Lewis conquistou sua terceira estatueta da carreira por Lincoln, tornando-se o ator mais premiado da história da academia. Já na de melhor atriz, o troféu ficou com a favorita Jennifer Lawrence, por sua atuação em O Lado Bom da Vida. Aliás, Lawrence acabou proporcionando uma das imagens mais inusitadas da premiação, ao cair de joelhos enquanto subia a escada para receber o prêmio das mãos de Jean Dujardin.

Na categoria de melhor ator coadjuvante, Christoph Waltz confirmou o favoritismo e levou seu segundo troféu pela atuação em Django Livre, do diretor Quentin Tarantino. A atriz vencedora do prêmio coadjuvante foi Anne Hathaway, de Os Miseráveis, o que também já era bastante esperado.

Os 4 vencedores nas categorias de atores e atrizes.

Como melhor roteiro original, deu o favorito Quentin Tarantino, que levou seu segundo troféu da categoria pelo brilhante Django Livre. Já em roteiro adaptado, o troféu foi para as mãos de Chris Terrio, por seu excelente trabalho em Argo.


Tarantino e seu segundo prêmio de melhor roteiro da carreira.

Na categoria de melhor filme estrangeiro também não houve surpresa, e o austríaco Michael Haneke finalmente levou para casa sua primeira estatueta da carreira com o filme Amour.


Já no mundo das animações, Valente, dos estúdios Pixar, levou o prêmio de melhor longa animado do ano e Paperman, do diretor John Kahrs, levou para casa o prêmio de melhor curta metragem.


Haneke e seu Amour levando o prêmio de filme estrangeiro.

Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia, sem dúvida alguma, foi quando o elenco de Os Miseráveis subiu ao palco interpretando a música tema do filme. Para quem, assim como eu, se apaixonou pelo filme ao assistir, foi um presente e tanto.

Nas categorias técnicas, os destaques ficaram por conta de As Aventuras de Pi e Os Miseráveis. E uma curiosidade inusitada ocorreu na premiação de edição de som: houve empate entre A Hora Mais Escura e 007 - Operação Skyfall. A última vez que um empate ocorreu na premiação havia sido em 1968, na categoria de melhor atriz.

Abaixo vocês conferem a lista completa dos vencedores:




Jennifer Lawrence,
melhor atriz do ano.

Melhor filme: Argo, de Ben Aflleck

Melhor diretor: Ang Lee, por As Aventuras de Pi.

Melhor ator: Daniel Day-Lewis, por Lincoln. 

Melhor atriz: Jennifer Lawrence, por O Lado Bom da Vida.

Melhor ator coadjuvante: Christoph Waltz, por Django Livre

Melhor atriz coadjuvante: Anne Hathaway, por Os Miseráveis.
Day-Lewis e sua 3ª
estatueta da carreira.

Melhor filme estrangeiro: Amour, de Michael Haneke.

Melhor filme de animação: Valente, da Píxar.

Melhor roteiro original: Quentin Tarantino, por Django Livre.

Melhor roteiro adaptado: Chris Terrio, por Argo.

Melhor direção de arte: Lincoln.

Melhor fotografia: As Aventuras de Pi.


      
 Waltz e seu Oscar
de ator coadjuvante
Melhor figurino: Anna Karenina.

Melhor maquiagem: Os Miseráveis.

Melhor efeitos visuais: As Aventuras de Pi.

Melhor montagem: Argo.

Melhor edição de som: empate entre A Hora Mais Escura e 007 - Operação Skyfall.

Melhor mixagem de som: Os Miseráveis.

Melhor trilha sonora: As Aventuras de Pi.
Hathaway e seu prêmio
de atriz coadjuvante.

Melhor canção original: Skyfall, da cantora Adele, por 007 - Operação Skyfall

Melhor documentário: Searching for the Sugar Man, de Malik Bendjelloul.

Melhor documentário de curta-metragem: Inocente, de Andrea Nix Fine eSean Fine.

Melhor curta-metragem: Curfew, de Shawn Christensen.

Melhor curta-metragem de animação: Paperman, de John Kahrs.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Apostas para o Oscar 2013

Hoje, dia 24, acontece em Los Angeles a 85ª edição da premiação mais cobiçada e importante do cinema mundial, o Oscar, entregue pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS). E como acontece em todos os anos, é comum termos nossos favoritos e nossas apostas de quem vai levar para casa as estatuetas. 

Esse ano, apesar de os críticos apontarem alguns favoritos, o fato é que a disputa está bastante imprevisível em praticamente todas as categorias, incluindo a de melhor filme. 

Abaixo, comentarei as principais categorias, apontando quem tem mais chances e quem de fato é o meu escolhido.




MELHOR FILME:
Na categoria de melhor filme, tenho 3 favoritos: Os Miseráveis, Django Livre e Argo; mas o grande favorito é Argo, do Ben Aflleck. O filme, que tem um forte apelo político, possui todos os requisitos de um filme ganhador do Oscar, além de já ter a bagagem de ter vencido todos os outros principais prêmios entregues esse ano.




MELHOR DIRETOR:
Na categoria de melhor diretor, meu favorito ao prêmio é o Austríaco Michael Haneke, que dirigiu o tocante Amour, mas sinceramente, não acredito que a academia seria capaz de dar o prêmio a ele. Apesar de Lincoln não ser o melhor filme do ano, é inegável a excelência de Steven Spielberg na direção, e ele é quem deve levar para casa essa que será sua terceira estatueta de melhor diretor da carreira. Ang Lee, por As Aventuras de Pi, é o único que tem alguma chance de "roubar" o Oscar de Spielberg.




MELHOR ATOR:
Talvez seja a categoria mais previsível do Oscar desse ano. Merecidamente, o prêmio deve ir parar nas mãos de Daniel Day-Lewis por sua atuação em Lincoln, o que será seu terceiro Oscar da carreira, transformando-o no ator mais vitorioso da história da premiação. Correndo por fora, o único que pode surpreender e tirar a estatueta de Day-Lewis é Hugh Jackman por Os Miseráveis.




MELHOR ATRIZ:
Na categoria de melhor atriz, a disputa é um pouco mais acirrada. Talvez a única que não tenha chances, e que na minha opinião não merecia nem sequer a indicação, é Naomi Watts. De resto, até a menininha de Indomável Sonhadora, Quvenzané Wallis, é uma forte candidata. Mas minha aposta, de fato, fica com Jennifer Lawrence, que deve levar o prêmio por O Lado Bom da Vida, depois de ter carregado o filme inteiro nas costas.




MELHOR ATOR COADJUVANTE:
Apesar de estar concorrendo contra um forte Philip Seymour Hoffman, que brilhou no filme O Mestre, meu grande favorito e minha aposta na categoria de ator coadjuvante é Christoph Waltz, indiscutivelmente o melhor ator da atualidade. Sua atuação em Django Livre, de Quentin Tarantino, é, no mínimo, de se aplaudir em pé.




MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:
Com uma das melhores atuações que eu tive a oportunidade de ver nos últimos tempos, será uma das maiores injustiça da história da academia se Anne Hathaway não levar a estatueta para casa esse ano. A única que, talvez, tenha chances de superar Hathaway é a excelente Amy Adams, por seu papel em O Mestre.




MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA:
Talvez por ter sido mais "badalado" e divulgado, e ser o único a estar concorrendo também como melhor filme no geral, o austríaco Amour de Michael Haneke seja o grande favorito da categoria. Mas é uma das categorias mais difíceis, sem dúvida, pois todos os 5 concorrentes são brilhantes e mereceram suas indicações.




MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO:
No mundo da animação, os estúdios Pixar continuam sendo imbatíveis, e seu mais novo sucesso é com méritos o grande favorito ao prêmio. Frankenweenie e Detona Ralph correm por fora, mas não devem atrapalhar a vitória quase certa de Valente.




MELHOR ROTEIRO ORIGINAL:
Sou suspeito nessa categoria, por ser um grande fã da arte de Quentin Tarantino. Mas deixando para lá o lado de fã, e falando tecnicamente, Tarantino realmente merece mais uma vez o Oscar na categoria de melhor roteiro (ele já levou o mesmo prêmio por Pulp Fiction em 1995). Seu roteiro de Django Livre é inteligente e um dos mais bem construídos dos últimos tempos. Mark Boal, de A Hora Mais Escura, é o único concorrente que pode tirar o troféu das mãos de Tarantino.




MELHOR ROTEIRO ADAPTADO:
Chris Terrio por Argo, Tony Kushner por Lincoln e David O. Russell por O Lado Bom da Vida são os favoritos a levar o prêmio de roteiro adaptado, mais uma categoria bastante imprevisível esse ano. Minha aposta, porém, é Chris Terrio, por seu brilhante trabalho em Argo. Resta esperar para ver se a preferência da academia combina com a minha.




MELHOR DIREÇÃO DE ARTE:
O trabalho de direção de arte feito em Os Miseráveis merece todo o reconhecimento e consequentemente o prêmio desse ano, por ter nos feito reviver lindamente uma Paris do século 19, sem pecar em nada no visual. Lincoln e As Aventuras de Pi correm por fora e também são fortes candidatos.




MELHOR FOTOGRAFIA:
No quesito fotografia, apesar de eu não ter gostado do filme, é inegável a qualidade de imagem que Ang Lee nos traz em As Aventuras de Pi. Apesar de muita coisa ter sido feita através de computador, as imagens em alto mar, as belas paisagens, e o posicionamento da câmera fazem com que esse seja o grande favorito ao prêmio.




MELHOR FIGURINO:
Mais um prêmio técnico que na minha opinião merece ir para Os Miseráveis. O filme, como já disse anteriormente, é impecável tecnicamente, e o figurino não deixa nem um pouco a desejar. Anna Karenina pode surpreender.




MELHOR MAQUIAGEM:
Novamente coloco Os Miseráveis como grande favorito em um quesito técnico, dessa vez em maquiagem. O Hobbit até pode surpreender, mas não seria merecido.




MELHORES EFEITOS VISUAIS:
Assim como Os Miseráveis, As Aventuras de Pi também é um filme impecável tecnicamente, e deve ser o grande vencedor do prêmio de efeitos visuais. O Hobbit corre por fora, apesar de seus efeitos serem pouco convincentes.




MELHOR EDIÇÃO:
O prêmio de melhor edição deve ir esse ano, merecidamente, para Argo. No filme, tudo parece trabalhar de forma conjunta, sem problemas de narrativa nem no visual. Lincoln e A Hora Mais Escura são fortes candidatos, mas acho que não devem passar de meros indicados.




MELHOR DOCUMENTÁRIO:
O grande favorito a ganhar o prêmio de melhor documentário esse ano é a parceria franco-paquistanesa Searching Sugar Man, do diretor Malik Bendjelloul, que conta a história de Sixto Rodrigues, cantor Sul-Africano que viveu durante a época do Apartheid.

 



MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO:
O prêmio deverá ir para Paperman, de John Kahrs, apesar de meu preferido ser Head Over Heels.



MELHOR EDIÇÃO DE SOM:
Prêmio que deve ir parar nas mãos de As Aventuras de Pi. Correndo por fora, tem Argo e A Hora Mais Escura, mas o filme de Ang Lee deve levantar mais essa estatueta.

MELHOR MIXAGEM DE SOM:
Não só por se tratar de um musical, mas Os Miseráveis é o grande favorito do prêmio de mixagem de som. O filme Argo corre por fora, e talvez seja o único que pode tirar o prêmio do filme de Tom Hooper.

MELHOR TRILHA SONORA:
No quesito de melhor trilha sonora, o prêmio deve ficar com Mychael Danna, por As Aventuras de Pi. A trilha sonora do filme não é impressionante, mas dos concorrentes, certamente é o melhor.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL:
O troféu deve ir para a cantora Adele, por sua música "Skyfall", trilha do filme 007 - Operação Skyfall.

Recomendação de Filme #05

                                    Adeus, Lênin (Wolfgang Becker) - 2003

Indicação da Alemanha ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2003, Adeus, Lênin (Good Bye, Lênin) é um filme inteligentíssimo, divertido, e bem realizado pelo diretor Wolfgang Becker. Como um bom exemplo de filme comercial de qualidade, o filme foi um sucesso de bilheteria no seu país, o que acabou impulsionando seu reconhecimento além da fronteira.


Na trama, acompanhamos a vida do jovem Alexander (Daniel Bruhl) desde sua infância, na extinta Alemanha Oriental. Passamos a conhecer seu drama familiar, após seu pai abandonar a família, até o período pós-queda do muro de Berlim, quando sua mãe acorda de um coma decorrente de um ataque cardíaco. Enquanto esteve em coma, a mãe de Alexander não ficou sabendo das mudanças políticas que o país sofreu, e para evitar emoções fortes, que poderiam fazê-la piorar novamente, os médicos recomendam que ela não fique sabendo do ocorrido.

A partir de então começa a luta de Alexander e sua irmã para esconder todo e qualquer vestígio da mudança de governo instaurada na nova Alemanha unificada. O diretor acerta em cheio ao misturar cenas divertidas com cenas dramáticas, além de fazer uma sutil crítica aos movimentos políticos, sem apelar para nenhum lado.


Para quem está por dentro da história que envolve o filme, é um prato cheio por ter bastante dados e detalhes do período. Para quem pouco conhece, também vale a pena, pelo bom relacionamento dos personagens e principalmente pelo sentimento forte de amor entre os filhos com sua mãe, o que faz qualquer um se identificar.

Por fim, Adeus, Lênin! acaba sendo uma sátira sobre o fim de ideologias, e um dos melhores filmes dessa nova geração do cinema alemão. Muito provavelmente você um dia irá se deparar com ele em alguma aula de história ou de sociologia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Especial Oscar: 10 momentos constrangedores que aconteceram durante a cerimônia.

Ao longo dos seus 85 anos, o Oscar sempre foi sinônimo de glamour e organização, mas a cerimônia também já foi palco de inúmeros fatos curiosos e imprevisíveis, que deixaram aflitos os organizadores e produtores do maior evento da arte no mundo. Abaixo, uma lista com os 10 momentos mais constrangedores de premiação, em ordem cronológica:


1 - No Oscar de 1943, Humphrey Bogart era o grande favorito à estatueta de melhor ator por seu papel em Casablanca, e foi receber o prêmio segundos antes de anunciarem o verdadeiro vencedor: Paul Lukas. Percebendo o erro, Bogart parou em pé e começou a aplaudir, mesmo com todos os outros convidados sentados em suas cadeiras.


2 - Um dos momentos mais engraçados do Oscar ocorreu na edição de 1952. Shelley Winters, que disputava o prêmio de melhor atriz por Um Lugar ao Sol, levantou e correu ao palco antes do apresentador anunciar a vencedora. Ao perceber que a premiada foi Vivien Leigh, por Uma Rua Chamada Pecado, o marido de Shelley tentou evitar um constrangimento maior e puxou o vestido da mulher de uma vez. Os dois acabaram caindo no chão.


3 - A atriz Rita Hayworth, conhecida mundialmente apesar de nunca ter ganho uma estatueta, se viu em apuros na edição de 1964. Ao apresentar o Oscar de melhor diretor, ela não conseguiu ler as pequenas letras do envelope e acabou chamando o diretor Tony Richardson de Dony.


4 - Goldie Hawn mostrou-se "chocada" ao ler no envelope que George C. Scott era o premiado de 1970 como melhor ator, e soltou um sonoro "Meu Deus" no microfone. Scott havia recusado ir à cerimônia dias antes e pediu para sair da lista dos indicados.


5 - Em 1973, uma mulher chamada Sacheen Littlefeather, usando trajes indígenas, subiu ao palco em nome de Marlon Brando para rejeitar o Oscar de melhor ator por seu papel em "O Poderoso Chefão". O ato foi uma forma de protesto contra o jeito que os filmes de Hollywood retratavam os povos indígenas dos Estados Unidos.


6 - Em 1974, a atriz Elizabeth Taylor caiu na gargalhada quando um homem invadiu o palco sem roupas, aloprando a cerimônia.


7 - Meryl Streep deixou cair no chão o discurso que preparou para agradecer o Oscar de melhor atriz por A Escolha de Sofia, em 1982, e teve de improvisar.


8 - Em 1983, Zibnigiew Rybczynski, ganhador do Oscar de melhor animação por "Tango, deixou o auditório para fumar um cigarro do lado de fora e na volta foi barrado pelos seguranças. Por ter pouco domínio da língua inglesa, não conseguiu argumentar que era um dos convidados, e acabou algemado e preso, passando a noite atrás das grades.


9 - Em 1999, o ator Italiano Roberto Benigni passou por cima das poltronas e dos convidados para receber o seu prêmio de melhor ator por "A Vida é Bela"



10 - Adrien Brody, ao receber o Oscar de melhor ator por O Pianista em 2003, beijou a atriz Hally Berry na boca no momento em que recebeu a estatueta.