domingo, 17 de agosto de 2014

As 5 Melhores Atuações de Sean Penn

Nascido no dia 17 de agosto de 1960 na cidade californiana de Santa Mônica, o premiado ator Sean Justin Penn completa nesse domingo 54 anos de idade.

Filho de um cineasta e de uma atriz, desde pequeno Sean Penn teve contato com a sétima arte. Polêmico, principalmente pelos acontecidos durante seu casamento com a cantora Madonna, Penn é famoso por personificar com maestria personagens com distúrbios e e perturbações, o que lhe rendeu dois Oscars de melhor ator. Em homenagem à data, confira abaixo uma lista com as 5 melhores atuações da sua carreira.


1. Uma Lição de Amor (2001)


Sean Penn é Sam Dawson, um homem com deficiência mental que cria sua filha pequena Lucy com ajuda de seus amigos. Quando ela vai para a escola, a assistência social passa a se preocupar com o futuro da menina, já que ela começa a ficar intelectualmente mais capacitada que o pai, e decide retirar a guarda de Sam. A partir de então, com ajuda de uma competente advogada, ele passa a lutar judicialmente para continuar cuidando da filha. Uma estória emocionante que conquista o espectador pelo conteúdo humano, e traz uma atuação impecável de Sean Penn.

2. Milk - A Voz da Igualdade (2008)


Em Milk, Sean Penn dá vida a Harvey Milk, primeiro político assumidamente homossexual a concorrer a um cargo público nos Estados Unidos. Após abrir sua loja de fotografia, Milk começa a reunir os homossexuais da região em busca de uma causa: a igualdade de direitos, passando a ser referência entre eles. A luta de Milk se tornou pública e recebeu tanto críticas como apoios. Conhecido por ser um forte militante político na vida real, o papel caiu como uma luva nas mãos de Penn.

3. Sobre Meninos e Lobos (2003)


Após a filha de Jimmy Marcus (Sean Penn) ser encontrada morta, seu amigo de infância Sean passa a investigar o caso. As investigações revelam uma natureza violenta sem precedentes acerca do caso, trazendo um retorno ao passado dos dois amigos. Jimmy só pensa em se vingar do assassino de forma brutal, e a história toma rumos que fogem do controle.

4. 21 Gramas (2003)


Dirigido por Alejandro González Iñárritu, 21 Gramas traz sua principal característica: histórias paralelas que se encontram em um momento preciso do filme. Em uma das tramas, Sean Penn é Paul Rivers, um professor de matemática com uma crise cardíaca irreversível, que espera por um novo coração de um doador. Pressentindo que eles não conseguirão, sua esposa pede que ele doe esperma para que ela engravide dele, mesmo que ele venha a morrer. No fim das contas, a história deles esbarra com uma outra, mais trágica, e ele recebe o coração que tanto esperava.

5. Os Últimos Passos de um Homem (1995)

Sean Penn é Matthew Poncelet, um homem condenado a morte por dois assassinatos, que escreve uma carta a uma freira católica da Louisiana pedindo ajuda. Ao ver que as provas que o incriminaram eram bastante precárias, ela passa a lutar de corpo e alma para livrá-lo da injeção letal.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Crítica: Viva a Liberdade! (2014)


Na Itália, assim como em quase todos os países, a política é desacreditada e vista com desconfiança por grande parte da população. É difícil as coisas andarem para frente com políticos que só prometem mudanças, mas que no fundo fazem o mesmo que todos os outros. Com base nisso, o diretor Roberto Andó nos traz uma crítica ácida e bem-humorada, em um dos filmes mais inteligentes de 2014.



Enrico Oliveri (Toni Servillo) é o principal representante do partido de oposição nas próximas eleições presidenciais da Itália. No entanto, sua popularidade vem baixando cada dia mais, e ele recebe duras críticas pela forma que conduz seu trabalho. Deprimido e incapaz de mudar o baixo índice nas pesquisas, Oliveri resolve sumir da badalação por um tempo, se exilando na casa de um amor do passado sem avisar ninguém.

Desesperado com a situação política do seu chefe e do seu partido, e com a agenda cheia de compromissos de campanha, seu assessor decide pedir ajuda ao irmão gêmeo de Enrico, Giovanni Ernani, para que ele se passe pelo irmão até o mesmo retornar. O problema é que Giovanni não bate muito bem da cabeça e acabou de sair de uma instituição psiquiátrica, embora seu passado como escritor de alguma forma lhe credencie a assumir tal responsabilidade.


Com uma personalidade completamente diferente do seu irmão, Giovanni começa a fazer sucesso com seus discursos inovadores e suas atitudes excêntricas, mudando completamente a visão da população para com o partido. Suas declarações escandalosas como "os partidos são medíocres porque as pessoas são medíocres" ou "o partido é corrupto porque as pessoas o são" chocam primeiramente, mas acaba criando uma identificação única com o povo. Citando grandes romancistas e filósofos, e falando verdades que nenhum outro político teria a coragem de dizer, sua popularidade cresce desmedidamente, fazendo com que os números consequentemente subam nas pesquisas.

Enquanto isso, longe de tudo, o irmão Enrico vai reconquistando sua autoconfiança com a ajuda de Danielle (Valeria Bruni Tedeschi). Toda a trama se concentra nessa dualidade, desenvolvendo cada um dos irmãos de forma individual, e aos poucos os dois personagens vão quase se fundindo. Isso fica ainda mais claro na belíssima cena final.


Aclamado no último ano por sua interpretação no vencedor do Óscar A Grande Beleza, Toni Servillo volta em grande estilo, e o filme certamente não seria o mesmo sem sua presença. Sua interpretação rica e detalhista de duas personalidades completamente distintas é magnífica, sendo possível identificar facilmente quando cada um dos personagens está em cena.

Apesar do mote central, o enredo não se restringe apenas na troca de identidade, mas vai muito além disso, fazendo uma reflexão da atual situação da classe política. Afinal de contas, o que falta na política talvez seja exatamente isso, um pouco de verdade, ou até mesmo insanidade, e aí está a maior ironia do filme.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Crítica: Entre Nós (2014)


Dos irmãos Paulo e Pedro Morelli, o nacional Entre Nós traz um clima interessante que mistura mistério e nostalgia, mostrando principalmente o quanto o tempo pode mudar a vida das pessoas e suas relações interpessoais. Amizades perdidas, decepções, sonhos não realizados, tudo isso faz parte da vida de qualquer um, e é inevitável não se identificar com esses dilemas.



O longa começa no ano de 1992, onde um grupo de amigos está reunido em uma casa de campo, curtindo um fim de semana em meio à natureza. Entre bebidas e conversas animadas sobre trivialidades da vida adolescente, eles resolvem escrever em cartas as suas previsões para o futuro, que depois foram enterradas em uma urna com a promessa de serem abertas dez anos depois.

No mesmo dia, Rafael (Lee Taylor), que estava em processo de finalização de seu livro, e Felipe (Caio Blat), que também queria se aventurar na literatura mas não sabia por onde começar, se envolvem em um grave acidente de carro que culmina na morte do primeiro. Após o acidente, o roteiro dá um pulo até 2002, quando todos se reencontram no mesmo local cumprindo a promessa feita dez anos atrás.


É evidente que o tempo passou para todos, e a ingenuidade da juventude deu lugar às frustrações da vida adulta. As memórias do passado retornam mais fortes do que eles estavam preparados para suportar, e a diferença entre eles agora parece um precipício. Com o sucesso alcançado após o lançamento de seu livro, Felipe é o que mais parece ter mudado. Aquém aos outros, ele está sempre afiado para começar qualquer discussão, transparecendo uma personalidade desesperada que parece a todo momento esconder alguma coisa misteriosa.

Quando se aproxima o momento de reler as cartas, todos ficam amedrontados por ter que se confrontar com seus sonhos antigos. É sem dúvida o momento mais bacana do filme, e foi ali que ele de fato me conquistou. Drica (Martha Nowill) queria ter filhos, Laura (Carolina Dieckmann) queria ter uma vida feliz e Gus (Paulo Vilhena) queria um amor, mas nenhum conseguiu realizar seu próprio desejo. Até mesmo Cazé (Júlio Andrade), que aparenta ser o único satisfeito com o rumo que sua vida tomou, sente no fundo um certo desgosto, como fica registrado na frase emblemática que sai de sua boca: "não sei o que é mais triste: não realizar nenhum sonho ou realizar todos".

Aliás, todos os personagens são extremamente humanos e bem trabalhados, mostrando a vida como ela é, com seus dramas palpáveis. Na carta de Rafael, ele havia feito uma pergunta a todos sobre o futuro: "Será que nós mudamos o mundo, ou o mundo que nos mudou?", sabendo que no fundo a segunda opção seria a que mais estaria de acordo com a realidade.



Além de mostrar a inconstância da vida e as consequências que o tempo traz para as relações humanas, o filme também aborda o quanto as pessoas são capazes de fazer para alcançar o sucesso, com uma revelação impactante sobre um segredo que Felipe carregou por anos. 

Com um enredo que deixa o convencional de lado, Entre Nós final me deixou com uma sensação estranha ao terminar, como se tivesse mexido com algo dentro de mim. O final, por sinal, traz uma metáfora visual incrível, finalizando com chave de ouro um dos melhores filmes nacionais do ano.