Lançado semana passada no Brasil pela Netflix, o italiano
Rosa e Momo (La Vita Davanti a Sé) é um filme singelo e tocante que
aborda assuntos muito necessários, e emociona pela bonita relação que se
cria entre os seus personagens principais.
O roteiro do filme,
baseado no livro "A Vida Pela Frente" de Romain Gray, acompanha Momo
(Ibrahima Gueye), um menino órfão senegalês de 12 anos que vive em Bari,
na Itália, sob a tutela de Hamil (Babak Karimi). Para tentar
sobreviver, Momo pratica pequenos furtos, e num desses furtos acaba
conhecendo Rosa (Sophia Loren), uma judia sobrevivente do holocausto,
que após muita insistência de Hamil acaba acolhendo Momo em sua
residência por um tempo.
A relação dos dois vai se estreitando à medida
que os dias passam, numa bonita troca de experiências entre gerações
muito distintas. Mas muito mais do que isso, são duas pessoas que
aparentemente encontram pela primeira vez alguém que os entenda e com
quem possa contar. E tudo isso não teria tanto valor se não fosse pela
atuação fantástica do garoto Ibrahima e da grande Sophia Loren, que
volta às telas depois de mais de uma década, no alto dos seus 86 anos de
idade e mais de 70 de carreira.
Além desta parceria entre os
dois, há que destacar a criação de um elo muito forte de personagens
mulheres, cis e trans, e de imigrantes que buscam a vida em países
europeus, saindo na maioria das vezes de situações de extrema miséria
nos seus países de origem. Um afeto coletivo que muda e transforma
vidas, que muitas vezes são marginalizadas pela sociedade. Por
fim, Rosa e Momo é um filme que emociona, mas sem precisar forçar isso
no espectador, sendo tudo muito natural. Tem seus problemas, como alguns
personagens sub aproveitados, mas a lição que ele traz no final se
torna muito importante.
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