segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Crítica: Rosa e Momo (2020)

 

Lançado semana passada no Brasil pela Netflix, o italiano Rosa e Momo (La Vita Davanti a Sé) é um filme singelo e tocante que aborda assuntos muito necessários, e emociona pela bonita relação que se cria entre os seus personagens principais.


O roteiro do filme, baseado no livro "A Vida Pela Frente" de Romain Gray, acompanha Momo (Ibrahima Gueye), um menino órfão senegalês de 12 anos que vive em Bari, na Itália, sob a tutela de Hamil (Babak Karimi). Para tentar sobreviver, Momo pratica pequenos furtos, e num desses furtos acaba conhecendo Rosa (Sophia Loren), uma judia sobrevivente do holocausto, que após muita insistência de Hamil acaba acolhendo Momo em sua residência por um tempo. 

A relação dos dois vai se estreitando à medida que os dias passam, numa bonita troca de experiências entre gerações muito distintas. Mas muito mais do que isso, são duas pessoas que aparentemente encontram pela primeira vez alguém que os entenda e com quem possa contar. E tudo isso não teria tanto valor se não fosse pela atuação fantástica do garoto Ibrahima e da grande Sophia Loren, que volta às telas depois de mais de uma década, no alto dos seus 86 anos de idade e mais de 70 de carreira.


Além desta parceria entre os dois, há que destacar a criação de um elo muito forte de personagens mulheres, cis e trans, e de imigrantes que buscam a vida em países europeus, saindo na maioria das vezes de situações de extrema miséria nos seus países de origem. Um afeto coletivo que muda e transforma vidas, que muitas vezes são marginalizadas pela sociedade. Por fim, Rosa e Momo é um filme que emociona, mas sem precisar forçar isso no espectador, sendo tudo muito natural. Tem seus problemas, como alguns personagens sub aproveitados, mas a lição que ele traz no final se torna muito importante.
 

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