Grande sucesso no último Festival de Sundance, Minari, escrito e dirigido por Lee Isaac Chung, é mais um grande projeto da distribuidora A24, que vem lançando ótimos filmes nos últimos anos e aqui mais uma vez surpreende pela qualidade.
A trama se passa
na década de 1980 e acompanha o casal de imigrantes coreanos Jacob e
Monica, que estão se mudando da Califórnia para o Arkansas junto com os
filhos para tentar uma vida melhor. Há anos trabalhando no negócio
aviário, eles decidem comprar um pedaço de terra para mudar um pouco a
rotina e ganhar a vida plantando frutos e vegetais originários da Coreia
do Sul, afim de atender a grande quantidade de imigrantes do país que
estavam chegando aos Estados Unidos. As coisas, no entanto, se mostram
muito mais difíceis do que eles imaginavam, por inúmeras questões, como o
próprio choque de culturas, que é evidenciado no filme através de
pequenos detalhes.
É um roteiro bastante singelo, com personagens
muito humanos. Destaque para Alan S. Kim, o garotinho que interpreta o
filho do casal, David, e para Steven Yeun, que todos conhecem da série
The Walking Dead e aqui tem uma grande atuação na figura de um pai de
família batalhador que não desiste nunca de tentar dar o melhor aos
filhos. Outro personagem que enriquece a história é o da avó das
crianças, interpretada pela atriz Yoon Yeo-jeong, que surge do meio para
o final e muda bastante o tom do filme, sendo responsável por algumas
cenas cômicas. Inclusive, gostei muito da forma que esta avó é mostrada, bem longe daquelas avós queridas e fofas que estamos acostumados de ver nos filmes, mas ao mesmo tempo não deixando de ser bastante fraternal.
Na parte técnica, é importante falar da trilha sonora, que é simplesmente espetacular, além da fotografia exuberante. Minari é, no final das contas, um filme feito com muito amor, até pelo fato de trazer memórias afetivas da própria vida do diretor, que nasceu nos Estados Unidos mas é filho de imigrantes.
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