domingo, 11 de abril de 2021

Crítica: Druk - Mais uma Rodada (2020)


Não é de hoje que tenho uma enorme admiração pelo cinema do dinamarquês Thomas Vinterberg. Esse sentimento começou desde que assisti Festa de Família (1998) e se intensificou ainda mais com A Caça (2012), que para mim é até então a sua melhor obra. Candidato ao Oscar 2021 de melhor direção e melhor filme em língua estrangeira, Druk - Mais uma Rodada (Druk) é o tipo de estória ousada que só poderia ter saído da mente criativa de Vinterberg.

 


O enredo começa acompanhando Martin (Mads Mikkelsen), um professor que está passando por um momento melancólico na sua fase dos 40 anos e que vive desanimado com a carreira, com o casamento e com a vida em geral. Martin tem três amigos professores de longa data que também estão com problemas, Tommy (Thomas Bo Larsen), Nicolaj (Magnos Millang) e Peter (Lars Ranthe). Um dia eles descobrem a teoria de um filósofo dinamarquês que fala que o ser humano, para viver bem e em plenitude, precisa ter uma certa quantidade de álcool no sangue por dia, e aceitam o desafio de testar isso na prática. Tudo vai bem no começo, inclusive com eles melhorando vários aspectos das suas próprias vidas, passando a ver tudo com mais interesse e sendo muito mais criativos, mas é claro que com o tempo alguns problemas começam a acontecer, principalmente pela velha mania que temos de chegar no nosso limite e acharmos que podemos ir um pouco além.

Eu achei o filme inteiro muito verdadeiro, desde as atuações até as situações que ocorrem com os personagens, que por sinal são muito bem trabalhados pelo roteiro, com suas inseguranças e ansiedades. A ideia de se viver sempre entorpecido, como uma forma de fugir da realidade, é algo que agrega boas discussões, mas o filme foge da ideia de glamourização do álcool, principalmente quando incita os personagens a terem que lidar com as próprias consequências disso.



O final é uma catarse, e um dos momentos mais legais do cinema nos últimos anos. A vida não é fácil, ela te machuca, mas se você souber tirar um momentinho para você simplesmente "ligar o dane-se" e curtir, ela pode ser um pouco mais leve. Analisando nossa situação atual, de pandemia e notícias ruins todos os dias, essa mensagem bate ainda mais forte.

 

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