Conhecido por filmes controversos e que costumam sempre dividir opiniões, como Réquiem Para um Sonho, Cisne Negro, A Mãe e recentemente A Baleia, Darren Aronofsky surpreende ao se afastar do seu estilo habitual e trazer um filme explosivo, frenético e extremamente divertido em sua essência, que me lembrou muito os filmes do Guy Ritchie no início dos anos 2000 como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998), Snatch - Porcos e Diamantes (2000) e Revolver (2005).
Ladrões (Caught Stealing) se passa em 1998 e acompanha Hank Thompson (Austin Butler), um aspirante no beisebol, que teve que largar a promissora carreira logo cedo após um acidente de carro que vitimou seu melhor amigo. Agora ele vive em Nova Iorque, onde trabalha como barman e vive uma vida agitada entre bebidas e festas. Seus breves momentos de tranquilidade são quando ele está acompanhado da namorada, Yvonne (Zoe Kravitz), e quando ele larga tudo para ligar para sua mãe, algo que ele faz constantemente, mostrando a proximidade que tem com o único elo familiar que lhe restou.
Neste primeiro ato, temos uma boa construção da personalidade de Hank, com suas angústias por carregar o peso de ter perdido a grande oportunidade da sua vida com o incidente trágico e sua maneira desregrada de viver a vida, mas ao mesmo tempo, mostrando também o seu bom coração e uma vontade implacável de viver a vida. Tudo muda quando seu amigo e vizinho de porta Russ (Matt Smith), um punk anárquico e completamente tresloucado, diz que precisa viajar para ver o pai doente e deixa o gato de estimação para Hank cuidar. Logo, ele começa a perceber uma movimentação estranha na frente da porta de Russ, de gâgsters russos a mafiosos judeus, que tentam a todo custo acessar o apartamento vizinho. Não demora para Hank ser incluído na confusão, virando o alvo desta turma perigosa, tendo que pedir socorro à agente policial Roman (Regina King).
Com reviravoltas
e um roteiro bem dinâmico, o filme prende o espectador numa trama engraçada e
muito vibrante. Apesar de não trazer grandes novidades daquilo que já foi visto em outros filmes do gênero, inclusive apresentando soluções bem convencionais, não dá para negar que o filme tem ótimos momentos de originalidade, como a própria
figura do gato (chamado Bud), que rouba a cena e se torna um elemento diferencial da trama. Também é preciso elogiar Austin Butler, que mostra mais uma vez porque é, hoje, um dos atores mais badalados do cinema norte-americano. Sua presença é magnética, e sua atuação impecável. O elenco de apoio também está excelente, com ótimas presenças de Zoe Kravitz, Regina King, Liev Schreiber, Matt Smith e até mesmo do cantor Bad Bunny. Tudo isso acompanhado de uma trilha sonora potente.