terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Crítica: Força Maior (2015)


Representante da Suécia no Óscar 2015, Força Maior (Force Majeure) conseguiu a façanha de ficar entre os cinco finalistas ao prêmio de melhor filme estrangeiro. A trama acompanha o casal Tomas (Johannes Bah Kuhnke) e Ebba (Lisa Loven Kongsli), que resolvem tirar férias para esquiar nos Alpes junto com seus dois filhos pequenos. Muito ligado ao trabalho, o pai finalmente conseguiu dedicar um tempo para a família, e inclusive fez um acordo com a mulher de não atender nenhuma ligação durante a viagem.



Enquanto almoçam no restaurante do hotel, uma avalanche de enormes proporções toma conta do lugar e, apesar de ninguém se ferir, o fato gera um desespero em todos os hóspedes que ali estavam naquele momento. O acontecimento, aparentemente banal, acaba abalando completamente a estrutura do casal por um motivo específico: na hora do perigo, Tomas saiu correndo com o celular na mão, deixando a mulher e os filhos para trás.

A partir de então, Ebba começa a se distanciar do marido. O episódio acaba desencadeando uma série de discussões, inclusive envolvendo outras pessoas que também estão hospedadas no hotel, que por sua vez também começam a questionar fatos de seus próprios relacionamentos. Ebba não consegue admitir o fato de Tomas ter fugido do restaurante sem se preocupar com a família, quando a única coisa que ela pensava naquela hora era proteger as crianças.



O enredo tenta mostrar exatamente o quanto um único episódio é capaz de criar uma série de mal entendidos e desestruturar toda uma família. Um simples gesto basta para abalar todas as certezas que existem entre um casal. Além disso, o filme brinca também com a situação do homem, de ser obrigado a ser sempre o herói nas situações, desmistificando essa ideia que vem de geração para geração.

Mesmo com um ritmo lento, que prioriza as feições dos atores, o filme consegue segurar a atenção até o final, ainda que não tenha sido exatamente o que eu esperava. Isso se deve principalmente pela fotografia arrasadora, que é de tirar o fôlego, e pelos excelentes diálogos. Por fim, o que faz de Força Maior um bom filme é essa reflexão que ele faz sobre o instinto de sobrevivência, o amor e principalmente o papel do homem no mundo atual.


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