domingo, 3 de abril de 2016

Crítica: O Valor de um Homem (2016)


A peregrinação de um homem de meia idade em busca de um sentido para sua vida e principalmente de um emprego digno. É isso que move O Valor de um Homem (La Loi du Marché), novo trabalho do diretor Stéphane Brizé que volta a trabalhar com Vincent Lindon depois do tocante Uma Primavera com Minha Mãe.


O enredo acompanha desde o início o dia-dia de Thierry (Lindon) e sua insistente procura no mercado de trabalho, mostrando os quantos "nãos" que ele ouve pelo caminho e é obrigado a aceitar, enfrentando tudo de cabeça erguida. Enquanto isso, tem ainda tem que lidar com a deficiência do filho e a dificuldade financeira cada vez mais alarmante dentro de casa.

São situações de um cotidiano não muito distante de nós. A luta diária pela sobrevivência é mostrada de forma crua, sem rodeios, como se fossemos um telespectador ativo da história. Apesar das dificuldades, Thierry ainda busca ter alegrias na vida, como as apaixonantes aulas de dança que frequenta. Fica a nítida mensagem de que, por mais dificuldades que existam pelo caminho, sempre tem que se dar valor aos momentos bons.


Quando Thierry finalmente consegue emprego como segurança de um mercado, ele logo se vê dividido moralmente por ter nas mãos o destino de pessoas como ele, que tentam, ainda que de forma ilícita, conseguir se manter. Então surge o dilema: para manter o emprego, ele deverá aceitar tudo?

A atuação mais uma vez impressionante de Vincent Lindon é o que move o filme. Seus sentimentos estão presentes no olhar, nos gestos, e ele fez jus ao prêmio César que recebeu esse ano. Por fim, só senti falta de um final mais conclusivo na estória, que poderia ter sido mais explorado, mas isso não chega a estragar o resultado final.

2 comentários:

  1. Este ator é foda, vou ver só porquausa dele, valeu a dica, quando entra em cartaz?

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