terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Crítica: A Arte de Ser Adulto (2020)


Uma das melhores sensações que existe para quem gosta de cinema é começar a olhar um filme sem pretensão alguma e terminar totalmente apaixonado pelo que viu. Foi o que aconteceu comigo ao assistir A Arte de Ser Adulto (The King os Staten Island), novo filme do diretor Judd Apatow (de O Virgem de 40 Anos e Ligeiramente Grávidos).

 

O filme conta a história de Scott (Pete Davidson), um jovem de 24 anos que tem como hobby fumar maconha com seus amigos e fazer pequenas tatuagens em todos eles. Mesmo com o passar dos anos, Scott nunca conseguiu superar a perda precoce do pai, um bombeiro que morreu em serviço. Desde então, sempre viveu na companhia da mãe (Marisa Tomei) e a irmã (Maude Apatow), mas apesar da convivência entre eles ser boa, nunca levou a sério as responsabilidades da vida. Aos poucos, porém, ele vai se adequando ao mundo adulto, principalmente depois que sua mãe inicia um romance com Ray (Bill Burr) e ele passa a desempenhar um papel crucial nessa sua mudança de perspectiva.

Conhecido por ser um cineasta de comédias, Apatow não deixa de lado essa sua veia humorística aqui, mas consegue trabalhar muito bem também com o outro lado, o do drama, unindo os dois gêneros com muita competência. Ao mesmo tempo em que fala sobre temas fortes como traumas do passado, uso de drogas, depressão e a tentativa de se encaixar no mundo atual, o diretor suaviza tudo isso acrescentando várias piadas inteligentes e boas referências ao mundo pop.


É imprescindível falar que, para gostar do filme, é preciso comprar a ideia desde o início, já que apresenta um ritmo um tanto quanto arrastado, um roteiro bastante íntimo (já que é baseado na própria vida do ator Pete Davidson) e uma longa duração. Mas um dos pontos que seguram o espectador até o fim são as atuações, todas muito boas, e dentre elas o nome que mais se destaca é o de Bill Burr, que todos conhecem do Stand-Up Comedy mas que aqui tem um personagem dramático muito bem representado. A Arte de Ser Adulto é para mim uma das maiores surpresas cinematográficas deste ano, e eu fiquei extremamente feliz de tê-lo descoberto por acaso.
 


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