sábado, 25 de maio de 2024

Crítica: The Peasants (2024)


Dos mesmos criadores de Loving Vincent, Dorota Kobiela e Hugh Welchman, The Peasants (Chlopi) é mais uma belíssima experiência cinematográfica do casal de cineastas, que assim como no trabalho anterior, também é regado de imagens feitas à mão com tinta a óleo. O filme se baseia no famoso livro da literatura polonesa de mesmo nome escrito por Wladyslaw Reymont, que foi lançado no início do século passado em três atos distintos, e conta uma história dolorida e intensa que se passa em uma remota vila de camponeses polonesa.


O filme é dividido em quatro capítulos, que por sua vez correspondem às estações do ano, e se passa em uma zona rural da Polônia entre os anos 1904 e 1909. Na região vive Jagna, uma jovem muito atraente de uma família humilde, que justamente por sua beleza e carisma acaba cativando todos os homens do vilarejo e criando um sentimento de repulsa e inveja nas demais mulheres do local.

Certo dia, Maciej, o senhor mais rico da localidade, e que ficou viúvo há poucos meses, pede para a mãe de Jagna a mão da garota em casamento, o que imediatamente é aceito em troca de um bom acordo referente a terras produtivas que ele possui. Nesse meio tempo, Jagna já havia construído um relacionamento escondido com o próprio filho de Maciej, Antek, que, enraivecido pela ação do pai, decide deixar de vez a fazenda da família. Este é só o início de uma série de situações que entrelaçam a vida dos moradores desta pacata região, e que culmina em um final drástico envolvendo não apenas este "triângulo amoroso" criado, mas revelando também toda a hipocrisia e o preconceito enraizado na cultura local da época.


Apesar de ser um filme triste, é ao mesmo tempo um filme muito vívido, graças às músicas alegres e principalmente à sua fotografia belíssima. Segundo afirmação dos próprios envolvidos, o projeto levou anos para ser finalizado, já que a intenção era justamente usar imagens feitas à mão, em um processo manual digno de elogios. O resultado final é encantador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário