sexta-feira, 17 de maio de 2024

Crítica: Rivais (2024)


Antes de mais nada, devo começar dizendo que Luca Guadagnino é um diretor cujo o trabalho, confesso, nunca me agradou, tanto com o aclamado Me Chame Pelo Seu Nome como nos execráveis Um Mergulho no Passado e Até os Ossos. mas apesar do seu estilo me incomodar, sempre fico curioso toda vez que ele lança algo novo, chega a ser quase inexplicável. E para minha surpresa, admito que gostei muito mais do que eu esperava de Rivais (Challenger), seu novo filme que está em cartaz nos cinemas, e que já pode ser considerado um dos filmes mais legais e provocadores do ano.


O filme começa mostrando Art Donaldson (Mike Faist), um tenista famoso no circuito mundial, mas que vive um momento de baixa em sua carreira. Para tentar fazer com que ele volte aos holofotes, sua esposa e treinadora (Zendaya) o inscreve em um "challenger", para que ele possa acumular pontos o ranking da ATP e voltar a jogar em um Grand Slam. Lá, eles reencontram Patrick Zweig (Josh O'Connor), um outro tenista que acabou não alcançado o mesmo sucesso de Art, mas que tem um passado muito interessante com o casal.


Ainda jovens, Art e Patrick eram grandes amigos, que sonhavam um dia poderem alcançar o sucesso no tênis, até que Tashi, uma tenista fenomenal e em momento de grande ascensão, cruza o caminho deles de maneira arrasadora. A trama é dividida em diferentes linhas temporais, e é através de inúmeros flashbacks que ficamos sabendo mais detalhes desta relação que surge entre os três protagonistas, que vai ganhando contornos cada vez mais inesperados com o passar do tempo. O que poderia tornar o filme repetitivo e chato, acaba sendo um artifício bem utilizado, justamente pela gama de oportunidades que o filme apresenta. Apesar de ser um filme que literalmente transcorre durante uma partida de tênis, é fácil perceber que neste caso o esporte em si nunca se torna o verdadeiro foco do filme, sendo usado como mecanismo para desenvolver este triângulo amoroso.


O filme tem excelentes atuações, mas devo destacar Zendaya, uma atriz que eu particularmente tenho muitas ressalvas, mas que aqui finalmente mostra uma versatilidade elogiável. Sua personagem é o ponto central na narrativa, e além de ser o objeto de desejo dos dois amigos, acaba manipulando todas as situações para que a disputa entre eles esteja sempre em evidência. Mike Faits e Josh O'Connor também cumprem bem seu papel, em ambas as épocas que o filme se passa. O único ponto negativo acaba sendo a trilha sonora, onde o Guadagnino optou por usar uma música "techno" onipresente, frenética e muitas vezes incomodativa, principalmente quando sobrepõe diálogos. Por fim, Rivais é um filme vibrante e efervescente em todos os sentidos, e uma das maiores surpresas do ano para mim.

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