segunda-feira, 6 de junho de 2016

Crítica: Colônia (2016)


O golpe de estado no Chile, que derrubou o governo de Salvador Allende e pôs no poder o general Augusto Pinochet em 1973, serve como pano de fundo para uma história absurda e revoltante que, por mais incrível que pareça, é baseada em fatos reais. Com um elenco de nomes conhecidos, coube ao diretor Florian Gallenberger a difícil missão de mostrar tudo sem censuras, e o resultado é realmente de tirar o fôlego.



Durante os dias que antecederam o golpe, o povo estava em grande número pelas ruas para protestar a favor do governo de Allende, entre eles o casal de alemães Lena (Emma Watson) e Daniel (Daniel Bruhl). Após o golpe, com o militares já nas ruas e o comando nas mãos do ditador, milhares de pessoas foram presas e capturadas durante esses protestos, incluindo Daniel.

Os presos eram levados a um lugar isolado no meio do nada chamado Colonia Dignidad, que era uma suposta missão de caridade comandada por um pregador (Michael Nyqvist). Na verdade o lugar não passava de uma das prisões mais sanguinárias e desumanas que já existiram, onde pessoas eram torturadas e mortas sem um pingo de piedade. Ao descobrir que Daniel foi enviado a este lugar, Lena resolve se alistar como freira na tentativa de reencontrá-lo e, talvez, conseguir libertá-lo. 




O maior pecado do filme já se nota na primeira cena: o fato dele se passar no Chile e não ser ouvida quase nenhum palavra em espanhol. Entendo a necessidade de utilizar o inglês como forma de angariar mais público para o filme, mas não consegui tratar o filme com a credibilidade que ele potencialmente merecia. Senti falta também, em alguns momentos, de um melhor aprofundamento em certas questões como, por exemplo, a abordagem precária da relação que os dois tinham e o que exatamente eles estavam fazendo no país.

Fora isso não há o que criticar, principalmente na parte das atuações. Emma Watson e Daniel Bruhl, dois atores que admiro bastante, fazem um excelente trabalho e entregam atuações de respeito, assim como Michael Nyqvist, para mim a grande surpresa do filme. O roteiro segura a atenção do início ao fim, e isso é mais um ponto forte. Por fim, Colônia talvez não receba a atenção que merece, até porque é um filme pesado e pouco divulgado, mas se tiver a chance de assistí-lo, aproveite.

Um comentário:

  1. Acabei de ver esse filme e achei bastante interessante , concordo com tudo que vc falou , principalmente sobre as atuações de Emma Watson e Daniel Bruhl .

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