quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Crítica: Vice (2019)


Três anos depois do lançamento de A Grande Aposta, que destrinchava os bastidores da crise financeira americana e o mundo dos investimentos, o diretor Adam McKay volta às telas com Vice, mais um filme grandioso que retrata a ascensão política de Dick Cheney (Christian Bale), um dos homens mais poderosos do mundo durante o governo de George W. Bush.


Cheney era um homem comum, que trabalhava como eletricista para uma empresa estatal e não tinha sonho nenhum de vida. Gastava seu salário com bebida, o que sempre causava conflito com sua esposa, Lynne (Amy Adams). Cansada da situação, ela o intimou a mudar e ser alguém na vida, e foi o empurrão que ele precisava para buscar alternativas. Mesmo sem muito carisma, Cheney conseguiu um estágio na política, onde trabalhou ao lado do icônico Donald Rumsfeld (Steve Carell).

Na companhia de Rumsfeld, um homem extremamente carismático e preparado, Cheney aprende muito sobre política, e pouco a pouco vai fazendo seu nome até chegar ao cargo de vice-presidente de George W. Bush, onde ele ganha poder e toma decisões que mudaram e ainda refletem no país até os dias de hoje. A Guerra do Iraque, o combate ao terrorismo, as farsas e mentiras, tudo parte da ambição pessoal de um homem que pouco se importava com o que diriam de si.


O ponto alto do filme é a direção de McKay, sem dúvidas. Nas mãos de qualquer outro diretor, o filme poderia ter se tornado enfadonho, mas ele utiliza o bom humor para brincar com o que é real e o que é encenado, e utiliza alguns argumentos muito perspicazes que fazem o filme fugir de qualquer tipo de clichê. Outro ponto positivo são as atuações, principalmente de Christian Bale (cadê o Óscar desse homem Academia?), Amy Adams e Sam Rockwell.

Por fim, Vice se torna uma grata surpresa pelo tema abordado, que poderia ser cansativo mas prende a atenção até o final. Fala sobre a política norte-americana mas serviria para qualquer outro país, inclusive (e principalmente) o Brasil. O poder cega, e tira dos homens o que de pior existe dentro deles.

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