quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Crítica: Malévola (2014)


No clássico conto da Bela Adormecida, existia uma bruxa má chamada Malévola, responsável por jogar um feitiço quase irreversível na jovem princesa. Nessa nova superprodução da Disney, temos contada a história da vilã antes do conto original, sob uma nova perspectiva. O que a Disney se propôs a fazer nesse longa foi subverter a ideia de que a personagem seria uma vilã, ainda que com seus motivos particulares, ela não deixe de ser. Logo, a Malévola de 2014 se torna a grande heroína da história, e não mais a carrasca.



Interpretada pela sempre exuberante Angelina Jolie, Malévola é uma fada de chifres e asas que, quando mais nova, não fazia mal a ninguém e ajudava a manter o reino de Moors em paz com os demais reinos da região. Seu coração era grande, o que a levou a se apaixonar pelo amigo Stefan, um humano que vivia em um dos reinos vizinhos. Porém, movido pela ambição, Stefan a traiu, fazendo crescer nela um forte desejo de vingança.

Passados alguns anos, Stefan, já casado e coroado como Rei, tem uma filha chamada Aurora. Ao saber da notícia, Malévola decide pôr em prática seu plano de vingança, e joga o feitiço na menina, fazendo com que ela dormisse para sempre após completar 16 anos e só fosse salva por um beijo de amor verdadeiro. Interpretada por Elle Fanning, Aurora cresce amparada por três fadas em uma casa isolada do reino onde, por acaso, acaba criando uma forte relação de amizade com a própria Malévola, após encontrá-la na floresta.



Essa união entre a "mocinha" da história e a "vilã" fica ainda mais evidente no final, quando o beijo de amor verdadeiro, nessa versão da história, é dado por ninguém menos do que a própria "bruxa", e não por um príncipe como na história original. Pode-se dizer que o grande vilão dessa vez é o próprio pai de Aurora, que durante todo o filme fez tudo pelo poder e para conseguir o que queria.

Tecnicamente, o filme chama atenção pelo excelente trabalho visual. O filme começa colorido e alegre para depois ganhar uma atmosfera gótica e sombria, mudando conforme a transição da personagem principal. Achei bem interessante o uso desse recurso, fugindo um pouco das tradicionais histórias infantis.


Em termos narrativos, o filme também não derrapa em momento algum, segurando a história do início ao fim. Angelina Jolie reina absoluta, e talvez essa tenha sido realmente a intenção do diretor, já que ele usa bastante closes de seu rosto e de seus lindos olhos. Elle Fanning, que é um dos bons nomes dessa nova geração, também merece destaque e elogios.

Por fim, temos visto ultimamente uma vasta demanda de releituras de clássicos, e grande parte destes acabam estragando a história original ao fugir completamente do que deles era esperado. Porém, com Malévola temos uma adaptação que convence, e que não deixa furos para críticas. E só por isso merece todos os elogios possíveis.


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