quinta-feira, 16 de abril de 2015

Crítica: As Horas Mortas (2013)


Bastante elogiado na 37ª mostra de cinema de São Paulo, o mexicano As Horas Mortas (Las Horas Muertas), do diretor Aarón Fernandez, é um filme simples e com um baixíssimo orçamento, mas prova mais uma vez que não se precisa de muito para se levar às telas uma boa história.


Um senhor de idade é dono de um pequeno motel no pacato litoral de Veracruz, no México. Quando ele precisa se ausentar por um mês para fazer uma bateria de exames em outra cidade, ele deixa seu sobrinho Sebatián (Krystian Ferrer) cuidando do negócio. Apesar da pouca idade, 16 anos, o garoto se mostra competente na missão, e vai levando o dia-dia com muita tranquilidade.

Entre os poucos clientes do motel está Miranda (Adriana Paz), uma mulher mais velha que mantém encontros casuais com um homem casado, sempre no mesmo quarto. Enquanto espera pelo amante, ela começa a puxar conversa com Sebastián e entre eles nasce uma sincera amizade, onde trocam boas observações sobre a vida.

O filme é singelo e extremamente simples, e o roteiro redondinho não deixa nada a desejar. A narrativa é linear, sem nenhum momento de "clímax", o que pode incomodar quem não gosta de filmes parados. Para mim, no entanto, isso faz com que a estória seja ainda mais realista e por isso mesmo é um ponto positivo. As atuações são boas, assim como a fotografia, sempre contando com a bela imagem do mar de fundo.


Por fim, o que move As Horas Mortas é a espera. Sebastián espera por clientes e pela volta do tio, enquanto Miranda espera por seu amante, e é essa solidão silenciosa de ambos que os une. Despretensioso, é um pequeno filme com grande essência.

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