quinta-feira, 9 de abril de 2015

Crítica: Magical Girl (2015)


Com uma das propostas mais estimulantes surgidas no sempre competente cinema espanhol nos últimos anos, Magical Girl aparenta ser uma coisa e acaba sendo outra completamente diferente, e a surpresa nesse caso acaba sendo super bem-vinda.


Alicia (Lucia Pollán) é uma menina com leucemia que sonha ter o vestido de um famoso desenho japonês. Sabendo do pouco tempo de vida que ainda resta para a filha, Luis (Luis Bermejo), um professor de literatura desempregado, começa uma corrida contra o tempo para juntar dinheiro e realizar o sonho da menina. O elevado preço o assusta mas não o faz desistir, nem que para isso ele tenha que vender coisas preciosas como sua extensa coleção de livros.

O caminho de Luis acaba cruzando com o de Bárbara (Bárbara Lennie), uma jovem com transtornos mentais que vive com seu marido em um apartamento. Depois de ter um segredo de Bárbara em mãos, Luis passa a chantageá-la para que ela lhe dê dinheiro, ameaçando contar toda a verdade para o marido. Com medo, e precisando arrumar o dinheiro a todo custo, Bárbara acaba se metendo em um negócio obscuro, sem medir o perigo e as consequências que isso traria para sua vida.


Não quero entrar muito na história sob risco de soltar spoilers, mas o fato mais interessante é que as partes mais amedrontadoras do filme (principalmente a última sequência) não são mostradas, ficando apenas para nós imaginarmos. E na imaginação vocês sabem, vale tudo.

O enredo é bem construído e a estética visual também chama a atenção. Os atores trabalham muito bem, com destaque para José Sacristán, que faz o papel de um professor aposentado que ajuda Bárbara do meio para o final da história. Eleito melhor filme no festival de San Sebástian, na Espanha, Magical Girl é um filme simples mas que prende o espectador até o final, e só por isso já vale a pena ser visto.

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