sábado, 1 de outubro de 2016

Crítica: Uma História de Loucura (2016)


genocídio do povo armênio orquestrado pelo governo turco no começo do século XX, que deixou mais de um milhão e meio de mortos, não é ensinado nas nossas escolas, e por conta disso poucos já ouviram falar do ocorrido Escrito e dirigido por Robert Guediguian, Uma História de Loucura (Une Histoire de Foi) tem a missão de não deixar esse passado ser esquecido, por mais devastador que ele seja. E principalmente de mostrá-lo ao mundo.


A trama acompanha Aram (Syrus Shahidi), um jovem de origem armênia que vive com a família em Marselha nos anos 1980. Há duas gerações atrás, Talaat Pacha, um homem da família, se tornou herói do povo armênio ao matar à queima roupa um dos líderes do genocídio, o turco Soghomon Thelirian. 60 anos depois, esse fato ainda é comemorado pelo armênios, que jamais superaram os acontecimentos.

Decidido a se vingar do passado, Aram se junta a um grupo de guerrilheiros que passam a praticar uma série de atentados contra prédios e pessoas públicas da Turquia. No entanto, ao explodir uma bomba no carro do embaixador turco, Aram acaba atingindo Gilles (Grégoire Leprince-Ringuet), um homem inocente que por estar na hora errada e no lugar errado acabou perdendo os movimentos da perna. A partir desse momento, Aram começa a se perguntar a respeito dos seus atos, e as coisas ficam ainda mais sérias quando sua mãe, sentindo-se culpada pelo filho, começa a visitar Gilles e cria uma relação de afeto como rapaz.


O filme tem como mérito mostrar como o ser-humano quer, na maioria das vezes, revidar violência com mais violência, e o quanto isso é nocivo principalmente para quem nada tem a ver com isso. O ponto forte são as atuações, além da direção firme de Guédiguian e do excelente trabalho da direção de arte. Por fim, trata-se de um filme necessário para mostrar, entre outras coisas, que todos os atos geram consequências, e que nem sempre estamos preparados para elas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário