terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Crítica: 120 Batimentos por Minuto (2018)


Durante o auge da AIDS, nos anos 1980 e 1990, era quase um tabu discutir o tema na mídia, sobretudo por conta da desinformação e do preconceito vindo de boa parcela da população, que acreditava que a doença só atingia os gays, os drogados e as prostitutas. Desta forma, os próprios governos não se empenhavam em dialogar sobre essa questão, e os tratamentos acabavam ficando sempre em segundo plano.


O filme do marroquino Robin Campello apresenta a história do ACT UP, um grupo francês, liderado por ativistas homossexuais (quase todos soropositivos) que surgiu nos anos 1990 e fez uma série de protestos não-violentos afim de alertar as autoridades e a população dos riscos da AIDS e principalmente sobre suas maneiras de prevenção. Mais do que isso, o grupo criticava veementemente a inércia do governo em relação à questão, que não priorizava a busca por tratamentos enquanto milhares morriam todos os dias nas camas dos hospitais.

Bastante didático em relação ao modo de funcionamento do grupo, o enredo vai além e foca também na vida pessoal de alguns dos integrantes. Apesar de ser um assunto pesado, o filme não se torna deprimente, pelo menos não até sua segunda metade, e tenta o tempo todo mostrar que sempre existe uma ponta de otimismo, mesmo nos casos que parecem irreversíveis na vida.


Confesso que achei um pouco cansativo o filme do meio para o final, quando muda um pouco o foco da história. O final também deixou um pouco a desejar, mas ainda assim, não deixa de ser um filme importante por todas as questões que aborda. Com boas atuações, 120 Batimentos por Minuto certamente é um filme necessário para se entender um pouco mais da doença (já que usa alguns termos e dados técnicos).

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