quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Crítica: The Great Buddah + (2018)


Representante de Taiwan na corrida pelo Óscar de melhor filme estrangeiro, The Great Buddha + descreve com muita sensibilidade e doses de humor o dia-dia de um vilarejo do país, se aprofundando em aspectos de uma cultura pouca conhecida para os lados de cá.



Dirigido por Huang Hsin-yao, o filme acompanha Picles (Cres Chuang), um homem que trabalha como vigia noturno de uma fábrica de estátuas de bronze. No local estão construindo um grande buda, e durante o dia todas as atenções são voltadas para esse importante serviço. De noite, porém, o espaço fica vazio, e ele e seu melhor amigo, Umbigo (Bamboo Chen), que também trabalha na fábrica, se reúnem para botar conversa fora e ver revistas pornográficas.

Certa noite eles resolvem assistir as filmagens da câmera que o diretor da fábrica (Leon Dai) instalou no próprio carro como medida de segurança. O ato vira rotina, e todo dia eles assistem a vários vídeos, principalmente os mais obscenos, visto que o diretor é mulherengo e quase todo dia sai com alguma mulher diferente. Eles seguem nessa bricnadeira "vouyer" até a câmera mostrar algo pela qual eles não estavam preparados para ver.



Um dos principais destaques do filme é o excelente trabalho da direção de fotografia. Filmado em preto e branco, o filme ganha muito nesse formato, e cria até situações engraçadas como alguns momentos em que aparecem cores em objetos específicos no meio da cena para salientar alguma ideia. Outra coisa que chama atenção é o bom humor do filme, com algumas sacadas inteligentíssimas. Com uma linguagem bastante poética, The Great Buddha + é uma grata surpresa deste pequeno e desconhecido país asiático, e um estudo crítico e irônico do seu povo e sua cultura.


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