sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Crítica: Minamata (2021)


A história do mundo está repleta de desastres ambientais causados pela mão do homem. Entre tantos exemplos, podemos citar as explosões de Chernobyl e Fukushima, e mais recentemente os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho aqui no Brasil. Pouco se fala hoje, mas uma das tragédias que mais abalou o mundo entre os anos 50 e 70 aconteceu no Japão, na cidade de Minamata. O "Desastre de Minamata", como ficou conhecido, foi causado pelo despejo de material tóxico nas águas do mar que banha a cidade, e afetou a vida de centenas de famílias, causando sequelas que perduram até hoje na população local.


O filme do diretor Andrew Levitas se passa nos anos 1970 e acompanha Eugene Smith (Johhny Depp), um fotógrafo famoso por suas fotos de guerras, que é chamado pelo executivo da revista Life para registrar a estranha doença que está acometendo o povo da região japonesa. Há tempos sem cobrir eventos desse tipo, ele primeiramente fica contrariado em aceitar a oferta, mas acaba enxergando o desafio como algo necessário para dar uma animada na sua vida, que anda pacata e tediosa.

Eugene então viaja ao Japão e começa a tirar as suas fotografias, o que logo chama a atenção dos donos da empresa química Chisso. A empresa era a grande responsável pela contaminação das águas com mercúrio, que foi o componente que causou o envenenamento coletivo, e obviamente tentou subornar o fotógrafo e até mesmo destruir o seu trabalho. Sem deixar se intimidar, Eugene seguiu firme, e acabou tirando uma das fotos mais importantes da história do fotojornalismo, que ajudou a levar o caso para o resto do mundo.


O roteiro é bem perspicaz por contar um fato histórico e, ao mesmo tempo, discutir sobre o impacto das ações humanas no meio ambiente (assistam o pós-credito, é bem interessante). Gostei muito do trabalho de fotografia e da ambientação da época, muito bem detalhada. O grande nome do elenco é Johnny Depp, que não é tão exigido e tem uma atuação contida, mesmo que boa. Minamata, por fim, é um filme que vale a pena pelo assunto, pela relevância histórica e para se refletir sobre o mundo que queremos deixar para as futuras gerações.


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