sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Crítica: No Ritmo do Coração (2021)


Com distribuição mundial da Apple TV+, pode-se dizer que No Ritmo do Coração (CODA) já se tornou um pequeno fenômeno. O filme, dirigido por Sian Heder, se tornou o primeiro da história a ganhar em todas as principais categorias de drama numa edição do Festival de Sundance, além de ter batido o recorde de bilheteria do festival na sua estreia.



Adaptado do filme francês "A Família Bélier" (2014), CODA (abreviação para Children of Deaf Adults/ Filhos de adultos surdos) acompanha uma família de surdos que vive da pesca numa pequena cidade litorânea de Massachusetts. Dos 4 membros da família, apenas uma consegue ouvir e falar: a filha caçula Ruby (Emilia Jones). Por conta disso, Ruby acaba sendo o elo entre seus pais (Marli Matlin e Frank Troy Kutsur) e seu irmão mais velho (Daniel Durant) com o mundo exterior, ajudando-os principalmente nos negócios.

Descoberta pelo professor de música da escola, e incentivada pelo mesmo por ter uma voz diferenciada, Ruby começa a fazer audições para conquistar uma bolsa na faculdade de música de Boston. Tímida e acostumada a sofrer com piadinhas dos colegas por conta da condição de seus pais, Ruby precisa enfrentar o medo para realizar esse grande sonho que é viver da arte. Porém, inevitavelmente esse sonho acaba sendo posto a prova com a necessidade da família em tê-la por perto.



Eu confesso que não esperava tanto deste filme no começo, mas me envolvi demais e no final me emocionei com a história. E isso se deve muito à direção competente, que sabe dosar bem a mistura de drama com humor sem deixar o filme se tornar exagerado nem para um lado e nem para o outro. Outro ponto que abrilhanta o filme são as atuações. Os pais de Ruby e o irmão são atores surdos de verdade, e essa inclusão foi importante para deixar o filme ainda mais verdadeiro. Destaco ainda a participação do comediante mexicano Eugênio Derbez na pele do professor de música "excêntrico" de Ruby, para mim um dos melhores e mais complexos personagens.

Apesar de ter alguns clichês, principalmente quando apela para o lado do romance, não tem nada que eu possa criticar negativamente em CODA. É um filme muito leve e divertido, na medida certa pra conquistar o coração de quem assiste (e quem sabe mais prêmios por aí ao longo do ano).


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