domingo, 15 de maio de 2022

Crítica: O Homem do Norte (2022)


Depois dos sucessos de A Bruxa (2016) e O Farol (2019), o diretor Robert Eggers ganhou uma legião de admiradores, e não é para menos. Visualmente falando, seus filmes são verdadeiras obras primas, pois o cuidado que Eggers tem em cada frame é realmente impressionante. Dito isto, O Homem do Norte (The Northman) acabou se tornando um dos filmes mais esperados de 2022 desde o seu anúncio, e já posso adiantar que cumpriu com as expectativas.


A trama conta a história da lenda viking Amleth, que posteriormente também serviu como inspiração para Shakespeare escrever seu clássico Hamlet. Ela inicia em 985 D.C. quando, ainda garoto, Amleth (Alexander Skarsgard) vê seu pai, o Rei Aurvansil (Ethan Hawke), ser morto após uma traição orquestrada por seu tio Fjolnir (Claes Bang). Após conseguir fugir do local, o menino promete que um dia irá voltar para se vingar. Os anos passam e Amleth acaba se disfarçando de escravo para ir ao encontro do algoz de sua família e cumprir aquilo que prometeu.

A pesquisa histórica que o diretor fez sobre a maneira que os vikings viviam foi profunda, e isso reflete diretamente no enredo do filme. Desde os rituais místicos ao redor do fogo até mesmo a maneira que eles praticavam esportes, está tudo muito bem elaborado, e quem gosta da temática certamente vai ficar encantado com tantos detalhes. Gostei também da divisão feita por capítulos, mesmo que por vezes isso quebre um pouco do ritmo do filme, pois a cada passagem do tempo vamos acompanhando Amleth mais maduro e preparado para enfrentar essa sua batalha pessoal.


Alexander Skarsgard está impecável no papel principal, com uma atuação visceral, intensa e por vezes assustadora. Destaco também as participações de Nicole Kidman, como a mãe de Amleth, de Ethan Hawke, como seu pai, e de William Dafoe, que é o oráculo do reino. Na parte técnica ainda temos uma fotografia de tirar o fôlego e uma ótima trilha sonora, que ajuda a criar o clima de tensão que permeia o filme inteiro. Vivemos um tempo carente de histórias épicas e históricas, e O Homem do Norte preenche essa lacuna com brilhantismo, sendo até então um dos melhores filmes do ano.


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