quarta-feira, 18 de maio de 2022

Crítica: O Soldado que não Existiu (2022)


A "Operação Carne Moída" foi uma manobra orquestrada e realizada pelo exército britânico que acabou se tornando um dos episódios mais inusitados que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, no que diz respeito à espionagem e principalmente a desinformação passada para enganar o inimigo. Logo na primeira cena de O Soldado que Não Existiu (Operation Mincemeat), filme recentemente lançado pela Netflix, o narrador avisa que, em se tratando de guerras, existem dois lados: o visível (batalhas campais e aéreas) e o escondido (espionagens e sabotagens), e a introdução é pertinente para o que estamos prestes a ver nas próximas duas horas.


Com base no livro homônimo de Ben Macintyre, o diretor John Madden (de Shakespeare Apaixonado) nos apresenta a história de como ocorreu a operação, desde o surgimento da ideia até o momento em que ela foi finalmente posta em prática. O ano é 1943, e o exército britânico precisa elaborar uma forma de confundir o exército alemão, fazendo com que eles acreditem que a Inglaterra irá invadir a Grécia, quando na verdade a intenção é chegar na ilha da Sicília, no sul da Itália, onde estão muitos soldados nazistas. Diante disso, eles decidem abandonar na costa espanhola o corpo de um andarilho que morreu envenenado, fingindo que ele era, na verdade, um soldado inglês em missão que morreu enquanto carregava documentos confidenciais sobre a "suposta" invasão.

O veterano Colin Firth é quem dá vida a Ewen Montagu, o homem que esteve por trás da ideia principal. Ele ainda conta com a ajuda de Charles (Matthew Macfadyen) e Jean (Kelly Macdonald) para levar o plano às autoridades militares e a Winston Churchill, primeiro ministro da época. O ponto principal do filme é o conflito moral que existe, principalmente na questão do exército se apossar de um corpo sem permissão para usá-lo na operação. Gostei também da forma como o roteiro não deixa o filme se tornar cansativo, algo que infelizmente é comum de ver em filmes de espionagem. Aqui, no entanto, a narrativa é bem dinâmica e prende a atenção pelos detalhes.


Um dos pontos negativos do filme é a tentativa de engatar um triângulo amoroso no meio da história, o que não ajuda em nada no desenvolvimento da história, pelo contrário. Além disso, a cena da operação sendo realizada parece ser muito mal feita e não condiz com a importância que deveria ser dada a ela, já que afinal de contas, o filme todo se desenrola para que ela finalmente aconteça. São esses detalhes que acabam atrapalhando o resultado final, mas ainda assim, é um filme que vale a pena, sobretudo para quem gosta de saber mais destas histórias pouco conhecidas da Segunda Guerra.

 

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