terça-feira, 25 de abril de 2023

Crítica: A Noite do Dia 12 (2022)


Vencedor de seis prêmios César, incluindo melhor filme, melhor direção e melhor roteiro adaptado, A Noite do Dia 12 (La Nuit du 12) é mais um trabalho excelente do diretor Dominik Moll, que já havia chamado a minha atenção com Seules les Bêtes (2019), e agora apresenta um thriller investigativo denso e com uma mensagem muito potente por trás.


O início do filme de certa forma já entrega o seu próprio final, quando um letreiro explicativo anuncia que 20% dos crimes de homicídio não são solucionados na França, e que a trama irá tratar de um deles. Mas isso de maneira alguma atrapalha a narrativa, que inicia com Yohan (Bastien Bouillon) sendo nomeado o novo chefe de uma repartição policial após a aposentadoria do seu antecessor. Na mesma madrugada, uma jovem é morta queimada em um vilarejo distante.

Esse é apenas o começo de uma investigação intensa comandada por Yohan, que passa a interrogar todas as pessoas próximas da vítima, principalmente os possíveis casos românticos dela, já que o assassinato possui todos os elementos de um crime passional. Curiosamente, todos os homens interrogados no processo poderiam facilmente ser os culpados, e o roteiro, escrito por Gilles Marchand, usa isso para traçar um paralelo sobre a sociedade machista, onde figuras masculinas têm vários comportamentos tidos como "normais", mas que na verdade são bastante contraditórios.



Eu gostei muito da atuação de Bastien Bouillon, que inclusive ganhou o César de ator revelação por seu papel. Quem também foi premiado é Bouli Lanners, que interpreta Marceau, o principal amigo e ajudante do protagonista. O elenco feminino também tem muito peso na história, com boas participações de Anouk Grinberg e Mouna Soualem. No fim, A Noite do Dia 12 é um filme que empolga do início ao fim e vai muito além da investigação criminal, trazendo boas discussões a respeito dos temas que propõe.


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