segunda-feira, 22 de maio de 2023

Crítica: A Good Person (2023)


Os sentimento de luto, culpa e autoperdão são o que movem A Good Person, filme novo do diretor Zach Braff (Hora de Voltar, 2004), e que tem como ponto alto a cativante interação entre a atriz Florence Pugh e o veterano Morgan Freeman.

Allison (Florence Pugh) está vivendo um dos melhores momentos de sua vida. Recém noiva de Nathan (Chinaza Uche), ela tem uma vida estável e está cheia de planos e sonhos para o futuro junto com ele. No entanto, ao se distrair com o celular na estrada, Allison acaba sofrendo um grave acidente de carro, onde morrem duas pessoas, sendo uma delas a sua própria cunhada, irmã de Nathan, que estava na carona. Essa tragédia acaba sendo o grande divisor de águas na vida da protagonista, que tem ela virada completamente do avesso.

O tempo passa, e um ano depois ela está morando junto com a mãe, em estado de depressão profunda e lidando com a dependência em drogas. Allison nunca conseguiu se recuperar dos acontecimentos do passado, além de ter perdido o relacionamento com Nathan, que lhe dava sustentação. Ao entrar em um programa de desintoxicação, ela reencontra Daniel (Morgan Freeman), o pai do seu ex-noivo e consequentemente pai da vítima fatal. Esse reencontro não somente resgata seus traumas, como também traz novas perspectivas, até porque Ryan (Celeste O'Connor), a filha (agora adolescente) da mulher morta no acidente, está sendo criado por Daniel desde então.

Infelizmente, o roteiro do filme acaba caindo num lugar comum de filmes dramáticos, e usa e abusa dos clichês. As situações são tão banais, que chega a ficar um pouco constrangedor depois de um certo ponto. Isso, no entanto, não retira nem um pouco o brilho da atuação de Florence Pugh, que mostra mais uma vez o porquê de ser considerada uma das melhores atrizes desta nova geração. Freeman por sua vez está bastante confortável em um arquétipo que ele mesmo já trouxe para as telas inúmeras vezes, com um personagem que não o exige tanto. E os dois juntos são, de fato, o que vale a pena nesta história. Com uma narrativa superficial e engessada, A Good Person acaba não tratando como deveria de um tema que, num primeiro momento, parecia bem interessante, que nada mais é do que a ciclicidade da vida e o jeito como lidamos com perdas, mudanças drásticas e traumas.


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