domingo, 10 de setembro de 2023

How to Blow Up a Pipeline (2023)


Baseado no livro homônimo de Andreas Malm, How to Blow Up Pipeline (em uma tradução livre: Como Explodir um Gasoduto) é um thriller desafiador que acompanha um grupo de jovens que está cansado de lidar com as consequências de viver próximo de grandes refinarias de petróleo e decidem iniciar um movimento para explodir estas grandes instalações como forma de protesto. Apesar da "boa intenção" do grupo, eles sabem que a alcunha de terroristas irá recair sobre eles, mas estão dispostos a enfrentar isso para dar visibilidade à causa que defendem. No entanto, deixam bem claro que a intenção é apenas destruir o patrimônio do governo, cuidando para que o ato não traga nenhum impacto destrutivo na natureza ou na vida das pessoas que vivem no local escolhido para ser o marco inicial, que fica no leste do Texas.

 

Cada um deles tem um motivo específico, como Theo (Sasha Lane), que adquiriu uma espécie de leucemia por viver perto de uma refinaria. Sua melhor amiga, Xochitl (Ariela Barer) também perdeu a mãe por uma doença oriunda desse contato com produtos químicos, e é uma das mais engajadas na causa. Já Dwayne (Jake Weary), por sua vez, enfrenta um processo contra o governo, que tenta a todo custo forçá-lo a entregar a casa que a família viveu por mais de 100 anos e que está em uma área de exploração petrolífera. Enquanto se nega, tem que aceitar viver quase do lado de um oleoduto, se expondo e expondo a esposa e o filho recém nascido. Mais três personagens também fazem parte do grupo: Michael (Forrest Goodluck), um especialista em bombas autodidata que faz vídeos explicando como montá-las, e o casal Logan (Lukas Gage) e Rowan (Kristine Froseth). Rowan, inclusive, é responsável por um plot twist interessante do meio para o final.

Gostei da forma como o filme vai mostrando os motivos de cada um, com inserções em forma de mini capítulos no meio da ação principal. A montagem é muito eficaz e consegue deixar o filme bem dinâmico e ágil. O que vemos em 1h40 de filme é toda a preparação do ato, desde a compra dos materiais para fazer as bombas até a colocação delas em lugares estratégicos. Não espere, no entanto, ver as consequências da ação do grupo, a não ser por breves imagens que aparecem nos créditos finais.


É um filme de manifesto e de protesto, e vai do espectador comprar a causa ou não, o que obviamente muda toda a forma de você enxergar a história. O próprio livro em que se baseia já trazia controvérsias e polêmicas por trazer a ideia de que os protestos ecológicos precisam deixar de ser "pacíficos" para ser "atos de sabotagem", trazendo grandes consequências às grandes indústrias. Porém, as tais consequências não ficam bem esclarecidas, o que é suficiente para gerar um grande debate acerca do tema e sobre quem, de fato, iria sofre-las na pele. Independente de qualquer coisa, o fato é que How to Blow Up a Pipeline é um filme pulsante e sobretudo enérgico.

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